Varejo invade lista de mais ricos do Brasil; saiba mais sobre os bilionários
Luiza Trajano, Ilson Mateus e Luciano Hang chegam entre os 10 mais ricos do país, em um ano marcado por mudanças no setor varejista, alta das ações e IPOs
A lista dos bilionários brasileiros de 2020 divulgada pela Forbes tem, entre outras novidades, a forte presença de empresários do varejo. Entre os 10 primeiros, três são desse ramo: Luiza Trajano, Ilson Mateus e Luciano Hang.
Fazem parte ainda do ranking empresários dos setores financeiro, bebidas, investimentos e internet. Mas a mudança na composição da lista é em parte consequência das transformações que o varejo passou durante a pandemia.
De um lado, lojas foram obrigadas a vender de forma online; do outro, supermercados tiveram um aumento de demanda por alimentos, com grande parte da população em casa.
Bilionários, Luiza Trajano e Ilson Mateus estão nessas duas pontas. O patrimônio da executiva do Magazine Luiza cresceu 181% em um ano (ela ocupava a 24º posição do ranking), segundo a Forbes, em meio a uma disparada das ações da empresa.
A varejista era uma das mais preparadas para a demanda online - uma alta que empresários do setor já esperavam, mas a passos mais lentos.
Hoje queridinha dos investidores a trajetória do Magazine Luiza (e de Luiza Trajano) não é só de sucesso. Fundada em 1957 em Franca, interior de São Paulo, a pequena loja de presentes, chamada a princípio de A Cristaleira, quase foi à ruína no pós-crise de 2014.
Leia Também
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
As ações, que patinavam desde o IPO em maio de 2011 e não passavam de R$ 2, caíram para centavos. E o risco de ruptura avaliado pelo mercado levou investidores a jogarem os papéis da companhia no esquecimento.
No entanto, parcerias da varejista com a Cardif e o Itaú garantiram as operações. A empresa recuperou a confiança do mercado e de meros R$ 10 mil investidos em MGLU3 naquela época se transformaram, hoje, em cerca de R$ 3 milhões.
O valor de mercado saiu de R$ 180 milhões para R$ 145,7 bilhões. Há casas de análise que ainda apontam que a empresa pode se valorizar ainda mais.
No pós-ápice da pandemia, o Magazine Luiza chegou já anunciar aquisições, em busca de um domínio do ecossistema do varejo.
A bilionária Luiza Trajano, que já era uma referência do setor, aprofundou essa percepção do mercado e de clientes, ao defender a importância da preservação de empregos e da saúde pública.
"Não adianta abrir o comércio amanhã e as pessoas não irem às compras porque estão com medo. O que precisamos agora é de previsibilidade, saber o que vai acontecer depois do dia 4", disse a empresária ainda em abril.
Com a nova lista bilionários, a Luiza Trajano é a mulher mais rica do Brasil (patrimônio de R$ 24 bilhões) - ocupando o lugar de Miriam Voigt, da Weg.
Bilionário, antes garimpeiro
Se Luiza Trajano há cerca de uma década é figura conhecida do mercado de ações, o agora bilionário Ilson Mateus ganhou mesmo os holofotes no ano passado.
Foi em 2019 que começou a surgir as primeiras notícias no âmbito nacional sobre a intensão do controladores do Grupo Mateus de abrir o capital da empresa.
A pandemia atrasou os planos da companhia, mas em agosto o primeiro ponta-pé de entrada ao mercado financeiro foi dado: a empresa divulgou um prospecto preliminar, primeiro documento aos futuros investidores.
O embrião do Grupo Mateus surgiu em meados nos anos 1980, quando Ilson, à época um garimpeiro em Serra Pelada, em Curionópolis, no sudeste do Pará, ouviu de um conhecido sobre o município de Balsas, Maranhão - cidade que crescia impulsionada pela produção de soja.
Ilson contou em mais de uma ocasião a reportagens locais que passou a ir até Balsas em 1984 para vender refrigerante, mas viu a demanda aumentar para outros produtos. Em dois anos, já abria uma pequena mercearia na cidade.
"Acredito que cheguei no lugar certo, na hora certa", disse o empresário a um programa de TV local. "Nessa época, fazia várias viagens para Goiânia e São Paulo em busca de hortifruti".
O modesto comércio evoluiu para um grande supermercado na esteira da economia de Balsas - considerada um "novo Eldorado" nos anos 1990.
Hoje, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), o Grupo Mateus é a quarta maior empresa do varejo alimentar no Brasil.
Tudo indica que a abertura de capital da empresa deve dar um outro impulso à fortuna de Ilson, já que ele e os outros acionistas controladores vão embolsar parte do dinheiro levantado.
Hoje, a fortuna de Ilson Mateus chega a R$ 20 bilhões, segundo o levantamento da Forbes.
O peso da jabuticaba
A presença de Luciano Hang entre os 10 mais ricos, com um patrimônio de R$ 18,7 bilhões, chama a atenção em um primeiro momento porque, em tese, a empresa dele não estaria entre as mais beneficiadas pela pandemia.
A Havan não tem uma forte operação online e nem tem como destaque a venda de alimentos. No entanto, a companhia do bilionário passa por um bom momento e está prestes a abrir capital na bolsa.
Entre potenciais investidores, a empresa é apresentada como uma "jabuticaba", segundo reportagem do Valor Econômico - uma varejista com 150 megalojas que vende 250 mil itens dos mais diversos tipos.
Luciano Hang também embolsaria parte do dinheiro do IPO da Havan. Ele fundou a empresa há 34 anos - embora últimos anos tenha ocupado os holofotes pela atuação política: contra o PT e a favor do hoje presidente Jair Bolsonaro.
O bilionário é, inclusive, alvo do inquérito das fake news por vínculo com ações de disseminação de notícias falsas e ameaças a ministros do Supremo. A investigação corre em sigilo.
Em junho, a Receita Federal apontou a sonegação de contribuição previdenciária por parte da Havan. Em valores corrigidos, o crédito tributário cobrado alcançava R$ 2,4 milhões.
Na época, a empresa respondeu a reportagem por meio do departamento jurídico, disse que “a denúncia é velha” e “sequer foi aceita, por inépcia”.
Os 10 mais ricos
A lista dos 10 mais ricos da Forbes ainda teve uma mudança significativa neste ano: o bilionário Joseph Safra desbancou Jorge Paulo Lemann do topo. Veja o ranking, setor de atuação de cada empresário e o patrimônio.
- Joseph Safra (setor financeiro) - Patrimônio: R$ 119 bilhões
- Jorge Paulo Lemann (Bebidas e investimentos) - Patrimônio: R$ 91 bilhões
- Eduardo Saverin (Investimentos/Internet) - Patrimônio: R$ 68 bilhões
- Marcel Telles (Bebidas e investimentos) - Patrimônio: R$ 54 bilhões
- Carlos Alberto Sicupira e família (Bebidas e investimentos) - Patrimônio: R$ 42,6 bilhões
- Alexandre Behring (Investimentos) - Patrimônio: R$ 34,3 bilhões
- André Esteves (Setor financeiro) - Patrimônio: R$ 24,9 bilhões
- Luiza Trajano (Varejo) - Patrimônio: R$ 24 bilhões
- Ilson Mateus (Varejo) - Patrimônio: R$ 20 bilhões
- Luciano Hang (Varejo) - Patrimônio: R$ 18,7 bilhões
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social