Crise traz à tona divergências sobre o teto de gastos
A demora da equipe econômica em reagir com medidas emergenciais e as restrições que o teto impõe ao aumento dos investimentos estão no centro da polêmica

O estrago provocado pela epidemia do coronavírus, o anúncio de mais um ano de baixo crescimento e o tsunami nos mercados provocado pela "guerra" de preços de petróleo colocaram em xeque a política liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a calibragem do ajuste fiscal.
O alvo central das críticas tem sido o teto de gastos - a regra criada em 2016 que impede o crescimento das despesas acima da inflação. A demora da equipe econômica em reagir com medidas emergenciais e as restrições que o teto impõe ao aumento dos investimentos também estão no centro da polêmica. Há críticas também sobre a cartilha liberal de Guedes, disparadas até mesmo pelo filho do presidente, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro.
A equipe econômica reagiu à pressão com um recado do ministro de que o remédio para a crise é continuar com as reformas e de que não está no cardápio mudar o teto de gastos.
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defende que o mecanismo foi responsável pela volta da confiança dos investidores e que é um erro mexer na regra agora. "Tirar o teto de gasto e começar a gastar de novo, em vez de melhorar, pode aumentar o risco, a desconfiança, diminuir os investimentos", afirma. Segundo ele, responsável pela formulação do teto no governo do ex-presidente Michel Temer, é preciso ter em mente que o Brasil ainda não saiu da crise fiscal.
Confusão
Para Marcos Mendes, ex-integrante da equipe de Meirelles e um dos formuladores do teto, há uma confusão entre a continuidade das reformas e o ajuste das contas públicas. "Reforma é muito mais ampla do que ajuste fiscal, é a primeira etapa que garante que o setor público tenha sustentabilidade fiscal e que não vai haver daqui a alguns anos uma crise da dívida pública ou choque tributário."
Ele defende que a agenda de reformas é essencial para um crescimento econômico sustentável, mas vai além de "meia dúzia de projetos que serão aprovados de hoje para amanhã". "É um processo lento, difícil e demorado. É tacanho achar que temos problema com uma crise externa e a solução para isso é acabar com o ajuste fiscal."
Leia Também
A mudança na regra do teto de gastos, que exige alterar a Constituição, levaria entre um e dois anos, horizonte incoerente com a "urgência" de medidas para responder à turbulência global, lembra Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na visão dele, há espaço para a redução dos juros básicos, já que os choques não pressionam a inflação.
Fora de hora
Até mesmo quem defende alguma flexibilização na norma, como o economista Guilherme Tinoco, especialista em finanças públicas pela Universidade de São Paulo (USP), diz que este não é o momento. "Está tão desorganizado e não sabemos onde vai parar. É claro que, como o governo não avançou na agenda, abriu espaço para essa discussão". Para ele, o caminho é a PEC emergencial, que propõe abrir espaço no Orçamento para investimento com corte em gastos obrigatórios, como salário de servidores.
Já o professor de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) João Romero defende mudar a regra para permitir algum crescimento real dos gastos públicos, restabelecer a vinculação de receitas para saúde e educação e criar um subteto para o investimento público.
