BRF tem prejuízo de R$ 38 milhões no 1º trimestre, mas mostra evolução no lado operacional
A BRF reportou um crescimento de mais de 20% na receita líquida no primeiro trimestre e mostrou outras tendências animadoras no lado operacional. Apesar disso, ainda fechou o período no vermelho, embora tenha reduzido as perdas em relação ao mesmo intervalo de 2019
A BRF pegou o mercado de surpresa e divulgou seus resultados trimestrais já na noite deste domingo (10) — oficialmente, os números seriam reportados na segunda (11), antes da abertura do pregão. E, embora a companhia tenha mostrado uma melhoria significativa no lado operacional, essa evolução não foi suficiente para tirá-la do vermelho.
Entre janeiro e março de 2020, a BRF registrou prejuízo líquido de R$ 38 milhões, uma cifra que, embora negativa, não é de todo ruim: considerando apenas as operações continuadas, a empresa teve perdas de R$ 113 milhões no mesmo período do ano passado; em termos societários, o prejuízo da companhia no primeiro trimestre de 2019 foi de R$ 1,012 bilhão.
Essa redução das perdas ocorreu graças às tendências mais saudáveis registradas pela BRF em termos operacionais. A começar pela geração de receita, que somou R$ 8,95 bilhões no trimestre — uma alta de 21,6% na base anual.
O bom desempenho das vendas foi registrado de maneira mais ou menos semelhante em todos os mercados de atuação da BRF. No segmento Brasil, foram vendidas 562 mil toneladas de produtos, uma alta de 10,7% na base anual — a receita líquida aumentou 18,1%, chegando a R$ 4,655 bilhões.
No segmento internacional, as métricas foram parecidas: uma expansão de 6,6% no volume vendido, para 457 mil toneladas, com um crescimento de 25,6% na receita líquida, para R$ 4,013 bilhões.
Naturalmente, chama a atenção o fato de as receitas líquidas terem avançado num ritmo muito superior ao volume de vendas — um efeito que possui relação direta com o aumento nos valores dos produtos. No primeiro trimestre deste ano, o preço médio praticado pela BRF chegou a R$ 8,23 por quilo, alta de 12,5% em um ano.
Leia Também
"Os resultados do 1T20 corroboram o acerto da rota estabelecida em nossa estratégia de longo prazo, que tem seus alicerces baseados na excelência operacional, no crescimento com rentabilidade, em uma organização de alto desempenho, na complementaridade das nossas operações (push & pull) e na nossa disciplina financeira", escreveu Lorival Nogueira Luz Jr., diretor presidente global da BRF, em mensagem aos acionistas.
Custos ainda pesados
Se a geração de receita da BRF cresceu tanto, por que a companhia continua dando prejuízo?
Ao analisarmos o balanço, dá pra ver que essa "gordura" acumulada pela companhia vai sendo queimada pelas diversas linhas de gastos: somente os custos relacionados às vendas, por exemplo, totalizaram R$ 6,69 bilhões, uma alta de 14,6% em um ano.
As despesas operacionais avançaram 13,9% na mesma base de comparação, para R$ 1,46 bilhão; as despesas com vendas subiram 15,5%, para R$ 1,31 bilhão; as despesas administrativas expandiram 0,9%, para R$ 143 milhões.
Apesar de todos esses efeitos, o Ebit — o lucro antes de juros e impostos, uma medida de desempenho operacional — ficou em R$ 555 milhões no primeiro trimestre deste ano, avançando 250,6% ante o mesmo período de 2019. A margem Ebit saltou de 2,1% para 6,2%.
A última peça no quebra-cabeças financeiro da BRF vem do resultado financeiro líquido, que ficou negativo em R$ 606 milhões — um aumento de 35,3% na base anual.
Com todas essas despesas e pressões negativas, chegamos ao prejuízo de R$ 38 milhões no trimestre. No entanto, a expansão na receita e a melhoria expressiva na margem Ebit certamente mostram tendências animadoras por parte da BRF.
Reforçando o caixa
Outra notícia positiva foi o forte fluxo de caixa operacional, que chegou a R$ 1,52 bilhão no trimestre — entre janeiro e março de 2019, a cifra foi bem menor, de R$ 512 milhões.
"Além da melhora do resultado operacional da Companhia, associada à expansão de receita e fortalecimento da rentabilidade em praticamente todos os mercados de atuação, o menor capital de giro empregado também contribuiu para melhorar conversão em caixa do resultado operacional do período", disse a empresa.
Com isso, o fluxo de caixa livre da BRF no trimestre totalizou R$ 2,77 bilhões, ante R$ 253 milhões há um ano. Ao fim de março, a companhia tinha uma posição de caixa de R$ 8,98 bilhões — no término do primeiro trimestre de 2019, o caixa era de R$ 6,27 bilhões.
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
Black Friday 2025: Americanas promete até 80% de desconto e aposta em programa de fidelidade
A campanha transforma cada sexta-feira de novembro em um dia de ofertas, com novas modalidades de compra e parcelamento sem juros
Itaú Unibanco (ITUB4) supera expectativas com lucro de R$ 11,8 bilhões no 3T25; rentabilidade segue em 23%
O resultado veio acima das expectativas de analistas de mercado; confira os indicadores
Ligou o alerta? Banco Central quer impor novas regras para bancos que operam com criptomoedas
A proposta funciona como um farol para para o sistema financeiro e pode exigir mais capital de bancos expostos a bitcoin, tokens e outros ativos digitais
O homem que previu a crise de 2008 aposta contra a febre da IA — e mira Nvidia e outra gigante de tecnologia
Recentemente, a Nvidia atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado; nesta terça-feira (4), os papéis operam com queda de mais de 2% em Nova York
O golpe do cashback: como consultores aproveitaram uma falha no sistema para causar prejuízo milionário à Natura (NATU3)
Uma fraude sofisticada, que explorava falhas no sistema de cashback e distribuição de brindes da Natura, causou um prejuízo estimado em R$ 6 milhões à gigante brasileira de cosméticos
‘Ultra-hard-discount’: Como funciona o modelo de desconto extremo do atacarejo que vai desembarcar no Brasil em breve
Rede russa Vantajoso promete revolucionar o varejo alimentar brasileiro com o modelo ultra-hard-discount, que aposta em lojas compactas, margens mínimas e preços ainda mais baixos que os atacarejos
Embraer (EMBJ3): “Acionistas não devem esperar o pagamento de dividendos adicionais”, diz CEO; tarifaço também preocupa investidores, e ações caem
Ações estão em queda hoje depois da divulgação de resultados da fabricante de aeronaves. Tarifaço e dividendos afetam as ações EMBJ3
O que a Vale (VALE3) disse à CVM sobre o pagamento de dividendos extraordinários
Questionada pela CVM, a mineradora respondeu sobre o que pode levá-la a pagar dividendos extraordinários no último trimestre do ano
Itaú Unibanco (ITUB4) deve entregar mais um trimestre previsível — e é exatamente isso que o mercado quer ver no 3T25
Enquanto concorrentes tentam lidar com carteiras mais arriscadas e provisões pesadas, o Itaú deve entregar previsibilidade e rentabilidade acima dos 20%; veja o que os analistas esperam para o balanço
Por que a XP reduziu as projeções para Prio (PRIO3), Brava (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3) às vésperas dos resultados do 3T25
A XP alerta que os principais riscos incluem queda do Brent abaixo de US$ 65 por barril e fatores específicos de cada empresa
BB Seguridade (BBSE3) supera expectativas com lucro de R$ 2,6 bilhões; confira os números
No ano, a seguradora do Banco do Brasil (BBAS3) vive questionamentos por parte do mercado em meio à queda dos prêmios da BrasilSeg, também agravada pela piora do agronegócio
Quando começa a Black Friday? Confira a data das promoções e veja como se preparar
Black Friday 2025 começa oficialmente em 28 de novembro, mas promoções já estão no ar em gigantes do e-commerce; veja o calendário e se programe
Apple (AAPL), Amazon (AMZN) e outras: o que esperar das Sete Magníficas depois do balanço e como investir
Entre as sete, apenas uma, a Nvidia, ainda não divulgou seus resultados trimestrais: os números devem sair no dia 19 de novembro
No topo, o único caminho é para baixo: BTG corta recomendação da Marcopolo (POMO4) para neutro
Na visão do banco, o terceiro trimestre mostrou margens fortes com melhora do mix doméstico e contribuição relevante de ônibus elétricos. Apesar disso, o guidance da administração sugere que o trimestre marcou o pico de rentabilidade de 2025
