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Bruna Furlani
Bruna Furlani
Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.
ONDE INVESTIR EM 2020

Bitcoin é uma boa para 2020? Criptomoeda terá redução de emissões e preço pode subir mais

Proximidade do halving impacta os preços e moeda deve continuar trajetória de expansão, ainda que com muita volatilidade; confira na última reportagem da série Onde Investir em 2020

Bruna Furlani
Bruna Furlani
7 de janeiro de 2020
5:00 - atualizado às 15:34
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Imagem: Shutterstock

Quem entrou 2019 com pelo menos uma parcela da carteira aplicada em criptoativos, especialmente em bitcoin (BTC), teve bons motivos para comemorar. Apesar de um início morno, a criptomoeda deu um gás, chegou a ultrapassar os US$ 13.000 e fechou o ano com uma valorização de 95,62% em reais. O bitcoin foi a melhor aplicação no ranking de 2019, bem diferente do retorno negativo que viveu um ano antes.

Entre os fatores que deram um empurrão para a subida do bitcoin estão o halving, ou melhor uma espécie de "esquenta" dele, já que esse evento ocorre mesmo neste ano. Na prática, ele é um evento que reduz pela metade a recompensa pela mineração do bitcoin, o que deve diminuir a emissão de moeda ao longo dos anos. O halving, portanto, é um fenômeno que segura a oferta de bitcoin, algo que tende a pressionar os preços.

A proximidade dele já vem impactando os preços, contribuindo para a alta da criptomoeda em 2019. Para este ano, a expectativa dos especialistas é de continuidade da trajetória de expansão, ainda que com muita volatilidade.

Halving, o evento do ano

Ao criar o bitcoin, Satoshi Nakamoto, estipulou que a recompensa pela mineração cairia pela metade a cada quatro anos para controlar o suprimento do ativo. Como a última vez que isso ocorreu foi em 2016, a próxima será neste ano e está prevista para ocorrer perto do dia 24 de maio.

Mesmo sem ter uma data completamente definida para acontecer, o halving deve ser o evento do ano para o mercado de criptomoedas. Quem diz isso é o analista-chefe da gestora Hashdex, David Lawant, que possui três fundos que investem em criptoativos e que são oferecidos em plataformas como BTG e Órama.

A expectativa mais alta não é à toa. Ele conta que o que se viu nos últimos dois halvings foi uma alta no preço do bitcoin logo após o evento. Mesmo assim, Lawant prefere ser mais ponderado.

"A gente espera que a volatilidade no setor continue bastante alta em 2020 e que o bitcoin performe muito bem por conta do halving. Mas não há como ter certeza. Temos um mercado com pouco histórico e bastante diferente do que existia quando ocorreram os dois últimos - em 2012 e 2016. Houve uma grande evolução de lá pra cá", afirma o analista-chefe.

Outro que não esconde o otimismo com os impactos que o evento pode gerar no mercado é o gestor e sócio da BLP Asset Management, Axel Blikstad. A casa administra três fundos voltados para criptomoedas, sendo que um deles destinado ao investidor de varejo.

Segundo ele, o evento pode fazer com que os mineradores de bitcoin tenham muito menos moedas para vender neste ano. Logo, se a demanda se mantiver estável ou aumentar, a tendência é que haja uma alta da moeda acima da inflação global em 2020.

Um bitcoin mais "refinado"

Outro quesito que pode fomentar o avanço do bitcoin é o volume de inovações no mundo das criptomoedas. Há uma sequência de projetos em desenvolvimento para a aceitação do bitcoin como forma de pagamento, no que se chama de lightning network.

Na prática, ela funciona como um nova rede criada em cima do bitcoin. Segundo o analista-chefe da Hashdex, essa foi a maneira que a criptomoeda encontrou para aumentar a sua escalabilidade ao permitir micropagamentos do tipo peer-to-peer (P2P) com taxas menores e maior rapidez.

"O grande diferencial da lightning network é que as transações são feitas de forma muito mais rápida e com custo quase zero. Ela é a rede que está mais próxima do que o usuário normal do bitcoin usaria ao permitir pagamentos com criptomoeda, o que pode impulsionar grandes avanços para o uso do criptoativo", destaca Lawant.

