60 anos de idade e R$ 30 mil na poupança: o que fazer para salvar sua aposentadoria?
Nessa situação, faz sentido que o investidor saia da poupança, mas pode ser tarde demais para buscar ganhos mais altos na bolsa; veja alternativas
Olá, seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre Aposentadoria FIRE® (Financial Independence, Retire Early).
Quando acesso os dados históricos desta coluna, o Google me conta o perfil das pessoas que acompanham o meu trabalho.
No geral, pelo menos 70% dos leitores são homens, entre 20 e 40 anos.
Não sei bem explicar o motivo de mais homens do que mulheres acompanharem meus textos, mas sem dúvida a faixa etária está condizente com a minha proposta: falar sobre aposentadoria precoce.
São pessoas preocupadas com o futuro, mas um futuro ainda relativamente distante.
Depois do e-mail do Salvador (logo abaixo), me dei conta de nunca ter abordado o problema sob a ótica de quem mais precisa falar sobre isso: o aposentado, ou quem está muito perto de se aposentar.
Leia Também
De Volta para o Futuro 2026: previsões, apostas e prováveis surpresas na economia, na bolsa e no dólar
Tony Volpon: Uma economia global de opostos

Respeitando os riscos
Esse nome - FIRE - nasceu nos EUA.
É um movimento espontâneo em que muitas pessoas, em sua grande maioria jovens, passaram a documentar e compartilhar os progressos que fizeram mantendo estilos de vida frugais, com alto investimento e buscando aposentar-se em 10 anos.
Para fazê-lo, eles tomaram risco. Em alguns casos, bastante risco.
Essas pessoas puderam fazer isso por um motivo muito simples: caso as coisas dessem errado, elas teriam tempo de se recuperar.
Num investimento em renda variável, o risco que você está correndo é proporcional ao tempo que você permanece investindo.
Como assim?
Eu posso abrir o site da minha corretora amanhã e comprar R$ 10 mil em cotas de BOVA11, que replicam o índice Ibovespa.
O que acontecerá com o BOVA11 na sequência da minha operação é imprevisível.
Talvez, na semana que vem, tenhamos a notícia definitiva de uma vacina, e meus R$ 10 mil virem R$ 12 mil.
Ou talvez, tenhamos uma segunda onda de isolamento tão ruim quanto a primeira, e meus R$ 10 mil virem R$ 8 mil.
Por isso, num intervalo de tempo curto como esse, eu carrego um risco elevadíssimo. Sou um mero refém da aleatoriedade.
Mas e se eu puder permanecer com as minhas cotas por 10 anos?
Todos esperamos que, em 10 anos, ninguém mais fale em coronavírus.
Não que o mundo será perfeito, mas os problemas serão outros.
Nesse ínterim, algumas empresas no Ibovespa verão seus lucros crescerem significativamente; outras sairão do índice e algumas ficarão simplesmente paradas.
Mas se o Brasil der minimamente certo nesse período, eu provavelmente vou ganhar dinheiro. Existe um viés de sobrevivência natural no índice, mantendo as empresas saudáveis e expulsando, ou reduzindo a importância, de empresas problemáticas.
Mas e quando eu não tenho os 10 anos pela frente?
O Salvador ainda é jovem, vai viver até os 100. Certeza que ele vai ver o Brasil ser hexa.
Mas eu realmente não sei o quanto ele está disposto a esperar mais 10 anos para reduzir o risco de sua carteira.
Provavelmente ele fez uma careta lendo esse último parágrafo, e eu não o julgo.
Além disso, seus R$ 30 mil são o patrimônio acumulado de uma vida inteira.
Qualquer dano significativo a esse patrimônio tende a se transformar num problema pessoal relevante para ele.
Sempre recomendo que meus leitores invistam em ativos de risco somente depois de formarem sua reserva de emergência, que deve corresponder a algo entre 6 e 12 meses de despesas.
Então, chego a pergunta do título: o que fazer com R$ 30 mil parados na poupança, e 60 anos de idade?
Nessa situação, faz sentido que o investidor saia da poupança sim, mas não entre no mercado de ações.
Se esse foi o dinheiro acumulado ao longo de uma vida, o melhor que você poderá fazer é protegê-lo, sobretudo preservar seu poder de compra.
Sei que não dá vontade de estourar um champanhe ouvindo isso, mas considerando a limitação em assumir riscos, a dependência desse patrimônio e a idade mais avançada, o conservadorismo me parece a melhor opção.
Para sair da poupança, me limitaria a uma diversificação em ativos de renda fixa e os carregaria até o vencimento (novamente, para não ser surpreendido por variações de curto prazo nos preços dos títulos).
No caso do Salvador, deixaria uma fatia relevante dos recursos em Tesouro Selic (ou fundo DI), alocando uma fatia minoritária em Tesouro IPCA+ 2026.
Se você também está perto da sua aposentadoria, essa é a minha sugestão para seus investimentos. Mas, se tiver pelo menos dez anos pela frente até pendurar as chuteiras, deixo aqui o convite para conhecer um plano de investimento mais arrojado no Empiricus Fire.
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário