Anatel aprova operação de compra da Warner Media pela AT&T
Julgamento do processo foi retomado pelo Conselho Diretor nesta quinta-feira após um pedido de vista

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou a compra da produtora de conteúdo Warner Media pela operadora AT&T. A operação foi aprovada por 3 votos a 2. O julgamento do processo foi retomado pelo Conselho Diretor nesta quinta-feira, 6, após um pedido de vista do conselheiro Moisés Queiroz Moreira. A informação da aprovação do negócio pela Anatel foi antecipada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Moreira deu voto favorável à fusão, acompanhando o mérito da análise do relator original, conselheiro Vicente Aquino, com modificações. Em sua avaliação, a legislação brasileira sobre o tema não se aplica a empresas que não possuem sede no Brasil e, portanto, não há ilegalidade na operação. Aquino tinha entendimento semelhante, mas havia proposto que a Anatel adotasse medidas para evitar concorrência predatória.
"Entendo que a vedação legal é restrita a agentes com sede no Brasil, não alcançando a operação tratada", disse Moreira. Ele acrescentou ainda que considera essa vedação "datada, pertinente no momento em que a lei foi editada, em 2011", mas desconsidera a existência de serviços OTT (over the top), que utilizam banda larga para fornecimento de conteúdo - como Netflix, por exemplo.
Como o ex-conselheiro Aníbal Diniz já tinha dado aval à proposta antes de deixar a agência, em novembro, houve maioria favorável à operação no Conselho Diretor.
O conselheiro Emmanoel Campelo votou contra a proposta. "Não me parece razoável um entendimento permissivo em relação a esses dispositivos para o presente caso e qualquer outro semelhante", afirmou. "Acho que a lei é muito clara e expressa em relação a essa proibição", acrescentou.
Para Campelo, a interpretação aprovada pela Anatel nesta quinta permite tratamento diferenciado a empresas estrangeiras em relação às nacionais e afronta a ordem jurídica. "Muito provavelmente esse entendimento vai causar judicialização", disse, citando pareceres da área técnica e da Procuradoria Federal Especializada, representante da Advocacia-Geral da União (AGU) na Anatel.
Leia Também
O presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, apresentou voto divergente durante a reunião, contrário à aprovação da operação. Segundo ele, embora a lei seja anacrônica e excessiva, ela é clara ao vedar a propriedade cruzada entre prestadoras de serviços de telecomunicações e a cadeia de programadores. Sua proposta previa que a AT&T se adequasse à legislação brasileira e deixasse o controle da Sky em até 18 meses.
"Entendo que é pertinente restrição da lei? Não, absolutamente não", disse Morais, ressaltando, porém, que essa proibição é um dos principais pilares da lei. "Sem embargo, constitui regra clara, objetiva e específica estabelecida pelo legislador democrático."
Legislação
O caso foi analisado pela Anatel porque a Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) proíbe que operadoras detenham mais de 30% de emissoras, programadoras e empacotadoras de conteúdo audiovisual.
O intuito dessa legislação era impedir a verticalização no setor e práticas de preços predatórios nos pacotes das empresas, impondo dificuldades a concorrentes que quisessem ter acesso aos canais de TV detidos por um grupo.
No caso dessa operação em específico, a operadora AT&T passou a controlar a Warner Media, dona da CNN, HBO, Cartoon Network, TNT e os estúdios Warner Bros, entre outros. No Brasil, o grupo norte-americano AT&T controla a Sky, por isso há controvérsias sobre o caso. A Sky, hoje, detém 30% do mercado de TV por assinatura, com 5 milhões de assinantes.
Em atendimento às disposições da lei do SeAC, sancionada em 12 de setembro de 2011, a Globo, nos últimos anos, teve de vender sua participação na operadora Net (hoje controlada pela Claro) e sair do controle da Sky.
Reunião anterior
Em 22 de agosto, Aquino, relator do caso, havia votado pela aprovação da operação, ao considerar que a Anatel poderia adotar medidas para mitigar riscos de possível abuso de poder por parte da Sky. Aníbal Diniz, que ainda compunha o conselho, votou com Aquino, e Moreira pediu vista.
Naquela reunião, Campelo e Morais evitaram se posicionar, mas sinalizaram que o ideal seria que o Congresso aprovasse uma nova lei sobre o caso. Uma iniciativa nesse sentido chegou a ser apresentada pelo senador Vanderlan Cardoso (PP-GO), mas a matéria não avançou.
Como Aníbal Diniz já havia registrado seu posicionamento no ano passado, o conselheiro Carlos Baigorri, que assumiu o cargo em caráter temporário neste ano, não votou. Ele reforçou, porém, a necessidade de uma revisão do marco legal do setor para criar segurança aos agentes do mercado.
Eduardo Bolsonaro
A análise do processo foi influenciada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que, na época, era cotado para assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos e, por isso, defendia a aprovação da proposta.
Isso porque o presidente dos EUA, Donald Trump, fez lobby para a conclusão da compra - uma operação de US$ 85,4 bilhões, realizada em 2016, já aprovada em 18 países.
O deputado iniciou o movimento depois de ter sido indicado informalmente ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro. A nomeação, porém, precisava ser formalizada pelo Palácio do Planalto e, depois, aprovada pelo Senado.
Diante das sinalizações de que o deputado poderia ter o nome rejeitado no Senado, Bolsonaro desistiu da indicação do filho 03. Desde então, ele não tem se manifestado publicamente sobre o caso.
