🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Balanço do mês

Após disparada, bolsa é um dos melhores investimentos de novembro; dólar foi o pior

Bitcoin lidera o ranking, seguido do Ibovespa, que subiu mais de 15%; piores desempenhos ficaram por conta do dólar e do ouro

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
30 de novembro de 2020
19:30 - atualizado às 9:21
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Novembro lavou a alma dos investidores de ações no Brasil. As boas notícias envolvendo as pesquisas para vacinas contra o coronavírus, bem como a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, colocaram os investidores do mundo no modo "risk on" e fizeram as bolsas dispararem, inclusive aqui no Brasil, para onde os estrangeiros trouxeram uma quantia recorde de recursos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com isso, o Ibovespa fechou o mês em alta de 15,90%, aos 108.893,32 pontos, mas chegou a furar os 110 mil na máxima do período. Foi o melhor mês de novembro para a bolsa em 21 anos.

O Ibovespa perdeu apenas para ele, o bitcoin, que é também disparado o melhor investimento do ano. A criptomoeda avançou 30,50% em novembro e 258,54% em 2020, atingindo níveis recordes em moeda local ao ultrapassar a marca dos R$ 100 mil.

Com os investidores com mais apetite ao risco, o dólar e o ouro - principais reservas de valor em momentos de aversão a risco - amargaram as maiores perdas de novembro.

O dólar à vista recuou 6,83%, fechando o mês a R$ 5,3462, enquanto a cotação PTAX, calculada pelo Banco Central, fechou em baixa de 7,62%, a R$ 5,33. Os ETFs de ouro negociados na bolsa de Nova York fecharam com recuo de 5,40%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os melhores investimentos de novembro

O bitcoin bateu seu recorde em reais no mês de novembro, dando prosseguimento ao seu movimento de alta neste ano. Especialistas em criptomoedas atribuem a valorização a alguns fatores que mostram a institucionalização e a profissionalização do mercado cripto, o que tende a atrair cada vez mais investidores, inclusive institucionais.

Leia Também

Recentemente, os bancos centrais americano e europeu disseram estar considerando criar suas próprias moedas digitais, o que traz credibilidade à tecnologia dos criptoativos. A plataforma de pagamentos Paypal também anunciou, há pouco tempo, que passaria a oferecer compra e venda de criptomoedas.

Vacinas e eleições americanas impulsionam as bolsas

Já o Ibovespa foi impulsionado principalmente pelas notícias positivas sobre vacinas contra o coronavírus. Apenas neste mês, Moderna e Pfizer anunciaram eficácia superior a 90% para seus imunizantes contra o coronavírus. Já a vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford mostrou uma eficácia de 62%, o que já é considerado suficiente.

Assim, o mercado tenta antecipar o retorno ao "velho normal" e uma retomada econômica sem o obstáculo da pandemia, prevendo que, até meados de 2021, a vacinação em massa já terá ocorrido, pelo menos em boa parte do mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Até por isso, tanto aqui como lá fora foi visto o fenômeno do "rotation trade", uma rotação de carteiras, com a vendas das ações mais valorizadas do ano - beneficiadas pela crise do coronavírus e pelo distanciamento social - e a compra de papéis muito depreciados de empresas tradicionais, que apanharam mais com a pandemia.

Vimos, assim, uma troca de ações de empresas de tecnologia e e-commerce, por exemplo, por ações de bancos, petroleiras, siderúrgicas, mineradoras e até companhias aéreas e empresas ligadas ao turismo. Ainda assim, as ações do "fique em casa" não ficaram necessariamente negativas no mês. Em alguns casos, tiveram simplesmente altas menores.

Outro fator que contribuiu para o maior apetite ao risco do investidor foram as eleições americanas, realizadas no início do mês. O pleito era visto como um fator de incerteza, risco que foi tirado do caminho. Além disso, a escolha do democrata Joe Biden foi bem recebida pelo mercado, uma vez que ele tende a ser mais favorável a gordos estímulos fiscais para acelerar a economia americana.

Mais estímulos significam mais recursos para os mercados. Até por isso, o mercado começou a precificar um dólar mais fraco globalmente sob Biden, um resultado de mais dólares na economia mundial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao mesmo tempo, o fato de o Senado permanecer controlado pelos republicanos foi visto, pelos investidores, como algo que pode vir a conter tentativas do governo democrata de elevar impostos e regulamentar mais a economia, o que é positivo para as empresas americanas.

Emergentes despontam e dólar enfraquece

O fato de Biden ser um multilateralista e possivelmente não ter um estilo tão errático e impulsivo quanto Trump diante da China ou qualquer outro país nas negociações comerciais levou os mercados emergentes a se tornarem mais atrativos para os grandes investidores internacionais.

Num cenário de comércio internacional mais benéfico para esses países, com mais dólares no mundo e menor aversão a risco, dadas as perspectivas de recuperação econômica trazidas pelas vacinas, os recursos estrangeiros voltaram a fluir para os emergentes.

O Brasil, embora não esteja muito bem posicionado entre seus pares para aproveitar esse movimento, dado o nosso risco fiscal, conseguiu abocanhar um "pedacinho" desse fluxo, e recebeu cerca de R$ 30 bilhões em recursos estrangeiros em novembro, a maior quantia para um único mês da série histórica iniciada em 1995.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa entrada massiva de dólares impulsionou o Ibovespa, notadamente as ações das empresas de negócios tradicionais e muito prejudicadas pela crise, como as dos setores de petróleo, mineração e siderurgia, companhias aéreas, empresas de educação, construtoras e administradoras de shopping centers.

A entrada de recursos estrangeiros também contribuiu para o enfraquecimento do dólar ante o real neste mês. O ouro, tradicional ativo de proteção em épocas de crise, também fechou novembro em baixa com o maior apetite ao risco no mundo.

Risco fiscal ainda assombra

Apesar de as coisas estarem melhorando do ponto de vista econômico, com uma luz no fim do túnel para a pandemia e um governo americano que deve beneficiar os mercados mundiais, o Brasil ainda se encontra numa saia justa fiscal.

Ainda não temos soluções claras para o problema das contas públicas após termos elevado gastos para combater os efeitos econômicos da pandemia: nem sinal de definições quanto ao programa de renda básica que será adotado depois que o auxílio emergencial acabar, em dezembro, nem de privatizações ou andamento nas reformas estruturais, além de falas de membros do governo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Até por isso o dólar não cede mais ante o real. Se permanecermos neste caminho, é bem possível, inclusive, que essa entrada de recursos estrangeiros na B3 seja passageira.

No entanto, um dos fatores que atrapalhavam o andamento da agenda econômica também foi tirado do caminho em novembro: as eleições municipais, cujo segundo turno foi realizado ontem. Assim, a expectativa do mercado é que as coisas comecem a caminhar, ainda que a passos lentos.

Com isso, os juros futuros tiveram um ligeiro alívio no acumulado do mês de novembro, sobretudo os mais longos. Isso contribuiu para a alta dos títulos públicos e debêntures prefixados e atrelados à inflação, que se valorizam quando os juros futuros caem.

O Tesouro Selic, porém, continuou sofrendo os efeitos do nosso mercado de juros disfuncional em razão do risco fiscal, e apresentou leve queda em novembro, em vez de uma valorização próxima à da taxa básica de juros, como costuma ser o "normal".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em setembro, esses títulos já tinham apresentado retorno negativo, na medida em que os investidores passaram a exigir taxas mais altas para financiar um governo mais arriscado em um cenário de Selic a 2% ao ano. Em outubro, o Tesouro Selic teve leve recuperação, mas voltou a recuar em novembro.

Com isso, o título, que costuma ser usado para reserva de emergência das pessoas físicas, está perdendo da poupança nova, que atualmente paga apenas 0,12% no mês.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

VERSÃO TUPINIQUIM

BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)

11 de dezembro de 2025 - 19:21

O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic

COM EMOÇÃO

Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem

11 de dezembro de 2025 - 17:01

Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros

FIIS HOJE

JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje

11 de dezembro de 2025 - 14:31

Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas

O TEMPO ESTÁ ACABANDO

Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever

10 de dezembro de 2025 - 15:00

Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial

DEVO, NÃO NEGO...

Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista

10 de dezembro de 2025 - 12:01

A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar