A Ser Educacional anunciou que exerceu seu direito de receber, da Ânima, a multa no valor de R$ 180 milhões em dinheiro, relativa ao fim do seu acordo com a Laureate para adquirir os ativos da empresa americana no Brasil, em vez de receber o direito à propriedade futura das sociedades mantenedoras de duas das instituições de ensino do grupo estrangeiro neste momento.
Em acordo firmado com a Ânima Educação, que acabou levando os ativos da Laureate no Brasil por R$ 4,4 bilhões, a Ser havia aceitado escolher entre receber a multa em dinheiro ou o controle das mantenedoras da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) e do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG).
A Ser tinha até esta quarta-feira (04) para decidir, e acabou optando pela multa em dinheiro ("Pagamento Rescisório pelo Go Shop"), conforme Fato Relevante divulgado ao mercado.
Mas isso não quer dizer que a Ser ainda não possa ficar com o controle das duas instituições de ensino da Laureate. Segundo o documento, a companhia se reservou o direito de exercer sua opção de compra sobre as cotas das duas sociedades mantenedoras pelo mesmo valor de R$ 180 milhões, a qual pode ser exercida no prazo de 60 dias contados a partir de 29 de outubro de 2020, prorrogável por no máximo 15 dias, por solicitação de qualquer das partes.
Além disso, a Ser permanece como detentora de opções de compra, com o mesmo prazo de exercício, sobre as sociedades mantenedoras de outras três instituições de ensino da Laureate: Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), Centro Universitário FADERGS e Centro Universitário Hermínio da Silveira.
A Ser Educacional e a Ânima quase entraram numa disputa judicial pelos ativos da Laureate no Brasil, depois que a Ser fez uma proposta para a Laureate, que exerceu seu direito de receber outras propostas. A americana acabou optando pela proposta da Ânima, o que foi questionado pela Ser, mas as duas companhias acabaram selando acordo para dividir os ativos.