Apesar das novidades, ainda é cedo para afirmar que impacto essa evolução na tecnologia pode ter no preço do ativo. Para o COO da corretora BitcoinTrade, Daniel Coquieri, o bitcoin costuma servir mais como uma "moeda de especulação" do que como um meio de pagamento, o que torna mais difícil que as mudanças afetem diretamente o preço do ativo.

"À medida em que o bitcoin ganhar acesso e atrair mais pessoas com foco em conhecer a tecnologia, aí sim as melhoras da lightning network podem impactar o preço do criptoativo", afirma Coquieri.

Mesmo assim, o COO da corretora vê uma boa oportunidade de compra do criptoativo porque acredita em chances de valorização no médio e longo prazos. Logo, o investidor que quiser surfar essa "onda", já deve pensar em se posicionar.

Entre os pontos que chamam a atenção de Coquieri estão as atualizações e melhorias do bitcoin, além de outros projetos que devem voltar a tomar corpo como a expectativa de lançamento de uma moeda digital pelo Facebook. A evolução tende a atrair mais capital para a criptomoeda, o que pressiona os preços no médio e longo prazos.

Outras criptomoedas e muitas mudanças

Mas não é só a rede criada em cima do bitcoin que está passando por mudanças. Outro criptoativo que está em fase de atualização é o ethereum, a segunda criptomoeda com maior capitalização de mercado atrás apenas do bitcoin.

Segundo Lawant da Hashdex, esse criptoativo tal qual conhecemos não vai existir daqui a alguns anos e as mudanças que estão sendo feitas vão melhorá-lo e muito. "É como se hoje tivéssemos a versão 1.0 do ethereum e agora vai ser criada a 2.0", disse o especialista.

Para ele, as atualizações vão fazer com que a criptomoeda consiga ser mais escalável ao melhorar o número de transações feitas em um menor espaço de tempo.

Além disso, as melhorias vão trazer uma grande inovação que pode levar a criptomoeda a outro patamar. Com as mudanças, será possível transacionar e ter gasto zero de energia, o que seria uma solução muito mais sustentável no médio e longo prazos para o criptoativo.

"Não há ainda como dizer que o ethereum vai se valorizar. Mas, se as coisas acontecerem do jeito que está previsto em termos de mudanças, vai ocorrer um upgrade [melhoria] no ativo e pode ser que isso impacto no preço da criptomoeda", pontuou Lawant.

Para ficar no radar

Além de ficar de olho nas possíveis apostas do mercado e no famoso halving, o investidor deve ficar atento a outros eventos importantes que ocorrem agora neste ano.

Um dos grandes temas que podem balançar o mercado em 2020 é a parceria entre a Bakkt, - que é a corretora de bitcoin da operadora de bolsas Intercontinental Exchange (ICE), controladora da bolsa de valores de Nova Iorque -, juntamente com a Microsoft e a rede de cafés, Starbucks.

Conforme informações divulgadas pelo próprio site da ICE, a empresa começou a testar um aplicativo voltado para consumidores em que será possível fazer o pagamento de cafés no Starbucks com criptomoedas.

Hoje, é possível fazer o pagamento apenas de forma indireta. Blikstad explica que é preciso comprar créditos com criptomoedas ou com o próprio cartão de crédito para adquirir os produtos. Tal transformação pode facilitar e fazer com que pagamentos sejam feitos apenas com criptoativos e torná-los mais acessíveis a população em geral.

Além desse projeto, Blikstad relembra que a Bakkt lançou um mercado de futuros apenas de criptomoedas e passou a atuar com opções, o que pode ajudar a aumentar o fluxo de capitais para o mercado.

Os problemas regulatórios

Outro ponto que pode movimentar o preço dos criptoativos neste ano é o lançamento da Libra, a moeda criada pelo Facebook.

Apesar do grande potencial que a iniciativa pode ter, o projeto ainda é visto como uma incógnita pelos gestores. Isso porque a sua criação esbarrou em uma série de restrições regulatórias e ainda deve enfrentar mais dificuldades para sair do papel nos Estados Unidos.

Por essa razão, Blikstad prefere ser cauteloso. O gestor diz que, se o criptoativo sair, ele poderá trazer um grande número de investidores, especialmente institucionais para o universo das criptomoedas. Porém, ele pondera que o caminho é longo.

E não é apenas a Libra que está passando por problemas em termos de regulação. Afinal, não é de hoje que há uma expectativa no mercado de que seja aprovado um ETF de bitcoin.

Algumas propostas já foram apresentadas para a SEC, - que funciona como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos -, mas até agora não há nenhum sinal de que alguma será aprovada.

Por conta das dificuldades de regulação, há quem diga até mesmo que o projeto do ETF pode ser aprovado apenas em 2021, quando houver trocas na gestão do órgão regulador.

Mas, se o ETF de fato vier, a expectativa é alta. Segundo os especialistas, ele poderá levar o mercado a outro patamar com a entrada de investidores institucionais de peso e grande fluxo de capitais.

Não é à toa que governos e até mesmo um banco central bastante influente estão de olho nas criptomoedas. Mesmo sem citar datas, tanto o governo chinês quanto o Banco Central Europeu anunciaram recentemente que pretendem lançar as suas moedas digitais.

As apostas da vez

E em um ano movimentado para os criptoativos, o bitcoin e o ethereum não são os únicos que podem se beneficiar e chamar a atenção. Entre as apostas de alguns especialistas estão criptomoedas como maker (MKR) e tezos (XTZ).

Na opinião de Blikstad, o grande diferencial da rede maker e que pode fazer com que ela aumente ainda mais é que ela oferece acesso a sistemas de empréstimos descentralizados sem intermediários.

Na prática, ela funciona como um protocolo em que é possível tomar crédito com diferentes ativos criptografados. Por exemplo, você pode depositar uma quantidade de ether (criptoativo da plataforma da Ethereum) e receber um DAI, uma criptomoeda estável e que possui paridade com o dólar. Ou seja, 1 DAI igual a US$ 1.

Além da possibilidade de adquirir empréstimos com maior facilidade, Blikstad destaca que um dos aspectos interessantes da maker é que ela começou aceitando apenas ether, mas recentemente avisou que vai aceitar outras garantias. Tudo isso pode ajudar a transformar o mercado de crédito.

"No futuro, vejo que esse tipo de empréstimo pode ser usado com ações e outros ativos. Não apenas com criptomoedas. É apenas o começo para que as pessoas consigam tomar um empréstimo colateralizado sem ter que ligar para um banco ou outro intermediador", afirma o gestor.

Outra criptomoeda que também está no radar do especialista é a tezos. Segundo Blikstad, ela funciona como um novo blockchain - que registra todas as transações - e que vem para competir com grandes como ethereum.

Na prática, ele oferece aos detentores da moeda a possibilidade de participar ativamente das decisões, ou seja, os investidores conseguem votar nas melhorias que acham necessárias para que a tecnologia usada fique ainda melhor. Com isso, o gestor destaca que há um alinhamento de interesses mais fortes entre os "donos" do criptoativo.

Essa também é uma das apostas de Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade. Segundo ele, outro diferencial é que a criptomoeda oferece um sistema de rendimentos a quem a detém, que é de 5,5% ao ano.

Invista com cuidado

A expectativa dos gestores para este ano é positiva e se você aceitar correr riscos, comprar bitcoin pode ser uma oportunidade para buscar uma valorização mais expressiva.

Mas se você for entrar nesse mercado prepare seu coração. Questões regulatórias podem levar a grandes oscilações ao longo do ano no bitcoin e nas demais criptomoedas.

E não se empolgue. Aplique uma quantidade pequena do seu patrimônio em criptoativos, algo como, no máximo 3% da sua carteira. Lembre-se que esse mercado é volátil e pouco correlacionado com os demais ativos tradicionais. É aquele dinheiro que você está disposto a perder, mas coloca num ativo para "correr o risco de ganhar".

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