Dá para se aposentar com 1 milhão de reais?
O primeiro milhão é um número místico que aparace no sonho de muita gente que está construindo seu patrimônio. Mas será que esse montante é suficiente para você parar de trabalhar? Eu fiz algumas contas e mostro alguns exemplos.
Seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre aposentadoria FIRE (Financial Independence, Retire Early). Hoje eu quero responder uma dúvida recorrente desde que passei a ocupar o espaço desta coluna: muitos leitores me perguntam se dá para se aposentar com 1 milhão de reais.
Será que é R$ 1 milhão é muito? Ou será que é pouco? Quem ficou milionário já pode se aposentar?
Vamos à resposta: Dá para se aposentar sim com R$ 1 milhão, mas é preciso entender em que termos…
Enquanto pensava em como organizar essa coluna com conceitos econômicos e teoria, eis que me apareceu o exemplo perfeito. Em clima de BBB sei lá qual edição, fui impactado num site de notícias por uma manchete mais ou menos assim: "depois do 1 milhão, veja como estão os ex-campeões do BBB".
Não me pergunte onde eu estava navegando para ser impactado por essa manchete...
O que nos interessa é o seguinte: será que a bolada do BBB foi suficiente para que os campeões e novos milionários alcançassem uma aposentadoria FIRE?
Leia Também

Diz a matéria que o Kleber Bambam está muito bem (e pelo que pude averiguar, ele ganhou menos que um milhão). Investiu tudo em imóveis e fez bastante propaganda com a própria imagem…
Mas o caso do Bambam não é uma regra. A mesma matéria dizia que a Cida (campeã da quarta edição) foi do luxo ao lixo, ao perder não só a bolada do BBB, como ainda por cima ficou endividada e vive hoje um baita drama pessoal.
Ou seja: dá para você conquistar uma aposentadoria FIRE com 1 milhão, mas é preciso entender sob quais termos…
1 - Quanto vai render seu dinheiro da aposentadoria? A regra dos 4%
Estou assumindo que você não poderá gerar renda extra fazendo stories para o seu Instagram durante a aposentadoria, tal como o Bambam.
Partindo desta premissa básica, muitos economistas e planejadores financeiros recorrem à matemática simples para resolver o problema complexo do “número mágico”.
Intuitivamente, funciona assim: definimos um percentual (4% ao ano) cujos rendimentos serão integralmente consumidos na aposentadoria para sustentar nosso padrão de vida.
- Se você acumulou 1 milhão de reais, 4% ao ano desse montante significa R$ 40 mil reais.
- Divididos em 12 meses, isso significa uma renda mensal de R$ 3.333.
A regra dos 4% assusta, pois intuitivamente, imagino que você esperasse por uma renda maior… a Cida provavelmente esperava.
Mas isso acontece porque essa é uma regra super conservadora.
Ao retirar 4% ao ano do seu patrimônio num país cuja taxa básica de juros (a Selic) é de 4,25% , você não está alterando a composição principal do seu patrimônio.
Isso significa que se você acumular 1 milhão de reais e gastar apenas os rendimentos, você deixará o mesmo R$ 1 milhão (ou algo muito próximo disso) para seus herdeiros.
A regra dos 4% pode parecer excessivamente conservadora num primeiro momento, mas têm um benefício valioso aqui: ela te ajuda a se proteger de imprevistos.
E convenhamos: imprevistos acontecem.
Se você é uma pessoa normal, imagino que não passe o dia inteiro confabulando sobre as infinitas maneiras pelas quais as coisas podem dar errado. Ótimo, isso fará bem para sua saúde mental em longo prazo.
Infelizmente, porém, seu otimismo não vai impedir que uma coisa ou outra não saiam conforme o planejado. Por isso eu gosto da regra dos 4%, mas ela não é nossa única opção…
2 - Você quer viver de renda por quantos anos? Multiple por “X”
Por quantos anos você pretende permanecer aposentado e viver de renda? Cinco? Dez? Vinte?
O que nós podemos fazer é inverter a lógica dos 4%. Ao invés de deixar todo o “principal” para nossos herdeiros, podemos fazer uma conta de chegada, de modo que - quando batermos as botas - não sobre muito mais que umas migalhas…
Neste caso, o que precisamos fazer é multiplicar nossos gastos mensais por 12 vezes (de modo a torná-los anuais) e então multiplicá-los novamente, agora pela quantidade de anos que permaneceremos aposentados.
Por exemplo: se você gasta R$ 5 mil por mês e deseja permanecer 20 anos sem qualquer outro rendimento além das suas próprias economias… como fica?
Pela regra do “Multiplique por X”, teríamos um gasto anual de R$ 60 mil. O que, ao longo de 20 anos, representaria um montante de aproximadamente R$ 1,2 milhão.
Simples, não? Sim, até simples demais… a regra do “Multiplique por X” é legal, mas têm alguns problemas… o primeiro, é que ela não leva em conta a inflação. Isso é algo muito perigoso (ainda mais no Brasil).
Outro problema é que se você faz uma conta de chegada, isso significa que sua grana vai acabar num determinado momento. Agora, imagine que você tenha o “azar” de viver mais que o planejado… já entendeu, certo?
E se você acha que estou exagerando, pesquise no Google por “Jorginho Guinle - o playboy brasileiro” e depois me conte…
Como calcular quanto economizar para a aposentadoria? O número mágico
A minha sugestão é que você busque um equilíbrio entre a regra dos 4% e a regra do “Multiplique por X” para definir quando você precisa poupar para se aposentar e viver de renda.
Um milhão é um número “mítico” e super representativo, mas você precisa testar.
Repita em casa as contas que eu fiz… mexa nos 4% (assuma rendimentos maiores ou menores), inclua outras fontes de renda na sua conta (INSS se você tiver, aluguel de imóveis, trabalhos que você pretende tocar por hobby quando se aposentar…).
Tente também adicionar um FDC (fator de cagaço) ao “Multiple por X”, de modo que você tenha estimativas mais conservadoras… e por aí vai.
O mais importante é exercitar os cenários e, acima de tudo, não ter medo do seu número mágico.
Ele provavelmente está situado nas margens do R$ 1 milhão - um pouco mais, ou um pouco menos, a depender obviamente do seu estilo de vida.
E lembre-se também do seguinte: mais importante do que definir um número mágico é traçar um plano para alcançá-lo.
Não adianta nada você ter planilhas incríveis que te digam - na precisão dos centavos - de quanto você precisa, sob diferentes premissas de rentabilidade, se você não souber como investir e alcançar esse patrimônio.
Você consegue facilmente um rendimento de 4% ao ano parado em instrumentos simples de renda fixa. Mas, a não ser que você faça esforços sobre-humanos para economizar, os 4% dificilmente te levaram da situação atual ao objetivo traçado.
Não deixe que a definição do número mágico sirva como desculpa para postergar sua entrada no mundo dos investimentos.
Se a sua dificuldade é começar, eu sugiro a leitura do “Pequeno Livro da Grande Renda”, o livro que escrevi com o Rodolfo e sobre o qual comentamos na semana passada.
Ainda restam algumas unidades, que estamos oferecendo a preço de custo (apenas a impressão e o frete para todo o Brasil).
Você pode garantir o seu aqui.
Um abraço e até semana que vem!
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.