Depois de registrar entradas líquidas de US$ 3,080 bilhões em maio, o País fechou junho com fluxo cambial negativo de US$ 2,885 bilhões, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 8.
No canal financeiro, houve saída líquida de US$ 4,742 bilhões em junho, resultado de aportes no valor de US$ 42,274 bilhões e de retiradas no total de US$ 47,016 bilhões. Este segmento reúne investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 1,857 bilhão, com importações de US$ 14,105 bilhões e exportações de US$ 15,962 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 1,452 bilhão em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 5,620 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 8,890 bilhões em outras entradas.
O fluxo cambial total do ano até 3 de julho foi negativo em US$ 12,935 bilhões. No mesmo período de 2019, o resultado havia sido negativo em US$ 5,262 bilhões.
O resultado do ano está diretamente ligado aos efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia. Em meio à crise, investidores aceleraram em março e abril o envio de dólares a outros países, em movimento de busca por segurança. Em maio, porém, houve fluxo de entrada líquida de recursos no País. No mês de junho, houve nova saída líquida.
No ano até 3 de julho, a saída líquida de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 38,685 bilhões. Este resultado é fruto de aportes no valor de US$ 267,590 bilhões e de envios no total de US$ 306,276 bilhões. O segmento reúne investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
No comércio exterior, o saldo acumulado ficou positivo em US$ 25,751 bilhões, com importações de US$ 79,850 bilhões e exportações de US$ 105,601 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 15,678 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 38,413 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 51,510 bilhões em outras entradas.
Swap
Após o ganho de R$ 3,538 bilhões com as operações de swap cambial em maio, o Banco Central registrou prejuízo de R$ 4,857 bilhões em junho com sua posição pelo critério caixa.
Pelo conceito de competência, houve prejuízo de R$ 3,451 bilhões, resultado que inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.
O BC obteve ainda um lucro de R$ 24,578 bilhões com a rentabilidade na administração das reservas internacionais no ano passado. Entram nesse cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros.
Já o resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou positivo em R$ 20,526 bilhões em junho. O resultado das operações cambiais no período ficou positivo em R$ 17,076 bilhões.
Em julho, até o dia 3, o BC registrou lucro de R$ 4,084 bilhões em com sua posição pelo critério caixa. Pelo conceito de competência, houve ganho de R$ 7,264 bilhões.
No acumulado de 2020 até 3 de julho, o prejuízo com swaps somou R$ 52,054 bilhões pelo resultado caixa e R$ 50,062 bilhões pelo competência. Já a rentabilidade das reservas internacionais ficou positiva em R$ 536,469 bilhões, com resultado líquido positivo de R$ 487,892 bilhões e operações cambiais também positivas de R$ 437,831 bilhões.
O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, não visa ao lucro, mas fornecer hegde ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.
Posição cambial líquida
A posição cambial líquida do Banco Central atingiu US$ 299,454 bilhões no dia 3 de julho. No fim de dezembro de 2019, essa posição estava em US$ 327,801 bilhões e, em junho deste ano, em US$ 299,785 bilhões.
A posição traduz o que está disponível para que o BC faça frente a alguma necessidade de moeda estrangeira - como fornecer liquidez ao mercado em momentos de crise como a atual, por exemplo. Ela também leva em conta as reservas internacionais, o estoque de operações de linha do BC (venda de dólares com compromisso de recompra), a posição da instituição em swap cambial e os Direitos Especiais de Saque (DES) do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).