Os segredos da bolsa: numa semana cheia de balanços, saiba quais ações serão destaque
A temporada de balanços continua com força total. No entanto, há muitos outros fatores que podem mexer com a bolsa e o mercado de ações nesta semana — saiba aqui quais ações estarão debaixo dos holofotes nos próximos dias
A temporada de balanços do quarto trimestre de 2019 ganha força nesta semana, com gigantes como Itaú Unibanco, Suzano e Banco do Brasil reportando seus resultados. No entanto, muitos outros fatores irão mexer com a bolsa nos próximos dias — e saber de antemão quais ações estarão debaixo dos holofotes te dá uma vantagem na hora de investir.
Por aqui, a agenda econômica traz dados importantes referentes a dezembro e a ata da última reunião do Copom, que cortou a Selic a 4,25% ao ano — e ajudou a levar o dólar à vista às máximas. Lá fora, o coronavírus e os índices de inflação aparecem como principais fontes de turbulência aos mercados.
No front local, atenção para os números das vendas no varejo em dezembro, a serem divulgados na quarta-feira (12). Os dados vão captar o desempenho do setor no Natal e servirão como um importante termômetro para medir o aquecimento das varejistas na entrada de 2020.
O indicador é especialmente importante por causa de uma polêmica vista no setor de varejo no fim do ano passado. Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), as vendas nesses estabelecimentos durante o Natal saltaram 9,5% em relação a 2018, superando as expectativas do mercado e dando ânimo as ações das varejistas.
No entanto, a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos) refutou esse dado dias depois, afirmando que seus associados não constataram essa alta tão expressiva nas vendas de fim de ano.
Assim, o dado oficial de vendas no varejo em dezembro servirá como tira-teima — e poderá ditar os rumos de ações como Magazine Luiza ON (MGLU3), Via Varejo ON (VVAR3), B2W ON (BTOW3) e Lojas Americanas PN (LAME4), entre outras.
Leia Também
O setor de varejo como um todo tem sido apontado como uma boa aposta para a bolsa brasileira em 2020, dada a perspectiva de recuperação da economia local neste ano, a taxa de juros mais baixa e os estímulos ao consumo fornecidos pelo governo.
Os resultados de novembro, contudo, não confirmaram essa visão mais otimista: mesmo com a Black Friday, as vendas no varejo no mês subiram apenas 0,6%, muito abaixo das expectativas dos analistas, de avanço de 1,2%.
De qualquer maneira, as ações do setor de varejo aparecem entre os destaques do Ibovespa em 2020, todas apresentando desempenho positivo — o índice, por outro lado, cai 1,62% desde o início do ano.

Assim, considerando o desempenho destoante dessas ações, os dados das vendas no varejo em dezembro são especialmente importantes, podendo confirmar a tese de reaquecimento do setor ou esfriar a aposta nos papéis dessas empresas — e, se o segundo cenário se mostrar verdadeiro, um movimento de realização de lucros poderá ser visto nos próximos dias.
Ata-me!
Ainda no cenário doméstico, destaque para a ata da última reunião do Copom, a ser divulgada nesta terça-feira (11). Na semana passada, o Banco Central (BC) cortou a Selic em 0,25 ponto, levando-a ao novo piso histórico de 4,25% ao ano.
No comunicado da decisão, o Copom deixou claro que esse foi o último movimento do atual ciclo de reduções nos juros, e que, a partir de agora, as taxas devem permanecer inalteradas no atual patamar. Essa indicação, contudo, não foi suficiente para trazer paz ao mercado.
Desde a confirmação do corte, o dólar à vista ganhou força em relação ao real, chegando ao patamar de R$ 4,3209 na última sexta-feira (9) — um novo recorde de fechamento em termos nominais. É certo que o cenário externo influenciou o comportamento do câmbio, mas a decisão do Copom contribuiu para trazer pressão extra.
Os investidores acompanharão de perto a divulgação da ata, analisando os argumentos usados pelos dirigentes do BC para justificar o novo corte. Assim, o documento pode trazer algum alívio ao câmbio ou estressar ainda mais o dólar, dependendo dos argumentos e sinalizações do Copom.
A divulgação da ata, por si só, não mexe diretamente com a bolsa, mas, dependendo do que acontecer com o dólar, algumas ações podem ser afetadas indiretamente.
Em primeiro plano, aparecem Azul PN (AZUL4) e Gol PN (GOLL4), já que uma parte relevante dos custos de uma companhia aérea é dolarizada — desta maneira, a desvalorização da moeda brasileira pressiona o balanço dessas empresas, diminuindo o apelo de suas ações.
Atenção também para as exportadoras, como Petrobras, Vale, siderúrgicas e frigoríficos. Nesse caso, contudo, a reação é oposta à das companhias aéreas: aqui, o dólar forte é benéfico, por impulsionar as receitas.
Vale a pena ver de novo
Falando na Vale, as ações ON da mineradora (VALE3) também poderão enfrentar turbulência por causa de um segundo evento: a empresa divulga na terça-feira (11) seu relatório de produção e vendas no quarto trimestre de 2019 — e o mercado quer saber se a companhia cumpriu as projeções feitas lá atrás.
Em novembro, a Vale atualizou suas estimativas de desempenho operacional em 2019. Segundo a própria mineradora, as vendas de minério de ferro e pelotas devem ficar entre 83 e 88 milhões de toneladas — no acumulado do ano, as vendas tendem a variar na faixa de 307 a 312 milhões de toneladas.
Caso os resultados efetivamente contabilizados saiam desses intervalos, as ações da Vale estarão sujeitas à oscilações — para cima ou para baixo, dependendo do número apresentado. Além disso, eventuais sinalizações quanto à produção e às vendas em 2020 também podem mexer com o comportamento dos papéis da mineradora.
Balanços, balanços, balanços
Ao todo, dez empresas do Ibovespa reportarão seus resultados trimestrais nesta semana. Veja abaixo o resumo dos balanços dos próximos dias:
- Segunda-feira (10): BB Seguridade, Itaú Unibanco;
- Terça-feira (11): Tim;
- Quarta-feira (12): Suzano, Totvs;
- Quinta-feira (13): Banco do Brasil, Rumo;
- Sexta-feira (14): BTG Pactual, Cosan, Usiminas.
Naturalmente, sempre que uma companhia divulga seus números trimestrais, é esperado algum tipo de reação por parte de suas ações. Mas, na lista citada acima, há alguns destaques.
Itaú Unibanco PN (ITUB4) e Banco do Brasil ON (BBAS3), por exemplo, serão influenciadas não apenas pelos resultados em si, mas também pela comparação dos números com os apresentados por Bradesco e Santander Brasil, que já soltaram seus balanços.
Dados como a rentabilidade das instituições e eventuais sinalizações para 2020 são os mais aguardados pelos investidores, que têm mostrado certa hesitação com o setor bancário, especialmente em meio à popularização das fintechs e bancos digitais.

Enquanto isso, no exterior...
A agenda econômica externa traz alguns dados com potencial para mexer com o andamento das negociações nas bolsas globais — e, consequentemente, afetar o comportamento das ações por aqui.
Em destaque, aparecem os índices de inflação da China e dos Estados Unidos em janeiro — o primeiro será divulgado na madrugada de domingo para segunda, enquanto o segundo será conhecido na quinta-feira (13).
Na Europa, atenção para os números do PIB da zona do euro, com divulgação prevista para sexta-feira (14) — o velho continente enfrenta um período relativamente longo de enfraquecimento na atividade, e uma nova decepção nesse front pode trazer pessimismo ao mundo.
Além disso, o noticiário referente ao coronavírus continua inspirando cautela aos investidores globais. Por mais que possíveis tratamentos contra a doença estejam sendo desenvolvidos, fato é que o número de mortos e contaminados mundo afora continua subindo.
Os dados mais recentes dão conta de 906 óbitos em função do coronavírus, com mais de 40 mil pessoas infectadas — a maior parte desses números foi reportada na China continental.
Considerando esses números, cresce o temor quanto aos impactos econômicos do surto ao gigante asiático e à economia mundial. E, nas últimas semanas, o sentimento dos investidores quanto à disseminação da doença tem sido determinante para o comportamento das bolsas globais.
Desta maneira, fique atento ao noticiário referente ao coronavírus e às manifestações de autoridades quanto ao surto. Qualquer novidade nesse âmbito pode desencadear movimentações bruscas nos mercados acionários.
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
