Lucro da Cyrela cai 42% no 1º tri, para R$ 28 milhões; receita e geração de caixa também recuam
Desvalorização das ações da Tecnisa e da Cyrela Commercial Properties pesaram no resultado; construtora também teve problemas com repasses do Minha Casa Minha Vida
A Cyrela registrou lucro líquido (atribuído aos controladores) de apenas R$ 28 milhões no primeiro trimestre de 2020, uma queda de 81,3% ante os R$ 149 milhões registrados no quarto trimestre de 2019 e de 42,3% frente a cifra de R$ 48 milhões do primeiro tri do ano passado.
O lucro por ação da companhia ficou em 7 centavos, diante de 39 centavos no trimestre anterior e 13 centavos no primeiro trimestre de 2020.
Segundo a Cyrela, o resultado contou com impactos positivos referentes à participação da companhia no resultado da construtora Cury, voltada para o segmento Minha Casa Minha Vida (R$ 4 milhões); e a uma operação realizada com o plano de aposentadorias do Canadá (CPPIB, na sigla em inglês) (R$ 33 milhões).
No lado negativo, porém, pesaram as perdas com a desvalorização das ações da Tecnisa (R$ 9 milhões) e da Cyrela Commercial Properties (R$ 21 milhões); além de R$ 31 milhões em contingências judiciais, sendo R$ 11 milhões em despesas gerais e administrativas, e R$ 20 milhões em provisões.
No primeiro trimestre do ano, as ações da Tecnisa (TCSA3) desvalorizaram 60%, enquanto das da Cyrela Commercial Properties (CCPR3) caíram 46%.
A margem líquida da Cyrela foi de 3,7% no trimestre, menor que os 5,9% do mesmo período do ano passado e os 12,1% do quarto tri de 2019. O ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) no trimestre foi de 7,9%.
Leia Também
Resultados operacionais
Os lançamentos da Cyrela no primeiro trimestre de 2020 totalizaram R$ 1,644 bilhão, alta de 200,8% na comparação anual. O segmento Minha Casa Minha Vida representou a maior parte desse Valor Geral de Vendas (VGV), com R$ 1,045 bilhão em lançamentos.
As vendas totalizaram R$ 1,357 bilhão, alta de 29,9% na comparação anual. As vendas de estoque, no trimestre, representaram 54% do volume total. Já a velocidade de vendas foi de 53,4%, em linha com os trimestres anteriores.
Os estoques totalizaram, em valor de mercado, R$ 6,088 bilhões, alta de 3,9% ante o trimestre anterior. O estoque pronto corresponde a R$ 1,735 desse total, uma queda de 3,8% em comparação ao último trimestre de 2019.
Queda na receita líquida
A receita líquida total da companhia somou R$ 765 milhões no primeiro trimestre de 2020, montante 7,4% inferior aos R$ 826 milhões obtidos no mesmo período do ano passado e 38% a menos do que a receita de R$ 1,233 bilhão do trimestre anterior.
A queda, diz a empresa, pode ser explicada pelo menor volume de reconhecimentos de lançamentos e menor POC médio de vendas, principalmente devido ao menor volume de vendas de estoque pronto no período.
O POC (Percentage of Completion) é um indicador de evolução financeira da obra, que mede o seu andamento em termos de custos incorridos em relação ao total de custos orçados.
Os custos dos bens e serviços prestados, por sua vez, também diminuíram. O custo total no trimestre foi de R$ 504 milhões, 12,7% inferior ao mesmo período de 2019 (R$ 577 milhões) e 40,6% menor que no trimestre passado (R$ 848 milhões).
O lucro bruto operacional totalizou, assim, R$ 261 milhões, 32,2% a menos do que no quarto trimestre de 2019, quando totalizou R$ 385 milhões, mas 4,8% a mais do que os R$ 249 milhões reportados no primeiro tri de 2019.
A margem bruta viu melhora no trimestre, subindo para 34,1%, contra 31,2% no trimestre anterior e 30,1% no primeiro trimestre de 2019.
“A melhora na margem bruta da Cyrela se deu, principalmente, pela maior contribuição da usinagem no resultado consolidado da Companhia, que tipicamente possui margens acima da média”, diz o release de resultados da construtora.
Geração de caixa é impactada pelo MCMV
A geração de caixa da Cyrela foi de apenas R$ 13 milhões no trimestre, 94,7% menor que os R$ 245 milhões do trimestre anterior e 91,4% inferior aos R$ 150 milhões do primeiro trimestre do ano passado.
Segundo a companhia, essa grande redução se deu principalmente pela instabilidade, no período, nos repasses de vendas do Programa Minha Casa Minha Vida, decorrente da paralisação nos aportes de recursos da União nos subsídios aos clientes, além de um menor volume de vendas de estoque pronto no período.
Endividamento
Finalmente, o endividamento da companhia permaneceu mais ou menos estável. A dívida bruta totalizou R$ 2,511 bilhões, um pouco menos do que os R$ 2,514 bilhões do trimestre anterior, e a dívida líquida totalizou R$ 839 milhões.
Com isso, a alavancagem da companhia (dívida líquida/PL) ficou em 16,1%, ligeiramente menor que os 16,4% do trimestre anterior. No primeiro trimestre de 2019, a alavancagem era de 12%.
Impactos do coronavírus
Apesar de a Cyrela não ter atribuído nenhum aspecto negativo dos seus resultados à crise do coronavírus, a administração da construtora se pronunciou a respeito dos seus impactos na economia.
“Entendemos que estamos diante de um cenário ainda bastante incerto, e em função disso reforçamos o conservadorismo que sempre marca a nossa atuação. Por outro lado, estamos atentos às eventuais oportunidades que crises podem trazer, e temos confiança na resiliência do setor imobiliário residencial mesmo em cenários mais desafiadores”, diz o release de resultados.
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
