Mercado é completamente insensível a casos como o do Carrefour, diz gestor pioneiro em ESG
Diretor da Fama Investimentos afirma que investidores só reagiram após a repercussão de assassinato de homem negro em unidade da rede, não com a morte em si; caso põe pressão sobre narrativa ESG
A reação do mercado financeiro ao assassinato de João Alberto de Freitas - homem negro que foi espancado por seguranças de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS) - mostra uma insensibilidade dos investidores com questões sociais.
A avaliação é do diretor da Fama Investimentos, Fabio Alperowitch. A gestora é especializada em fundos ESG — sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança, e que têm ganhado adesão do mercado financeiro nos últimos anos. Ao menos no discurso.
Para Alperowitch, a reação do mercado à brutal morte no Carrefour mostra que as pessoas não ficaram mais conscientes sobre as responsabilidades sociais de uma empresa, apesar da penetração do discurso ESG entre executivos e gestores.
Na sexta-feira (20), primeiro dia de pregão após o caso, as ações da rede de supermercados chegaram a subir. Só depois de ampla repercussão negativa da morte de Freitas é que os papéis caíram — mais de 5% na segunda-feira e menos de 1% nesta terça (24).
"Foi quando os investidores entenderam que isso pode afetar o Carrefour, que a empresa poderia ter menos lucro", diz o gestor. O último balanço da rede apresentou um lucro ajustado de R$ 757 milhões, em uma alta anual de 73,1%.
Segundo Alperowitch, o mercado não consegue estabelecer uma relação de causa e efeito para casos como o da morte de João Alberto de Freitas, além de não ser capaz de medir um posicionamento fraco da empresa. "O caso é uma punhalada naqueles que acreditam que o ESG é desenvolvido no Brasil", afirma.
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O discurso ESG no mercado brasileiro tem ganhado adesão nos últimos anos. A tese é de que empresas que valorizam esse lado podem ter melhores resultados porque não gastariam dinheiro com disputas na Justiça e atrairiam as novas gerações — que seriam mais preocupadas com questões sociais e ambientais.
É possível confiar no discurso?
Não existe uma auditoria independente do ESG. Empresas fazem uma autodeclaração apoiadas muitas vezes em relatórios socioambientais e na escolha de determinadas gestoras pelas ações de companhia.
O Carrefour está, por exemplo, em uma carteira de recomendações da Necton com princípios de ESG relativa ao mês de outubro. A empresa, até a morte de João Alberto de Freitas, também fazia parte da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial - que reúne 73 organizações, incluindo gigantes como Coca-Cola e Ambev.
Para Alperowitch, mais do que avaliar o discurso de uma empresa e se a companhia faz parte dessa ou daquela iniciativa, é preciso que o investidor note a coerência. "Uma companhia tomar atitudes de uma maneira isolada não dá resultado. É preciso mudar a cultura da empresa", diz.
O Carrefour é reincidente em casos de violência. Há cerca de três meses, uma unidade da empresa no Recife continuou aberta após a morte de um homem dentro do estabelecimento — houve uma tentativa de cobrir o corpo com guarda-sóis abertos.
Em 2018, um segurança de uma unidade da rede em Osasco matou uma cadelinha que vivia nos arredores do supermercado. As agressões em supermercados por parte de funcionários de empresas de segurança também não são exclusividade do Carrefour, conforme tem sido amplamente repercutido nas redes sociais nos últimos anos.
Empresa se move
Diante da repercussão do caso, o Carrefour anunciou nesta segunda um fundo de R$ 25 milhões para iniciativas de combate ao racismo.
Segundo a empresa, as iniciativas compreenderão ações internas e projetos de âmbito externo "visando promover ações que envolvam seus milhares de colaboradores e também seus públicos externos".
A companhia também prometeu reverter em doação o resultado das vendas realizadas em 20 de novembro. Em nota, o Carrefour disse que romperia o contrato com a empresa terceirizada envolvida na morte de João Alberto de Freitas.
Em vídeo veiculado em espaço pago durante intervalo do Jornal Nacional, na TV Globo, Noel Prioux, presidente do grupo, pediu desculpas pelo que ele definiu como uma "tragédia de dimensões incalculáveis".
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