"O teto é uma regra rígida demais, desalinhada da experiência de outros países, e inclusive do que é recomendado por pesquisadores do Fundo Monetário Internacional. Nenhum país jamais congelou gastos reais por 10 anos, como a regra estabelece".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Bolsonaro permanece como favorito no 2º turno contra Lula, mas Tarcísio ganha espaço; 66% acham que petista não deveria concorrer
Principais candidatos da oposição crescem e já aparecem empatados com Lula num eventual segundo turno; 65% dos brasileiros acham que Bolsonaro também não deveria concorrer
Mudança nos concursos públicos: Lula sanciona lei que amplia cotas; entenda como as novas regras funcionam
Novo percentual incidirá sobre total de vagas dos processos seletivos para cargos efetivos e temporários da administração pública federal
Alexandre de Moraes manda prender Carla Zambelli após saída da deputada do Brasil; entenda o caso
Procuradoria-Geral da República pediu a prisão preventiva na noite de terça-feira (3)
Carla Zambelli sai do Brasil dias após STF condenar a deputada à prisão por dez anos; entenda o caso
Zambelli foi para a Europa, onde diz ter cidadania, e afirmou que pedirá licença do mandato de deputada federal
Haddad fala em ‘sugestão estrutural’ como alternativa ao aumento do IOF após negociações com o Congresso
Alternativas ao aumento do IOF incluem a revisão de benefícios fiscais e a parceria com legislativo para fortalecer a arrecadação
Desaprovação ao governo Lula atinge o maior nível da série e coloca em risco reeleição do presidente, segundo pesquisa do AtlasIntel
O levantamento é o primeiro do instituto após as fraudes do INSS e do aumento do IOF
Plano alternativo ao IOF deve “evitar gambiarras” e Lula precisa entrar na negociação, diz Hugo Motta
Presidente da Câmara afirmou que o Brasil está cansado de tantos impostos e que se a equipe econômica não resolver, o Congresso irá
Há ‘fortes indícios’ de que foco de gripe aviária está contido, diz ministro da Agricultura
Brasil já entrou no período de vazio sanitário, em que contabiliza 28 dias sem novos casos para voltar ao status de “livre de gripe aviária”
“Se fizer o dever de casa e sinalizar um ajuste fiscal, imediatamente a economia melhora”, diz Mansueto Almeida
Economista-chefe do BTG Pactual acredita que com sinais claros de responsabilidade fiscal e controle de gastos, juros e inflação no país teriam espaço para cair rapidamente
Fraude no INSS: descontos indevidos já comunicados somam R$ 1 bilhão em devoluções; governo amplia atendimento com os Correios
Em entrevista coletiva, presidente do INSS falou sobre os ressarcimentos e confirmou parceria com os Correios para atendimento presencial a partir do dia 30
Lula assina MP que deixa conta de luz mais cara para a classe média e amplia isenção para baixa renda; veja como vai ficar
Texto, que ainda pode sofrer mudanças no Congresso, também amplia o mercado livre de energia e reduz subsídios para fontes renováveis
Comissão do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo e aumenta mandatos para 5 anos
Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado
Conta de luz deve ficar mais cara, mas não para todos — projeto do governo prevê isenção para baixa renda e aumento para classe média, diz jornal
Reforma do setor elétrico tem como objetivo ampliar os beneficiados pela tarifa social, mas custo excedente recairá sobre demais clientes residenciais e pequenos comerciantes
Fraude do INSS: ação pede fim de regra que transfere ‘prova diabólica’ a aposentados
Segundo o documento, a Instrução Normativa PRES/INSS nº 186/2025 fragiliza aposentados e pensionistas ao inverter o ônus da prova, transferindo aos beneficiários a responsabilidade de comprovar os descontos indevidos
Exportações de frango na berlinda: Brasil mira retomar exportações em 28 dias
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que, mesmo com a retomada do status de livre de gripe aviária, a normalização das exportações de carne de frango será gradual
Agência Brasil
INSS vai devolver R$ 292,6 milhões entre maio e junho; veja datas de pagamento
O valor a ser restituído corresponde às mensalidades de associações e sindicatos descontadas indevidamente em abril; a consulta pode ser feita pelo app Meu INSS ou pelo telefone 135
Dedo na cara: a nova crítica de Lula a Trump após viagem à Rússia e encontro com Putin
O presidente brasileiro deixou Moscou neste sábado (10) rumo a outro destino que deve desagravar bastante o republicano: a China
Governo vai usar dinheiro da União para ressarcir os aposentados que sofreram com golpe no INSS? Haddad responde quem vai pagar a conta
Em evento na B3, o ministro da Fazenda disse que o governo federal já tomou as primeiras medidas para captar recursos para ressarcir os aposentados
Como vai funcionar o ressarcimento após a fraude do INSS: governo detalha plano enquanto tenta preservar a imagem de Lula
O presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que o órgão deve notificar prejudicados na próxima terça-feira (13), mas a data de início dos pagamentos ainda segue pendente
Governo pode usar recursos do Tesouro para bancar fraude do INSS? Veja o que já se sabe até agora
A estimativa é que cerca de 4,1 milhões de beneficiários do INSS tenham sido atingidos por descontos indevidos, com prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024