🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Estamos diante de um novo ciclo de alta das commodities?

No passado, dois bull markets de commodities deram enorme força à economia do Brasil. E, para o Ivan Sant’Anna, um novo ciclo de alta desses produtos está se desenhando no horizonte — o que abre enormes possibilidades de investimento

19 de janeiro de 2020
13:09 - atualizado às 10:30
Commodities
Imagem: Shutterstock

Desde que comecei a trabalhar no mercado financeiro, em 1958, em plenos Anos JK, só testemunhei três ciclos de crescimento (dignos desse nome) no Brasil. O Plano Cruzado, que seria o quarto, era apenas uma bull trap.

O primeiro foi logo no início de minha carreira, durante o citado governo Juscelino Kubitscheck (1956/1961). Nesse quinquênio, o PIB brasileiro cresceu, em média, impressionantes 7,8% ao ano.

  • Leia também [Patrocinado]: Se você quiser saber como investir em açúcar, a Inversa tem uma publicação especial para leitores do Ivan Sant'Anna. Veja mais aqui.

A razão dessa pujança pode ser encontrada no próprio slogan de campanha de JK: “Cinquenta anos em cinco”.

Seguindo um cronograma, que a equipe econômica de Juscelino chamou de Plano de Metas, o Brasil foi rasgado por estradas asfaltadas, o que fez nascer a indústria automobilística. A siderurgia teve grande impulso com a construção da Usiminas. Diversos outros projetos foram implantados, entre eles a construção de Brasília.

Tempos de pleno emprego. Só que isso tudo teve um preço: emissão desenfreada de papel-moeda, deixando como herança 38 anos de inflação (1956/1994).

Os idos JK têm pouca ou nenhuma relação com o objetivo deste artigo, que é mostrar que o Brasil só cresce para valer, sem mágicas da Casa da Moeda, nos tempos de alta de preços das commodities. Isso aconteceu apenas duas vezes desde a Segunda Guerra Mundial.

Leia Também

Estou me referindo ao chamado “milagre econômico” do período Emílio Garrastazu Médici (1969/1974) e sua repetição nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2011).

Durante a ditadura Médici, o crescimento médio anual do PIB brasileiro variou entre 7% e 13%. Já com Lula, a média foi de 4%, com um pico de 7,5% em 2010.

E qual é a semelhança entre as filosofias de Médici e Lula? Nenhuma. 

O primeiro foi um ditador militar escolhido pelos quartéis e imposto ao Congresso. O segundo, um sindicalista demagogo e corrupto, cujo círculo próximo (e não tão próximo também) só tinha um objetivo: enriquecer.

E quais foram as semelhanças dos cenários econômicos durante os dois governos? Alta das commodities, alta das commodities, alta das commodities.

Como o Brasil é uma das maiores potências mundiais nesse setor (principalmente em agroindústria e mineração), a elevação do preço das matérias-primas ensejou esses tempos de prosperidade. 

Nos anos 1970, só para ficar em alguns exemplos, a libra-peso de açúcar bateu US$ 0,6520, a de café, US$ 3,3986, o bushel de soja, US$ 10,17 e a tonelada de cacau (na época, o Brasil era o maior produtor mundial), US$ 4.772,00.    

Na era Lula, os fundamentos foram diferentes, mas os benefícios, iguais. A China era o grande comprador de soja, minério de ferro, cimento, carne bovina e suína e outras matérias-primas brasileiras.

O país recebeu das agências classificadoras o “grau de investimento”, nossa dívida externa se transformou em reservas internacionais de US$ 288,5 bilhões e nos tornamos credores do FMI.

Demos dinheiro, ou concedemos crédito farto, para Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e algumas nações africanas. Destas últimas, perdoamos as dívidas. Os demais deram o cano.

Tudo isso, tanto no período militar como no sindical, por causa da alta das commodities.

Embora ainda seja um pouco cedo para afirmar tal coisa com extrema convicção, acho que estamos no limiar de um novo bull market das commodities. Por isso, é bom ficar de olho.

Na última sexta-feira (17), por exemplo, o açúcar, o cacau e a platina fizeram novas máximas de muitos anos. Se procurarmos explicação, achamos facilmente.

