Liquidez demais pode encharcar o terreno da bolsa?
Diante da ameaça de uma grande seca na economia global com a pandemia do coronavírus, governos do mundo inteiro promoveram uma onda trilionária de estímulos monetários.
Esse dinheiro irrigou a economia — ou pelo menos uma parte dela — e também contribuiu para a rápida recuperação das bolsas depois do pânico de março.
Quem mais se beneficiou da injeção de liquidez foram as empresas que não dependem do deslocamento das pessoas para venderem seus produtos e serviços, como Amazon, Apple, Facebook e Netflix.
Sustentados pelas ações das gigantes de tecnologia, o índice Nasdaq e o S&P500, da bolsa de Nova York, bateram recorde atrás de recorde nos pregões recentes.
Com tanto dinheiro em circulação nos mercados, até mesmo o nosso Ibovespa se afastou do fundo do poço — ainda que tenha ficado para trás do rali das bolsas nas últimas semanas.
Os estímulos monetários e as taxas de juros nas mínimas históricas sem dúvida favorecem os ativos de risco. Mas será que esse terreno não corre o risco de ficar encharcado?
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Hoje as bolsas lá fora sofreram um revés pesado, liderado justamente pelas ações de tecnologia, em um sinal de que liquidez demais pode fazer apenas a represa se romper.
O Ibovespa também sentiu o baque, ainda que tenha se comportado melhor graças à melhora no clima em Brasília com o envio da proposta de reforma administrativa. Saiba com o Ricardo Gozzi como as comportas abertas em Wall Street acabaram arrastando a bolsa brasileira.
MERCADOS
• Aqui na B3, as grandes varejistas foram as que mais sentiram a queda das bolsas em Nova York. A B2W teve perdas de 7,6%, o Magalu caiu 5,4%, e a Via Varejo tombou 8%. Veja por que as ações do setor apanharam tanto.
• As ações da incorporadora Eztec e da PetroRio foram confirmadas na terceira prévia da carteira Ibovespa que será válida de setembro a dezembro. Com a mudança, o principal índice da B3 terá 77 papéis de 74 empresas.
• Quais as ações mais quentes nas carteiras recomendadas das corretoras? O Seu Dinheiro Premium apresenta amanhã as convocadas da “seleção da bolsa” para o mês de setembro. Saiba como virar Premium.
ECONOMIA
• A proposta de reforma administrativa apresentada pelo governo prevê a criação de novos tipos de vínculos e maior tempo para efetivação no cargo. A ideia é reduzir gastos com pessoal. Conheça os detalhes do projeto.
• A economia brasileira respira. A produção industrial cresceu pelo terceiro mês consecutivo com alta de 8% em julho, na comparação com o mês anterior. O resultado foi melhor do que o esperado pelos analistas.
• O governo precisa flexibilizar o teto de gastos. Quem defende a medida não é nenhum economista mais heterodoxo, mas o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. A mudança na regra, contudo, deveria vir acompanhada de outras iniciativas.
EMPRESAS
•O preço do aço voltou a subir durante a pandemia. Gerdau e Usiminas ajustaram os valores em 10%, e a commodity ainda poderá custar mais caro dentro das próximas semanas, refletindo a alta do dólar.
• O avanço da moeda americana também deixa marcas no mundo cervejeiro. A da Heineken, por exemplo, vai passar a ter um gosto mais amargo: o preço deve subir neste mês.
COLUNISTAS
• O que uma piada grega (sem graça) tem a dizer sobre os seus investimentos? Os limites do que você conhece e, principalmente, do que não conhece, podem influenciar diretamente as suas decisões. O Rodolfo Amstalden diz como na coluna de hoje.
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