🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? CONFIRA 30 RECOMENDAÇÕES GRATUITAS DA EMPIRICUS – ACESSE AQUI 

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Ata do Copom

Copom projeta inflação em 3,1% em 2020 e 2021 e reforça que choque de preços recente é temporário

Projeções já constavam do comunicado emitido pelo Copom na última quarta-feira, quando Selic foi mantida em 2% ao ano

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
3 de novembro de 2020
8:50 - atualizado às 9:06
Placa do Banco Central do Brasil (BC), autoridade monetária que conduz as reuniões do Copom para a decisão da Selic
Imagem: Shutterstock

As projeções de inflação do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) situam-se em torno de 3,1% em 2020, 3,1% para 2021 e 3,3% para 2022, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e dólar a partir de R$ 5,60 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).

"Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00% a.a. e se eleva até 2,75% a.a. em 2021 e 4,50% a.a. em 2022", diz a ata da reunião do Copom realizada na última quarta-feira (28).

As projeções já constavam do comunicado emitido pelo Comitê na ocasião, quando a Selic foi mantida em 2,00% ao ano, conforme as expectativas do mercado. Foi a primeira vez em que o Copom publicou estimativas com base no câmbio PPC.

De acordo com o BC, como a inflação doméstica é superior à externa, a adoção da hipótese de câmbio conforme a PPC evitaria a utilização de trajetória de apreciação real do câmbio, o que eventualmente levaria a uma subestimação das projeções de inflação.

Segundo a última ata do Copom, a inflação de preços administrados deve ser de 0,8% em 2020, saltando para 5,1% em 2021 e 3,9% em 2022.

No cenário com taxa de juros constante a 2,00% ao ano e taxa de câmbio partido de dólar a R$ 5,60 e evoluindo segundo a Paridade de Poder de Compra (PPC), as projeções de inflação situam-se em torno de 3,1% para 2020, 3,2% para 2021 e 3,8% para 2022.

Leia Também

Já a inflação de preços administrados, neste caso, deve ficar em 0,8% em 2020, 5,1% em 2021 e 4,0% em 2022.

A ata reforçou que "diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária".

Porém, o Comitê esclarece que, como as últimas leituras de inflação foram acima do esperado, elevou sua projeção para os meses restantes de 2020. "Contribuem para essa revisão a continuidade da alta nos preços dos alimentos e de bens industriais, consequência da depreciação persistente do Real, da elevação de preço das commodities e dos programas de transferência de renda", diz a ata.

O Copom espera que a normalização parcial de preços ainda deprimidos continue, à medida em que ocorre a reabertura da economia e o nível de atividade se recupera. "Por outro lado, espera-se a reversão na elevação extraordinária dos preços de alguns produtos, afetados por redução provisória na oferta em conjunção com um aumento ocasional na demanda", diz o texto.

"Dessa forma, apesar de a pressão inflacionária ter sido mais forte que a esperada, o Comitê mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção."

- Ata do Copom de 03/11/2020.

Riscos

Ao falar sobre os fatores de risco em torno do cenário básico para a inflação, o Copom lembra que há riscos para os dois lados. Por um lado, o alto nível de ociosidade da economia pode produzir uma trajetória de inflação abaixo do esperado, "notadamente quando essa ociosidade está concentrada no setor de serviços".

Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional, diz o comunicado.

Por outro lado, lembra o Comitê, o prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia, que piorem a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco do país, o que poderia pressionar a inflação para um patamar acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária (até 2022).

Recuperação econômica

Em relação à atividade econômica, a ata lembra que a recente ressurgência da pandemia e o consequente aumento do afastamento social em algumas das principais economias do mundo pode interromper a recuperação da demanda. Uma redução abrupta e não organizada dos estímulos governamentais também adiciona um risco adicional à recuperação.

Ainda assim, diz o Comitê, o ambiente é relativamente favorável às economias emergentes, apesar das grandes incertezas.

Em relação aos dados econômicos domésticos recentes, o Copom avalia que há recuperação desigual da atividade, sendo o setor de serviços o mais afetado negativamente. A avaliação do Comitê é de que este cenário deve continuar.

"Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econômica. O Comitê ponderou que essa imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia"

- ata do Copom de 03/11/2020.

Assim, o Copom concluiu que as pressões desinflacionárias provenientes da redução de demanda podem ter duração maior do que em recessões anteriores.

Espaço para novos cortes da Selic

Segundo a ata, o Copom retomou a discussão sobre um potencial limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros brasileira. Para a maioria de seus membros, já estaríamos próximos do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos preços de ativos.

"O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno."

- ata do Copom de 03/11/2020.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma semana de ouro: Depois de salto das bolsas da China, investidores miram dados de emprego nos EUA em dia de agenda fraca no Brasil

1 de outubro de 2024 - 8:02

Ibovespa acumulou queda de pouco mais de 3% em setembro, mas agenda fraca por aqui tende a deixar a bolsa brasileira a reboque de Wall Street

MERCADOS HOJE

Juros bem baixinhos nos EUA? S&P 500 fecha em recorde, mas Ibovespa não acompanha. O que fez a bolsa subir lá fora e cair aqui

30 de setembro de 2024 - 18:27

O S&P 500 acumulou ganho de 2%, registrando o primeiro setembro positivo desde 2019. Já o Ibovespa perdeu mais de 3% no mês e foi acompanhado pelo dólar no mercado à vista

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolsas da China vão do ‘dragão de madeira’ ao ‘touro de ouro’ com nova rodada de estímulos — mas índices globais caem de olho em dados da semana

30 de setembro de 2024 - 8:07

Nos próximos dias serão publicados os números de emprego nos Estados Unidos, que darão pistas sobre o futuro dos juros norte-americanos

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Feriado na China drena liquidez em semana de payroll e dados de atividade das principais economias do mundo

30 de setembro de 2024 - 7:02

Além dos dados de atividade, os discursos de autoridades monetárias prometem movimentar os mercados financeiros nos próximos dias

VAI VOLTAR ATRÁS?