Açúcar: A China está adicionando 10% de etanol à gasolina vendida no país, gasolina esta da qual é a maior consumidora mundial. Para produzir todo esse etanol, os usineiros deixam de fabricar açúcar. A Índia (segunda maior produtora de cana do mundo, atrás apenas do Brasil) está com quebra de safra.

Cacau: Hoje em dia, os grandes plantadores estão na África e na Ásia. Pela ordem, Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Equador, Nigéria e Camarões, ficando o Brasil em sétimo lugar. Só que a produção africana está caindo por causa da precária situação financeira dos fazendeiros, que deixam a lavoura meio largada por falta de insumos e defensivos agrícolas.

Ao contrário da soja e do milho, cuja cultura é anual, depois de plantado um pé de cacau leva cinco anos para começar a produzir. Por isso, os bull markets dessa commodity agrícola são tão prolongados.

Platina: O preço deste metal precioso, que também tem muito uso industrial, acompanha o do ouro, que vive um grande bull market.

Agora, o mais importante, fundamento do qual poucos falam: especulação. 

De vez em quando, essas altas das commodities são provocadas por fúrias epiléticas especulativas. Grandes players mundiais simplesmente se valem desses pretextos altistas para criar uma arrancada espetacular.

Percebendo isso, plantadores brasileiros de cana e usineiros de açúcar, por exemplo, que já venderam a libra-peso por até US$ 0,02 em outras ocasiões, estocam sua produção, esperando a subida das cotações que se esboça.

Nunca falta produto num bull market, uma vez que o consumo se retrai. Mas sobra ganância em penca. Dependendo do produto, a escalada costuma durar de um a três anos, até que o medo supere a ganância e o mercado sofra um crash.

Só que estamos apenas no início desse novo ciclo, que nem está bem caracterizado ainda. Apenas dando pinta de que vai acontecer.

Uma coisa, eu garanto. Basta acertar, em cheio, um bull market de commodities na vida. Seja operando futuros no mercado internacional, seja comprando ações de empresas que se beneficiam desses movimentos.

Basta uma vez. Depois pode ir para uma casa de praia ou para um sítio nas montanhas.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Ivan Sant'Anna

Bolsonaro reage na disputa contra Lula, mas quem o mercado vai escolher na corrida para o Planalto?

10 de abril de 2022 - 7:35

Eleições só terão influência na bolsa se Lula e Bolsonaro estiverem próximos nas pesquisas antes da votação. Nesse caso, o mercado será realista, como sempre foi

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Petróleo a 200 dólares? Como um novo choque de preços deve mudar a política da Petrobras (PETR4) para os combustíveis

13 de março de 2022 - 8:08

Simplesmente não confio em governos, mas acredito que, em ocasiões de emergência, a União pode interferir em alguns preços para evitar abusos

Ivan Sant'Anna

Lula é mais do que favorito para vencer as eleições, mas tudo pode mudar se Bolsonaro jogar a toalha — e o mercado adoraria

13 de fevereiro de 2022 - 7:39

Embora o mercado já esteja precificando Lula na presidência, os investidores, traders profissionais e gestores vão gostar muito de uma alternativa na Presidência

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Por que Bolsonaro corre o risco de se transformar no primeiro presidente em exercício a perder a reeleição

16 de janeiro de 2022 - 7:52

Em tese, Bolsonaro teria mais chance de manter imunidade – no caso, parlamentar – se concorresse a uma vaga no Senado

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Como Sérgio Moro pode se tornar o candidato dos sonhos do mercado financeiro nas eleições 2022

12 de dezembro de 2021 - 7:15

Ex-juiz tem chances de chegar à presidência, mas precisa de uma estratégia para firmar-se como ‘terceira via’ a Lula e Bolsonaro

Ivan Sant'Anna

Por que o IPO do Nubank pode ser uma armadilha para principiantes na bolsa

14 de novembro de 2021 - 7:44

Ao longo dos tempos, e ponham tempo nisso, os principiantes em investimentos chegaram atrasados aos lançamentos como o IPO do Nubank

IVAN SANT'ANNA

Ganância, dinheiro e poder – ou por que hoje só invisto em petróleo na hora de encher o tanque do carro

23 de outubro de 2021 - 7:25

Deixei de operar petróleo e jamais comprarei novamente papéis da Petrobras ou qualquer outra ação sobre a qual o governo tenha influência

Ivan Sant'Anna

‘Ouro e bitcoin não são reservas de valor: um não é uma boa defesa contra a inflação e o outro é cassino’

23 de setembro de 2021 - 6:03

Quando alguém fala em reserva de valor, deve ter em mente que se refere a ativos cotados na moeda do país em que o investidor vive, ganha e gasta.

