Bombardier despenca 30% com projeção de resultados fracos e possível rompimento com a Airbus
Os papéis da empresa canadense desabaram na bolsa de Toronto, com os investidores temendo pelo futuro da empresa após resultados abaixo do esperado e o possível fim da parceria estratégica com a Airbus
As ações da fabricante de aeronaves Bombardier atravessaram, nesta quinta-feira (16), o pior pregão de sua história. É isso mesmo: a empresa canadense nunca tinha tido um desempenho tão ruim na bolsa quanto o visto hoje.
- Leia também [Patrocinado]: as melhores ações para quem quer ganhar dinheiro em 2020
Os papéis da companhia (BBD-B) despencaram 31,84% na bolsa de Toronto, a 1,22 dólar canadense. Na mínima do dia, chegaram a desabar impressionantes 38,5%, a C$ 1,10 — uma desempenho nunca antes registrado pela companhia.
Toda essa espiral negativa foi originada pelos dados financeiros preliminares no quarto trimestre, divulgados mais cedo pela Bombardier. Os números traçaram um futuro bastante nebuloso para a companhia e trouxeram um desdobramento que não era esperado pelo mercado.
Entre outros pontos, a empresa canadense projeta receitas totais de US$ 4,2 bilhões nos três últimos meses de 2019, totalizando US$ 15,8 bilhões no acumulado do ano — cifras inferiores às estimativas fornecidas pela própria Bombardier nos últimos anos.

O fluxo de caixa é outra preocupação: entre outubro e dezembro, a Bombardier prevê a geração de US$ 1 bilhão, cerca de US$ 650 milhões abaixo das projeções. O montante é insuficiente para cobrir o buraco formado no restante do ano: mesmo com o saldo positivo no quarto trimestre, o fluxo ainda ficará negativo em US$ 1,2 bilhão em 2019.
E por que os dados vieram tão ruins? Segundo a empresa, o desempenho se deve às ações tomadas para resolver os problemas nos projetos do setor de transporte por trilhos, ao pagamento de despesas e aos gastos relacionados às entregas de aeronaves no primeiro trimestre de 2020.
Leia Também
Aqui cabe um adendo: a Bombardier é conhecida por fabricar aeronaves comerciais de médio porte — é a principal competidora da Embraer nessa categoria. Mas, diferente da companhia brasileira, os canadenses também possuem um braço de transportes terrestres, produzindo trens.
E esse segmento é responsável por grande parte das preocupações. Apenas no quarto trimestre, o Ebit ajustado do setor de trilhos deve ficar negativo em US$ 230 milhões.
Por outro lado, o setor de aviação continua relativamente saudável: ao todo, a Bombardier entregou 58 aeronaves no quarto trimestre, totalizando 175 pedidos concluídos no ano. A margem Ebit para esse segmento deve ficar em cerca de 7%, dentro das estimativas da empresa.
Adeus, Aribus?
Em meio às decepções, a Bombardier diz estar reavaliando sua parceria com a Airbus. Juntas, as empresas desenvolvem as aeronaves da família A220 — originalmente conhecidos como C-Series.
Segundo os canadenses, apesar de o A220 estar ganhando espaço no mercado, há a percepção de que a parceria precisará de mais investimentos por parte da Bombardier, de modo a dar suporte à demanda crescente — um cenário que atrasaria o cronograma financeiro da cooperação e geraria um menor retorno a ambas as partes.
"Isso pode impactar de maneira decisiva o valor da parceria", afirma a empresa, em mensagem aos acionistas. "Eventuais reduções de participação no programa ainda dependem da conclusão das análises internas, e serão divulgados apenas nos resultados financeiros do quarto trimestre".
A revelação pegou os investidores de surpresa, uma vez que a parceria Bombardier-Airbus foi firmada há pouco tempo, em 2017 — na ocasião, as ações da Embraer sofreram pesadamente, em meio à percepção de que a Bombardier tornaria-se um competidor muito forte no segmento de aviões de médio porte.
Na bolsa de Paris, as ações da Airbus (AIR) fecharam em baixa de 0,64%. Por aqui, os papéis ON da Embraer (EMBR3) recuaram 1,75% — acompanhe a cobertura de mercados nesta quinta-feira.
A Bombardier irá reportar o balanço do quarto trimestre no próximo dia 13 de fevereiro. Até lá, espere muita volatilidade nos papéis da empresa canadense.
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
