A recuperação da demanda por aço no País, combinada com o espaço que se tem para novos ajustes de preços e os resultados do segundo trimestre, fizeram o Credit Suisse elevar o preço-alvo para as ações preferenciais da Gerdau.
O valor passou de R$ 19,00 para R$ 26,00, representando um potencial de alta de 26,5% em relação ao fechamento de segunda-feira (28), de R$ 20,54. A recomendação permanece sendo de compra. Por volta das 11h30, as ações subiam 0,73%, a R$ 20,69. Acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.
Os analistas Caio Ribeiro e Gabriel Galvão fundamentaram a decisão nos dados do Instituto Aço Brasil (IABR), entidade representativa das empresas brasileiras produtoras de aço. Os números apontam para uma recuperação acentuada da demanda por aço longo, em formato “V”, puxada pelo setor de construção civil, as baixas taxas de juros e a retomada da confiança do consumidor.
Diante destes indicadores, eles decidiram elevar as estimativas para as vendas domésticas de aço, de uma contração de 7% para um crescimento de 2%. “Apesar dos impactos da pandemia na economia brasileira, a demanda por aço longo provou ser bastante resiliente, com as vendas já ficando estáveis no acumulado do ano, se recuperando de uma queda de 20% em abril, em base anual”, diz trecho do relatório.
A boa situação do mercado, combinada com os descontos na paridade dos preços de importação de aço, permitem realizar novos aumentos de preços nos próximos meses. As cotações no Brasil já passaram por três altas de desde julho, de 10%.
Um fator que também pode beneficiar a Gerdau são suas operações nos Estados Unidos, onde a demanda por aço está se recuperando gradualmente, graças à retomada das atividades nas montadoras. A possibilidade de um pacote de estímulo ser aprovado no país pode ajudar ainda mais os resultados.
Estas condições levaram os analistas do Credit Suisse a calcular um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) para a Gerdau de R$ 6 bilhões em 2020, o que representaria um aumento ante os R$ 5,7 bilhões apurados em 2019. Para 2021, eles esperam um Ebitda de R$ 7 bilhões.
Eles afirmam que as ações da Gerdau não são uma barganha, sendo negociadas a um múltiplo de 6,3 vezes o EV/Ebitda (indicador que mostra se uma empresa está sub ou supervalorizada), dentro da média história, que varia entre 6,0 e 6,5 vezes, mas destacam que ela deve registrar melhora dos resultados financeiros, podendo apresentar um EV/Ebitda de 7,0 a 7,5 vezes em 2021.