A compra da Warner Media pela AT&T foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outubro de 2017, com algumas restrições que valerão por cinco anos. As duas empresas terão de se manter separadas no País, com CNPJs e estruturas próprias. A Warner Media terá de oferecer seus canais a todas as operadoras que tiverem interesse.
Petrobras (PETR4) vendeu combustível mais caro que o normal? O Cade está na dúvida e decidiu investigar
Conselho irá apurar se a petroleira vendeu combustíveis por preços mais altos para uma refinaria privada na Bahia; ao total, existem pelo menos 11 investigações abertas envolvendo a estatal
brMalls (BRML3) e Aliansce (ALSO3): proposta de fusão deve ser discutida em assembleia extraordinária; veja detalhes dessa novela
Vale lembrar que a brMalls solicitou ao Cade a revisão da aquisição de participação na empresa pela rival, que já teve duas ofertas rejeitadas
Cade supera barraco, desconsidera recurso e mantém aprovação da venda Oi Móvel (OIBR3) para rivais
O Cade manteve o acordo, mas aprovou por unanimidade a incorporação de imposições unilaterais que assegurem a mitigação dos riscos concorrenciais no setor de telecomunicações
Cade julga hoje recurso que pode barrar venda da divisão móvel da Oi (OIBR3) para rivais; acompanhe ao vivo
O recurso em questão foi apresentado na semana passada pela Telcomp e questiona o acordo final entre o órgão e as empresas envolvidas
Cade julga na próxima semana recurso que pode barrar venda da divisão móvel da Oi (OIBR3) para rivais; entenda
O recurso em questão foi apresentado ontem pela Telcomp e questiona o acordo final entre o órgão e as empresas envolvidas
E agora Oi (OIBR3)? Telcomp questiona acordo final fechado pelo Cade para a venda da Oi Móvel; veja detalhes do recurso
A associação apresentou um recurso contra a decisão que aprovou a venda do negócio de telefonia móvel da empresa para as rivais Claro, Vivo e Tim
Um olhar mais de perto: Cade decide aprofundar a análise sobre a aquisição da Extrafarma
Hapvida e Intermédica também passaram pelo mesmo processo e tiveram a fusão aprovada pelo órgão regulador em dezembro do ano passado
Oi (OIBR3) em festa? Ação tem potencial para subir 100% no longo prazo e dobrar patrimônio de quem investir após aprovação da venda da Oi Móvel para Vivo, Tim e Oi
Depois de uma série de reviravoltas, o Cade finalmente aprovou a venda da Oi Móvel para Vivo, Tim e Oi e as ações já sobem quase 47% nos últimos 30 dias. Para a analista da Empiricus, Cristiane Fensterseifer pode dobrar daqui para frente; confira os riscos e oportunidades
TIM, Vivo ou Claro? Saiba qual será a sua operadora de celular com a venda da rede móvel da Oi (OIBR3)
A aliança terá 18 meses para incorporar as linhas da Oi Móvel. DDD será o principal critério na redistribuição dos 42 milhões de clientes.
Oi passa por teste de fogo no Cade para a venda de rede móvel; OIBR3 sobe quase de 10% antes de julgamento
Conselho decide na quarta-feira (08) se apoia negócio com aliança formada por TIM, Vivo e Claro em meio à recomendação de reprovação do acordo pelo Ministério Público Federal
Conselheiro pede vista e Anatel adia decisão sobre venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo; OIBR3 tem forte queda
Ações da Oi seguiam em disparada antes do pedido de vista; Anatel voltará a discutir a venda em 10 de fevereiro
Superintendência do Cade dá sinal verde para compra do Big pelo Carrefour, mas prescreve remédios para evitar concentração; entenda
O órgão prevê medidas estruturais e comportamentais para mitigar os problemas concorrenciais identificados durante a análise da operação
Cade aprova sem restrições a compra da MAP Transportes Aéreos pela Gol (GOLL4)
Negócio foi anunciado em junho de 2021 pelo montante de R$ 28 milhões, pagos em dinheiro e ações
Olha o gás: Estados conseguem liminares contra aumento de 50% pela Petrobras; veja se sua região está na lista
Para Abegás, liminares podem ser cassadas já que tem caráter provisório, mas isso só deve acontecer após virada do ano. Cade deve deliberar sobre o assunto em 2022.
Em presentão de Natal, superintendência do Cade aprova incorporação da Focus Energia pela Eneva (ENEV3)
Reorganização societária passou sem restrições na decisão anunciada nesta véspera de Natal
Movida (MOVI3) vai comprar a Marbor por R$ 130 milhões
Segundo a companhia, a aquisição tem por objetivo aumentar sua carteira de clientes no segmento de gestão e terceirização de frotas; entenda
Lua de mel na bolsa: Hapvida (HAPV3) e Intermédica (GNDI3) disparam com aprovação do Cade; veja o que os analistas pensam sobre o casamento
O sinal verde já é bom, mas o fato de a fusão ter sido aceita sem restrições pelo órgão animou ainda mais os investidores hoje
Nasce um gigante: Cade aprova fusão entre Hapvida (HAPV3) e Intermédica (GNDI3) sem restrições
A fusão ocorrerá por meio da incorporação das ações da Intermédica pela Hapvida e dará origem a uma das maiores provedoras de saúde do mundo
Cade aprova fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) com restrições mais duras; ações sobem mesmo assim
O Tribunal do Cade decidiu favoravelmente à operação, por 3 votos a 2; Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) terão que vender ativos
Mosaico (MOSI3) e Banco Pan (BPAN4) disparam quase 6% com aprovação do Cade para a incorporação
O Cade aprovou sem restrições a compra da Mosaico pelo Banco Pan; para Itaú BBA movimento é estratégico