Ivan Sant'Anna

China volta a assustar com o fantasma da intervenção estatal. Oportunidade ou risco para as ações brasileiras?

19 de agosto de 2021 - 6:21

Paciência e pragmatismo são duas das características marcantes quando se olha os principais movimentos chineses na história mais recente

Ivan Sant'Anna

Dólar é moeda, não investimento; há outras alternativas para se posicionar em câmbio

15 de julho de 2021 - 6:04

Uma boa opção para quem tem conta no exterior é comprar títulos de empresas brasileiras, como da Petrobras e de grandes bancos

Ivan Sant'Anna

Como o “carro voador” da Eve transforma a ficção em realidade e recoloca a Embraer na vanguarda do setor aéreo

16 de junho de 2021 - 6:03

A história da fabricante brasileira de aviões explica de onde veio a criatividade para conceber um novo tipo de veículo urbano que em uma semana, já tinha 250 unidades encomendadas

Ivan Sant'Anna

O novo superciclo das commodities já é uma realidade. Como você pode ganhar dinheiro com ele

13 de maio de 2021 - 5:59

Nas últimas décadas, tivemos três grandes bull markets de commodities. Agora, os astros estão se alinhando para um novo superciclo

Ivan Sant'Anna

Estamos no meio de uma segunda bolha das ações de tecnologia?

21 de abril de 2021 - 6:37

Tech é quase sinônimo de bolha, e bolha é quase sinônimo de estouro. Não vejo a menor possibilidade de uma bolha que atinja apenas as techs. Se estourar, puxa todos os ramos de atividade em sua cola

Ivan Sant'Anna

Os riscos da aviação: por que não pretendo investir nas ações do setor

21 de março de 2021 - 7:08

A não ser que você seja um especulador de curto prazo, e monitore distorções, sugiro que procure setores com maiores possibilidades de crescimento

Seu mentor de investimentos

Os segredos de um bom especulador: como ganhar dinheiro sem ter medo do lucro

3 de março de 2021 - 6:06

Se para cada hora que gastar “treidando” você dedicar outras três estudando poderá até ser um ótimo especulador. Mas tem de seguir algumas regrinhas básicas

Ivan Sant'Anna - SD Premium

O segundo tempo do governo Bolsonaro começou mal. O que esperar daqui para frente?

20 de janeiro de 2021 - 5:41

As perspectivas para a reeleição de Jair Bolsonaro em outubro de 2022 não são muito boas, embora no momento lidere todas as pesquisas de intenção de voto

Mercadores da noite

Bolsa, dólar e juros subindo: qual dos três está mentindo?

28 de novembro de 2020 - 16:29

Quando a Bolsa, o dólar e as taxas de juros estão subindo ao mesmo tempo, um dos três está mentindo – qual deles será e o que fazer?

Exclusivo SD Premium

Bolsonaro vs Biden: A boiada vai ter de parar

12 de novembro de 2020 - 5:45

Nas próximas semanas, as mensagens que sairão de Brasília para Washington impactarão fortemente a cotação do dólar e das ações negociadas na B3

Exclusivo SD Premium

Os senhores do universo: grandes tacadas e ferroadas no mercado internacional

22 de outubro de 2020 - 5:22

Se o caro amigo leitor está pensando em investir fora do Brasil, dou a maior força. Mas tenha em mente que lá é a primeira divisão, seus oponentes são os melhores traders do mundo

Mercadores da Noite

Naji Nahas, o especulador que quebrou a bolsa do Rio

11 de outubro de 2020 - 10:33

Certo ou errado, herói ou vilão, Naji Nahas foi o player mais admirado e temido do mercado brasileiro de ações em todos os tempos. Nunca houve outro como ele.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar