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Bolsonaro reage na disputa contra Lula, mas quem o mercado vai escolher na corrida para o Planalto?

Eleições só terão influência na bolsa se Lula e Bolsonaro estiverem próximos nas pesquisas antes da votação. Nesse caso, o mercado será realista, como sempre foi

10 de abril de 2022
7:35 - atualizado às 9:43
Montagem com Lula e Bolsonaro
Lula e Bolsonaro - Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Até pouco tempo, as eleições presidenciais de 2022 pareciam definidas. Lula liderava com folga. Por sua vez, Bolsonaro perdia pontos e via sua rejeição aumentada.

Na última pesquisa Datafolha, a diferença encolheu. Lula agora tem 43% das intenções de votos para o primeiro turno, contra 26% de Jair Bolsonaro.

Mesmo que se juntem apoiando um único nome, não vejo chances para os candidatos da chamada Terceira Via. Isso porque Bolsonaro está se afastando deles, em direção a Lula, e não recuando para as proximidades do segundo escalão.

Outra pesquisa mostrou que, se Sérgio Moro desistir da Presidência, boa parte de seus votos migrará para o capitão. Isso é gente que não vota no PT nem morta.

Em determinado momento, chegou a dar pinta de que Lula poderia ganhar o pleito já no primeiro turno. Aliás, isso talvez até acontecesse, caso ele se limitasse a ficar de bico calado.

Mas não consegue.

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Lula derrapa, Bolsonaro aproveita

Para horror dos liberais, disse que pretende fazer uma política externa voltada para a África, Venezuela, Cuba e Nicarágua. Mostrou-se totalmente contrário às privatizações.

Num dia se manifestou favorável ao aborto. Como os evangélicos se escandalizaram, o petista, menos de 24 horas depois, e na maior cara de pau, se disse pessoalmente contrário ao procedimento.

Faltando seis meses para o primeiro turno, tudo indica que os bolsonaristas continuarão sendo bolsonaristas; os petistas, petistas.

Fica então a decisão para quem não é uma coisa nem outra.

É bom a gente não se esquecer que Jair Bolsonaro leva a vantagem da caneta.

Antes crítico dos programas distributivos de renda, que chamava de de caridade, o capitão agora cria um atrás do outro: auxílio Brasil, crédito para caminhoneiros, vale-gás, vale-diesel, vale-isso, vale-aquilo.

O que o povo olha

Não podemos nos esquecer que não sou eu que estou escrevendo estas linhas, nem você que as está lendo, que elege o presidente da República. Somos gotas d'água no oceano.

Quem faz isso é o povão. O povão que perdeu o emprego, o povão que depende dos programas assistencialistas.

Para esse pessoal, Bolsonaro é quem está lhes proporcionando os caraminguás sem os quais não chegariam ao final do mês.

Sabe-se lá (e aqui estou pensando por eles) se Lula terá condições de fazê-lo novamente?

Outro aspecto interessante de Jair Bolsonaro é que ele consegue ser, ao mesmo tempo, presidente da República e oposição ao governo.

Se a Petrobras eleva o preço dos combustíveis, por causa da alta da cotação do barril de petróleo no mercado internacional, Bolsonaro é o primeiro a se insurgir contra o aumento.

Como choveu muito no verão, os reservatórios se encheram d'água. Sobradinho, por exemplo, chegou à sua capacidade máxima.

O capitão se apressa a dizer que vai passar a bandeira das contas de energia direto do vermelho para o verde, sem passar pelo amarelo.

Prestem atenção: é ele que vai baixar e não o efeito das chuvas.

Eleição será mais apertada

Por todas essas razões, é bem possível que tenhamos um segundo turno apertado. Ou menos folgado para Lula como se supunha antes.

Aí, e essa opinião é minha, o mercado vai optar por Bolsonaro. É ele que está prometendo privatizar a Petrobras e outras estatais.

Para Lula e seus companheiros, isso seria um tremendo sacrilégio.

Para o grande eleitorado, tal coisa (Petrobras em poder dos gringos, por exemplo) já não causa nenhum constrangimento.

O padrão de vida dos brasileiros da base da pirâmide social caiu tanto que as pessoas agora querem apenas comer.

Arroz, feijão, farinha e bife de panela já tá bom demais.

Foi-se o tempo que o sonho (realizado por muitos) era viajar de avião.

Mercado vai de Lula ou Bolsonaro?

O mercado será realista, como sempre foi.

Uma vez que o segundo turno acontecerá no dia 30 de outubro, se lá pelo dia 20 Lula estiver com 10 ou mais pontos de vantagem sobre Bolsonaro, o mercado precificará o petista.

Por outro lado, se ambos chegarem na data fatal empatados dentro das margens de erro das pesquisas, a Bolsa será dos touros em caso do capitão Jair e dos ursos na hipótese Luiz Inácio. Subirá forte com a vitória do primeiro e despencará se vencer o segundo.

Suponho que, tal como aconteceu em 2002, emissários de confiança de Lula se aproximarão dos banqueiros e principais homens de negócio. Dirão algo como:

“Lembram-se da eleição que nós ganhamos? Pusemos o Palocci, elevamos a meta de superávit primário e saneamos as finanças. Faremos a mesma coisa desta vez.”

Só que há três grandes diferenças em relação àquela ocasião:

  • Se Lula vencer, Jair Bolsonaro irá prejudicar a transição ao máximo, tal como Trump fez com Biden.
  • Em 2002, os banqueiros e empresários contribuíam com dinheiro para a campanha. Agora é financiamento público.
  • Não há hipótese de Lula levar a cabo um programa de privatização, programa esse que poderá vir a ser essencial para a recuperação das finanças do país.

De Collor a Jânio

Acho que o melhor parâmetro para se avaliar o comportamento do mercado em caso de uma disputa equilibrada será o que aconteceu nas eleições de 1989.

Fernando Collor de Mello defendia o enxugamento do Estado, liberação das importações e privatizações em massa.

Luiz Inácio Lula da Silva era o Lula de antigamente, de barba desgrenhada, a favor de moratória interna e externa e de estatização de bancos, entre outras medidas antimercado.

Collor venceu com seis pontos percentuais de vantagem e a então Bovespa experimentou forte alta no dia seguinte, talvez não tão grande quanto seria a baixa em caso de vitória de Lula.

Foi a única ocasião em que a Bolsa se deixou influenciar por eleições presidenciais.

Na época do regime militar, a gente tomava conhecimento do presidente seguinte com uns seis meses de antecedência.

A eleição direta anterior acontecera 29 anos antes, entre Jânio Quadros e Henrique Lott, com a vitória do primeiro. Durante a campanha, nenhum dos dois se mostrara hostil ao mercado de ações.

Em épocas mais remotas, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que era a que valia, assemelhava-se mais a uma grande roda de pôquer do que a um item importante na economia brasileira, mais ligada às oscilações do preço do café.

Caras conhecidas

Resumindo: só se Lula e Bolsonaro estiverem próximos um do outro nas pesquisas na proximidade das eleições é que elas terão influência na B3 este ano.

Caso contrário, o mercado tomará seu rumo antes, seja com o sindicalista, seja com o capitão.

É importante lembrar que o país já tem farta experiência com os dois. Sabe o que eles dizem e, principalmente, o que fazem quando estão com a caneta na mão.

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