Controle de danos: Ibovespa reduz perdas com siderúrgicas, Guedes e NY e fecha em queda de 0,3%
Dólar avança 0,5% com cautela global por segunda onda de covid-19 na Europa e falta de estímulos nos EUA

O dia de hoje dos mercados tinha tudo para ser uma sangria, na esteira da cautela espalhada entre os investidores do mundo inteiro.
Mas a visão de que o cenário político local está relativamente aliviado somada à expectativa positiva para os balanços corporativos e a redução das perdas em Nova York foi capaz de um controle de danos importante.
No fim da sessão, o Ibovespa entregou uma queda bem reduzida frente ao pior momento intradiário: fechou em baixa de 0,28%, para 99.054,06 pontos, mantendo (por pouco) o patamar de 99 mil e ainda buscando a marca psicológica de 100 mil.
Na mínima, o principal índice acionário da B3 apresentou forte queda de 1,57%, para 97.778,26, ainda durante a abertura, pressionado pelas notícias negativas na Europa e nos Estados Unidos.
Do velho continente continuam a vir sinais preocupantes a respeito do desenvolvimento da covid-19, em meio a novas medidas de restrição de circulação decretadas por alguns países, o que eleva o receio sobre a retomada econômica.
Dos Estados Unidos, por sua vez, a história é antiga: as expectativas sobre o pacote fiscal do governo continuam negativas, após a fala de ontem do secretário do Tesouro do país, Steven Mnuchin, notando que dificilmente haverá um acordo antes das eleições, e não há novidades no sentido de aprovação do pacote.
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Estes fatores inspiraram cautela que pesou sobre as bolsas globais e arrastou a bolsa brasileira, mas o bom desempenho de siderúrgicas e uma fala do ministro Paulo Guedes desanuviaram o cenário.
Política e siderúrgicas ajudam
O chefe da pasta da Economia afirmou à CNN Brasil que pode desistir da criação de um novo imposto sobre transações digitais nos moldes da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), indicando aos investidores maior flexibilidade para a negociação política de reformas.
"Talvez eu desista", disse Guedes, que também afirmou que o novo imposto, se for criado, não vai financiar o programa social do governo, o Renda Cidadã. "Não tem aumento de imposto, não existe aumento de imposto", afirmou o ministro.
A declaração de Guedes se elenca em uma série de gestos mais positivos provenientes do cenário político recentemente, entre os quais estão a reconciliação entre o ministro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e a previsão de que o relatório da reforma tributária será votado em Comissão Mista até 10 de dezembro, o que aponta que a agenda pró-mercado voltará à pauta do Congresso ainda em 2020.
"Isso melhorou o cenário, e até as ações dos bancos chegaram a ficar no positivo no Ibovespa", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor, sobre a fala de Guedes. Hoje, entre essas empresas apenas o papel ordinário do Banco do Brasil (BBAS3) teve alta, avançando 0,65%.
Segundo Igor Cavaca, analista da Warren, o gesto injetou um pouco de ânimo no mercado. "Além disso, iniciamos a temporada de balanços no país, e a expectativa é que os resultados venham melhores do que o esperado", afirma ele, uma vez que hoje a CSN inaugura a temporada de resultados do terceiro trimestre.
A Usiminas e a CSN lideraram as altas percentuais do índice hoje, seguidas pela JBS.
"Acho que balanços de empresas devem demonstrar uma melhora contínua, após impacto cheio da pandemia no anterior", diz Victor Hasegawa, gestor da Infinity Asset.
Top 5
As siderúrgicas e a JBS foram as maiores altas percentuais do dia no Ibovespa. A projeção para um forte balanço guiou a CSN e puxou a Usiminas.
A expectativa é que a CSN apresente um lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 871 milhões visto um ano antes. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado pode chegar a R$ 3,2 bilhões, uma alta de 104% em um ano.
Enquanto isso, a JBS surfou ainda o otimismo dos investidores após acordo com a Justiça dos EUA em que a controladora J&F aceitou pagamento de multa, além da elevação de rating da S&P, de BB para BB+, com perspectiva estável.
Veja as maiores altas do dia:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO | VARIAÇÃO |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 10,85 | 6,06% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 19,45 | 5,71% |
JBSS3 | JBS ON | R$ 22,40 | 4,28% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 18,16 | 2,77% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 27,96 | 2,53% |
Os contratos de petróleo no mercado internacional, tanto o WTI quanto o tipo Brent, sofreram baixas hoje. Em linha com isso, as ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) da Petrobras recuaram 1,10%. Seguindo tal desempenho, a maior queda do Ibovespa nesta quinta foram as ações da PetroRio (PRIO3), acima de 5%.
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO | VARIAÇÃO |
PRIO3 | PetroRio | R$ 36,23 | -5,60% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 5,04 | -3,45% |
ABEV3 | Ambev ON | R$ 13,44 | -2,61% |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 67,07 | -2,40% |
IRBR3 | IRB ON | R$ 7,00 | -2,23% |
Bolsas americanas limitam perdas
Os principais índices acionários americanas apresentaram perdas, marcando o terceiro dia seguido de queda, embora tenham se distanciado das mínimas.
O Dow Jones fechou em queda de 0,07%, o S&P 500, 0,15%, e o Nasdaq amargou a maior perda, de 0,47%.
Lá fora, dois fatores pesaram no humor do investidor e afligiram os nervos.
O primeiro se refere aos temores relativos à segunda onda de coronavírus na Europa. O governo da França, por exemplo, impôs toque de recolher a uma série de cidades, incluindo Paris, e o de Portugal decidiu pelo estado de calamidade — em ambos os casos, medidas que restringem a circulação de pessoas.
O governo inglês, por sua vez, já fala em novas medidas de distanciamento.
O segundo fator que desanima os investidores são as negociações emperradas para a aprovação de um novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos. Ontem, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, admitiu que é improvável que o pacote saia antes das eleições presidenciais.
No entanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse à Fox Business que tentaria um valor maior do que o atualmente pleiteado por Mnuchin em conversas com a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, de US$ 1,8 trilhão.
O comentário do republicano vem após Mnuchin sinalizar que poderia haver concessões aos democratas para firmar um pacote antes das eleições.
Ainda falando da economia americana, outra fator contribuiu com o ambiente de aversão.
É que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram 53 mil na semana, a 898 mil, resultado frustrou a expectativa de analistas, que previam queda para 830 mil.
Dólar e juros sobem
Enquanto isso, em meio à cautela adotada pelos investidores, o dólar à vista marcou alta de 0,46%, para R$ 5,6155, demonstrando a preferência de alocações no "porto seguro". Na mínima, chegou a cair 0,14%, para R$ 5,5905.
O Dollar Index (DXY), índice que compara a moeda a uma cesta de divisas como euro, libra e iene, mostra avanço de 0,45%, indicando tendência de fortalecimento global do dólar hoje.
"Foi o cenário externo, com a segunda onda e dúvidas sobre o fiscal", diz Camila Abdelmalack, economista da Veedha Investimentos. "Acompanhou o CDS [indicador do risco de calote do país], que subiu de novo."
Após o alívio visto nas últimas sessões, os juros futuros fecharam em alta nesta quinta, acompanhando o ambiente de "risk-off".
As taxas dos vencimentos de janeiro de 2023 e janeiro de 2025 reduziram o avanço após a fala do chefe da pasta da Economia.
Veja as taxas de fechamentos dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,971% para 1,970%
- Janeiro/2022: de 3,21% para 3,31%
- Janeiro/2023: de 4,56% para 4,69%
- Janeiro/2025: de 6,43% para 6,59%.
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