Alaska atinge 200 mil cotistas nos fundos e tem ações novas na carteira
Magazine Luiza segue como principal posição da gestora, que possui R$ 17 bilhões em patrimônio e avançou entre o público de varejo mesmo sem ter fundos distribuídos por grandes bancos
Ney Miyamoto estava em contagem regressiva desde a semana passada, quando o encontrei para fazer esta entrevista. Na tarde de quarta-feira, recebi do gestor e sócio da gestora de fundos Alaska um e-mail curto com um número: 199.639.
Imaginei que a forte queda da bolsa até o meio da tarde de ontem poderia interromper a contagem, mas não foi o que aconteceu: a Alaska alcançou nesta quinta-feira a marca de 200 mil investidores em seus fundos, que contam com um patrimônio da ordem de R$ 17 bilhões.
O número foi alcançado sem que os fundos fossem distribuídos diretamente por nenhum grande banco. Ou seja, a popularidade da Alaska é um fenômeno direto do avanço das plataformas independentes de investimento.
“A quantidade de cotistas é mais gratificante do que o volume sob gestão, principalmente para a Angela e o Luiz”, me disse Miyamoto, em referência aos sócios Angela Freitas e Luiz Alves Paes de Barros.
As iniciais dos dois compõem as três primeiras letras do nome da Alaska, junto com a Skipper, a antiga gestora de Henrique Bredda – hoje o mais popular do grupo, com seus 108 mil seguidores no Twitter.
O crescimento da gestora no varejo impressiona porque os fundos operam com doses nada triviais de risco, algo que o investidor médio costuma abominar. Eles se mantiveram firmes no barco mesmo em momentos de forte queda das cotas – a mais recente foi em agosto passado.
Leia Também
A gestora também se beneficiou do movimento de migração do dinheiro dos investidores da renda fixa para a bolsa com a queda dos juros. O que surpreende na captação é o fato de 2019 não ter sido o ano de maior brilho da Alaska no quesito rentabilidade.
O retorno do Alaska Black Institucional, que investe apenas em ações, foi de 31,12% em 2019, praticamente empatado com a alta de 31,58% do Ibovespa. O Alaska Black II – que também aloca parte do patrimônio nos mercados de câmbio e juros – foi de 40,94%.
“Foi bom, mas a gente esperava mais”, disse Miyamoto, ao ponderar que a rentabilidade anual conta pouco da história da carteira do fundo.
Caras novas
O ano foi marcado por algumas mudanças na carteira da Alaska, conhecida por manter as posições por períodos bem longos, na linha da estratégia adotada por Luiz Alves, que fez fortuna e se tornou um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira antes de começar a administrar o dinheiro de terceiros.
O período marcou a saída dos papéis da Comgás, vendidos na oferta pública de aquisição (OPA) realizada pela Cosan, controladora da companhia.
O fundo também ganhou duas novas ações, ambas com participação pequena na carteira: Kepler Weber e Iochpe Maxion. A primeira veio de um coinvestimento com a gestora Tarpon na operação que marcou a saída da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) da empresa que fabrica silos agrícolas.
Já a fabricante rodas e componentes automotivos entrou para a carteira por contar um dos ingredientes que mais agrada aos gestores do Alaska: uma alta taxa interna de retorno (TIR) esperada.
“Gostaríamos de ter uma posição maior, mas a liquidez dos papéis hoje não permite”, diz Miyamoto.
Magazine Luiza é tetra
Mesmo com as mudanças, a maior posição da Alaska segue com o Magazine Luiza. O investimento na empresa fez a fama da gestora, que pegou praticamente todo o ciclo de valorização de mais de 18.000% do papel.
A varejista manteve a posição mesmo depois da venda uma parte dos papéis pela gestora. “Em número de ações, nunca tivemos tão pouco de Magazine Luiza”, me disse Eduardo Mestieri, o analista e sócio que atuou diretamente no processo de investimento na companhia.
O “problema” é que a ação do Magalu não parou de subir desde então – acumula alta de 19% neste mês de queda do Ibovespa e de 159% nos últimos 12 meses. Pelo quarto ano seguido os papéis foram os que mais contribuíram para o retorno dos fundos. Com o aumento no valor de mercado, acabam ganhando espaço na carteira naturalmente.
A pergunta que não quer calar – e que eu repeti aos sócios da Alaska – é até quando vale a pena manter as ações da varejista? Já não passou da hora de vender e realizar o enorme lucro com a posição?
Mestieri disse que a taxa de retorno esperada pela Alaska com Magazine Luiza está hoje ao redor de 14% e já não é a maior entre as empresas que estão no fundo hoje.
"Mas o que entra na nossa conta é basicamente o resultado do varejo e até onde pode ir o market place, então existe muita coisa que a gente não consegue captar."
Aposta nas atrasadas
Para este ano, a expectativa dos sócios da Alaska é que a parcela do portfólio que ficou para trás em retorno se comporte melhor neste ano.
Uma das ações que pesaram no fundo foi Braskem, que passou por um verdadeiro inferno astral em 2019, do pedido recuperação judicial da controladora Odebrecht à acusação de ter sido afundamento do solo em Maceió em consequência da extração de sal-gema.
Outra grande aposta da gestora que não trouxe resultados em 2019 foi a empresa de educação Cogna. Luiz Alves já revelou que a antiga Kroton tem potencial para se tornar "a nova Magazine Luiza" do fundo. Não por acaso se trata da segunda maior posição da Alaska hoje.
Hora de fechar?
Outra pergunta que surge constantemente para os gestores da Alaska é sobre a capacidade do fundo de continuar crescendo. Não seria a hora de fechar a captação para preservar a capacidade de entregar retornos aos investidores?
Miyamoto responde que fechar o fundo seria contraditório com a visão da gestora de que a bolsa está em um ciclo de alta ainda longe de terminar. A projeção de Luiz Alves é que o Ibovespa pode alcançar os 100 mil pontos em dólar – atualmente está pouco acima dos 27 mil.
Parte dessa alta em dólares virá também da valorização do real em relação à moeda norte-americana. Mas se a aposta na bolsa se mostrou certeira, a Alaska perdeu bastante dinheiro em 2019 com a posição vendida em câmbio. Mas nada que abale a convicção da gestora – nem de seus cotistas.
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