Subir a Selic foi um erro do Banco Central? O que os dados econômicos dessa semana revelam

29 de setembro de 2024 - 12:00

Divulgação do IPCA-15 surpreende o mercado e Campos Neto é questionado sobre “erro” do Copom; veja esta e outras notícias sobre SUVs, renda fixa e Ibovespa

DÉCIMO ANDAR

Wake me up when september ends

29 de setembro de 2024 - 8:00

Até aqui, setembro tem sido um mês desafiador para os FIIs. Quais lições e oportunidades podemos tirar do período?

BOMBOU NO SD

Novo título de renda fixa com isenção de IR e os rumores sobre a venda bilionária de ações da JBS (JBSS3) pelo BNDES: os destaques do Seu Dinheiro na semana

28 de setembro de 2024 - 12:51

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a nova renda fixa pode ser disponibilizada no mercado em breve; veja as matérias mais lidas da última semana

INCERTEZAS

A Selic não vai parar de subir? Campos Neto diz como ficam os juros com melhora da inflação; presidente do BC também manda recado sobre a questão fiscal

27 de setembro de 2024 - 19:40

Eventos como a aprovação do teto dos gastos e do arcabouço fiscal, disse, abriram espaço para trabalhar com uma taxa Selic menor

MERCADOS HOJE

Euforia com a inflação dos EUA não dura e Ibovespa fecha em queda de 0,21%; dólar acompanha e baixa a R$ 5,4361

27 de setembro de 2024 - 12:03

De acordo com especialistas, a inflação segue na direção certa — embora haja risco no caminho —, só que outro dado é a prioridade do banco central norte-americano agora e ele preocupa

QUASE PLENO EMPREGO

Campos Neto não curtiu? Desemprego atinge o menor nível para agosto — mas parte dos economistas acha isso ‘ruim’

27 de setembro de 2024 - 11:42

Além da queda da taxa de desemprego próxima de uma situação de pleno emprego, o rendimento real dos trabalhadores cresceu

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um rolê no parquinho da bolsa: Ibovespa tenta reduzir perda acumulada em setembro em dia de Pnad e Caged, além de PCE nos EUA

27 de setembro de 2024 - 8:08

A dois pregões do fim do mês, Ibovespa acumula queda de 2,2% em setembro, mas ainda pode voltar para o alto da roda gigante

Ranking do Tesouro Direto

Só os conservadores se salvaram: títulos públicos sofrem em setembro, mês que teve até greve do Tesouro Direto; veja as maiores altas e quedas

26 de setembro de 2024 - 19:30

Tesouro Selic foi o único título do Tesouro Direto a apresentar retorno positivo em mês marcado pelo início de um novo ciclo de alta na taxa básica de juros

ERROS POSSÍVEIS

Campos Neto errou? Presidente do BC responde sobre condução da taxa de juros após relatório de inflação

26 de setembro de 2024 - 14:41

Comentários de Campos Neto foram feitos durante entrevista coletiva para falar do Relatório Trimestral de Inflação

RENDA FIXA

Banco BV lança CDB que rende até 136% do CDI e com resgate até nos finais de semana; veja como investir

26 de setembro de 2024 - 14:01

O novo título faz parte da ação que comemora os 36 anos do banco neste mês de setembro

MERCADOS

Vale (VALE3) leva a melhor no cabo de guerra com a Petrobras (PETR4) e ajuda Ibovespa a fechar em alta; dólar recua a R$ 5,4447

26 de setembro de 2024 - 11:53

No mercado de câmbio, o dólar à vista opera em queda, mas longe das mínimas do dia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dia agitado na bolsa: Ibovespa reage a RTI, Campos Neto, PIB dos EUA, Powell e estímulos na China

26 de setembro de 2024 - 8:21

Relatório Trimestral de Inflação vem à tona um dia depois de surpresa positiva com o IPCA-15 de setembro

UMA BOA SURPRESA

E agora, Campos Neto? IPCA-15 contraria projeções e desacelera, mas será suficiente para mudar postura do Banco Central com os juros?

25 de setembro de 2024 - 11:07

Prévia da inflação oficial desacelera de 0,19% para 0,13 na leitura mensal e cai a 4,12 no acumulado em 12 meses, segundo o IBGE

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Transformando um inimigo em aliado: Com influência de estímulos da China perto de limite, Ibovespa mira no IPCA-15

25 de setembro de 2024 - 8:01

Analistas projetam aceleração da prévia da inflação em setembro em relação a agosto, mas desaceleração na leitura anual

PERSPECTIVAS DO DIRIGENTE

Campos Neto vê exagero dos mercados na precificação dos riscos fiscais; veja o que o presidente do Banco Central disse dessa vez

24 de setembro de 2024 - 13:45

Durante evento do Banco Safra, nesta terça-feira (24), RCN também falou sobre perspectiva em relação à economia norte-americana e os impactos das queimadas no Brasil nos preços

COMO DIAMANTE

Ata do Copom mantém tom duro e amplia apostas de que BC vai acelerar alta da Selic

24 de setembro de 2024 - 11:24

Embora o Copom não tenha indicado claramente qual será seu próximo passo, a expectativa é de que alta dos juros seja acelerada na próxima reunião, marcada para o início de novembro

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar