🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Resultados do 1º tri

Com queda em vendas e aluguéis, balanço da Multiplan já mostra impacto do coronavírus nos shoppings

Apesar da alta de 93,3% no lucro e do crescimento recorde no Ebitda, fechamento das lojas em meados de março já impactou negativamente uma série de números da operadora

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
29 de abril de 2020
20:43 - atualizado às 20:55
Fachada do Barra Shopping, um dos shoppings da Multiplan
Fachada do Barra Shopping, no Rio de Janeiro, um dos shoppings da Multiplan. - Imagem: Divulgação

A Multiplan anunciou, na noite desta quarta-feira (29), um lucro líquido de R$ 177,7 milhões no primeiro trimestre de 2020, alta de 93,3% em relação ao mesmo período de 2019, quando o resultado foi positivo em R$ 91,9 milhões. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 19,3%, atingindo R$ 556,8 milhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 343,7 milhões no período, um aumento recorde de 49,1% na comparação anual. Em 12 meses, a alta foi de 10,3%, para R$ 1,045 bilhão.

A companhia é a primeira operadora de shopping centers a divulgar resultados depois que a pandemia de coronavírus obrigou o fechamento da maior parte do comércio em todo o país. As medidas de "lockdown" começaram a valer em meados de março e já exibiram impactos neste primeiro balanço do ano.

Os efeitos não ficam claros à primeira vista, mas boa parte do crescimento do lucro líquido e do Ebitda da Multiplan deveu-se a medidas de cortes de custos, reversão da remuneração baseada em ações (voltada para executivos) e a um evento não recorrente, o ganho de R$ 48,3 milhões após aquisição de participação na Manati, empresa detentora do Shopping Santa Úrsula.

Excluída a remuneração baseada em ações contabilizada em ambos os períodos, o lucro líquido apresentaria um crescimento de 51,3% ante o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 155,7 milhões com uma margem de 47,8%. Já o Ebitda teria crescido 33,2%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Também contribuiu para o resultado um aumento de 5,9% na receita líquida na comparação anual, para quase R$ 326 milhões.

Leia Também

A receita bruta totalizou R$ 353 milhões, alta de 3,8% sobre o primeiro trimestre de 2019, "beneficiada pelas recentes aquisições e pelo desempenho durante os dois primeiros meses do trimestre, apesar dos impactos causados pela suspensão temporária de todas as operações em março", diz o comunicado divulgado pela empresa.

Outro fator que teve efeito sobre o lucro líquido da Multiplan foi a queda nas despesas financeiras após renegociações de dívidas e a queda na taxa Selic (a maior parte da dívida da empresa é indexada ao CDI). O custo da dívida da companhia atingiu o menor patamar da sua história, 4,73% ao ano no final de março.

Janeiro e fevereiro ainda seguraram a onda

O balanço do primeiro trimestre não chegou a ser amplamente impactado pelos efeitos do coronavírus, porque até a metade de março os shoppings ainda funcionaram normalmente. Mas uma análise dos dois primeiros meses e do mês de março mostra que, apesar das medidas de contenção de custos, o fechamento da maior parte das lojas - com exceção de serviços essenciais, como supermercados e farmácias - cobrou seu preço.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso fica bem nítido quando se analisam os indicadores de vendas. As vendas dos lojistas tiveram sua tendência de alta interrompida. O indicador cresceu 7,8% na base anual nos meses de janeiro e fevereiro, para R$ 2,5 bilhões. Se incluída a primeira metade de março, o crescimento foi de 7,3% em relação ao mesmo período de 2019.

No entanto, quando contabilizado o trimestre inteiro, as vendas dos lojistas caíram 10,2% em relação ao primeiro trimestre de 2019, para R$ 3,1 bilhões, impactadas justamente pela suspensão temporária das atividades a partir de 18 de março em razão do coronavírus.

Já indicador vendas mesmas lojas (referente às vendas de lojas em funcionamento há mais de um ano) subiu 5,5% no primeiro bimestre ante o mesmo período do ano anterior, mas caiu 11,8% no trimestre na comparação anual.

A mesma tendência é observada nas receitas com estacionamento (alta de 9,0% nos dois primeiros meses, mas queda de 11,3% no trimestre, atingindo R$ 46 milhões) e nas receitas com locação (alta de 9,0% nos dois primeiros meses, mas queda de 5,6% no trimestre, atingindo R$ 236,3 milhões).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O valor do aluguel nas mesmas lojas caiu 9,1% para R$ 108/m² por mês sobre o primeiro trimestre de 2019, primeira retração trimestral desde a abertura de capital da companhia.

No caso dos aluguéis, a Multiplan explicou que as receitas foram impactadas pelas melhores condições oferecidas aos lojistas em razão da suspensão das atividades a partir de meados de março. A companhia ofereceu um desconto de 50% no aluguel aos inquilinos que cumprissem suas obrigações contratuais.

A taxa de inadimplência no trimestre foi de 2,7%, apenas ligeiramente maior que a taxa de 2,4% do primeiro trimestre de 2019.

Empenho no corte de custos

Por outro lado, a Multiplan se empenhou no corte de custos, o que ajudou no resultado. A paralisação das atividades nos shopping centers inclusive possibilitou essa economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na comparação anual, houve uma queda de 11,7% nas despesas de sede e 16,7% nas despesas de propriedades (shoppings + torres corporativas). Este último item, no entanto, foi impactado por um evento não recorrente, despesas de IPTU parcialmente compensadas pelas recentes aquisições e provisões de inadimplência de aluguel de trimestres passados.

A manutenção de um caixa robusto também esteve entre as preocupações da companhia no primeiro trimestre. A Multiplan terminou o mês de março com R$ 1,15 bilhão em caixa, 25,8% a mais que no fim de dezembro de 2019, após assinar uma nova linha de crédito bilateral de R$ 250 milhões justamente para reforçar a liquidez.

Com essa nova linha de crédito e mais três obrigações decorrentes das recentes aquisições de participações minoritárias concluídas no primeiro trimestre, a dívida bruta da companhia foi para R$ 3,82 bilhões, alta de 21,5% ante o quarto trimestre de 2019 e 33,6% na comparação anual.

Já a dívida líquida foi para R$ 2,67 bilhões, alta de 19,8% ante o quarto tri e de 44,7% na comparação anual. A relação dívida líquida/Ebitda aumentou de 2,39 vezes em dezembro para 2,55 vezes em março.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Investimentos em ritmo mais lento

A Multiplan concluiu a aquisição de participações minoritárias em empreendimentos no primeiro trimestre, totalizando R$ 577,4 milhões. O total de investimentos no período teve valor de R$ 657,1 milhões.

A companhia resolveu suspender temporariamente os investimentos em projetos que estavam em estágios preliminares, assim como renovações de propriedades em operação.

Houve também a redução do ritmo da obra do Park Jacarepaguá, cuja abertura foi postergada para 2021.

"Além de considerar que o atual cenário pode levar a uma redução do ritmo de locação, a redução do CAPEX também visa preservar o caixa da Companhia. É importante destacar que nenhum projeto citado foi cancelado e todos devem ser retomados quando a Multiplan julgar apropriado, considerando sua estratégia de longo prazo", diz o comunicado divulgado pela empresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RETROSPECTIVA FINANCEIRA

O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025

29 de dezembro de 2025 - 6:16

Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva

O ANO DA VIRADA (DE NOVO)

A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa

28 de dezembro de 2025 - 17:56

Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar

ROTA DE LONGO PRAZO

Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas

28 de dezembro de 2025 - 15:34

O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores

APÓS A POLÊMICA LIQUIDAÇÃO

O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira

28 de dezembro de 2025 - 9:41

A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo

GALPÕES LOGÍSTICOS

Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar

27 de dezembro de 2025 - 15:34

De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez

E NEM É PREVISÃO DOS ASTROS

Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet 

27 de dezembro de 2025 - 14:29

Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001

PÉ NO FREIO

Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor

27 de dezembro de 2025 - 13:33

A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões

INDEPENDÊNCIA OU...

Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master 

27 de dezembro de 2025 - 12:59

Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”

ATENÇÃO, ACIONISTAS!

CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano

27 de dezembro de 2025 - 12:16

Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025

RESPIRO EXTRA

STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto

27 de dezembro de 2025 - 10:34

O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário

CONSTRUINDO O FUTURO

BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes

26 de dezembro de 2025 - 19:44

Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região

FUNDO IMOBILIÁRIO

FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra

26 de dezembro de 2025 - 19:21

Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência

BATEU O MARTELO

OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta

26 de dezembro de 2025 - 17:33

Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história

PREGÃO TURBULENTO

Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares

26 de dezembro de 2025 - 16:46

Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação

EXCLUSIVO

Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares

26 de dezembro de 2025 - 16:01

Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group

NOVELA CORPORATIVA

IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3

26 de dezembro de 2025 - 14:00

A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto

GRANDE COMPRA

Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história

26 de dezembro de 2025 - 13:21

Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup

FIM DA DISPUTA

Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3

26 de dezembro de 2025 - 12:30

O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas

DISPUTA DE ACIONISTAS

Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo

26 de dezembro de 2025 - 11:45

Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações

MAIS CHINELOS NO CARRINHO

Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas

26 de dezembro de 2025 - 9:36

Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar