O Ibovespa registra alta nesta segunda-feira (28), na primeira sessão da última semana do ano, no mesmo pique registrado antes da pausa para o Natal — com fôlego para subir mais e buscar a sua máxima histórica.
Apesar da demora no início da vacinação contra o coronavírus no Brasil causar apreensão entre os investidores, o bom humor que chega dos mercados internacionais sustenta o ânimo dos negócios e faz o índice flertar com o seu recorde.
Após meses de negociação, dois acordos muito esperados pelos mercados tiveram um desfecho feliz. Eram assuntos dignos de novelas, visto que suas conclusões sempre se estendiam e estavam acompanhadas de perto pelos agentes financeiros.
O primeiro desses acertos veio ainda na véspera de Natal, quando a União Europeia e o Reino Unido, enfim, fecharam um acordo comercial para após o Brexit.
Enquanto isso, na noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou o pacote fiscal de US$ 900 bilhões, que deve socorrer a maior economia do mundo e injetar ainda mais liquidez no mercado.
Com isso, por volta das 16h30, o principal índice acionário da B3 subia 1%, cotado aos 119.100 pontos, sendo sustentado por pesos-pesados. É o maior nível do Ibovespa desde 18 de dezembro, quando, na máxima intradiária, subiu aos 119.400 pontos.
O bom desempenho das blue chips impulsiona o índice hoje, com as altas das ações da Petrobras (mais de 1%) e da Ambev (2,1%).
Os papéis da petroleira avançam em meio à venda de participação em 12 campos terrestres no Polo Remanso, na Bahia. A alta ocorre apesar de o petróleo Brent ter zerado sua alta no mercado internacional mais cedo e agora operar em leve alta, de 0,1%.
Ações da Vale também avançam. No caso da mineradora, a boa nova é que a companhia retomou gradualmente as suas operações em Mariana (MG) e em Ubu (ES).
O dólar, por sua vez, registra alta firme, de 1,15%, aos R$ 5,2397, com os bancos buscando a moeda pela diminuição de seu overhedge (proteção excessiva no mercado) e por demanda de empresas estrangeiras pela divisa com remessas internacionais.
O movimento destoa da performance da moeda frente a pares emergentes do real brasileiro — o dólar tem leve alta contra o peso mexicano e o rand sul-africano, por exemplo.
Riscos no radar
Embora o clima geral seja de otimismo, alguns riscos persistem sendo monitorados pelos investidores locais e podem limitar o fôlego da bolsa brasileira.
O primeira é o avanço da pandemia do coronavírus, no que se destacam as declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro em torno do início da vacinação no Brasil.
Outras notícias que também envolvem a covid-19 têm a ver com o aumento do número de casos que envolvem uma nova variante da doença e problemas logísticos de distribuição das vacinas na Europa.
Quem sobe, quem desce
Após a divulgação de prévias operacionais acima do esperado, a resseguradora IRB Brasil lidera as altas do Ibovespa nessa segunda.
Confira as principais altas da sessão de hoje:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | 8,16 | 12,71% |
CIEL3 | Cielo ON | 3,81 | 7,93% |
CVCB3 | CVC ON | 19,74 | 4,22% |
PCAR3 | GPA ON | 75,63 | 4,02% |
WEGE3 | Weg ON | 74,99 | 3,26% |
As ações da Usiminas recuam, após a queda do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China. Os papéis da Gerdau também caem, embora levemente. Veja as principais baixas:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
USIM5 | Usiminas PNA | 14,41 | -1,44% |
QUAL3 | Qualicorp ON | 35,30 | -1,34% |
GOLL4 | Gol PN | 24,26 | -1,14% |
MRFG3 | Marfrig ON | 14,56 | -0,82% |
BTOW3 | B2W ON | 75,04 | -0,74% |