O dia depois do Copom: investidores adotam cautela com possível segunda onda de covid-19 e tensão política local
A cautela vista nos mercados internacionais devem influenciar a bolsa brasileira nesta quinta-feira. No Brasil, os investidores também repercutem o novo corte da taxa Selic e a tensão política em Brasília

Após o novo corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros no fim da tarde de ontem, os investidores reagem ao comunicado do Banco Central. Hoje o mercado local fica de olho na divulgação da prévia do PIB do BC, o IBC-Br de abril, e os desdobramentos da crise política em Brasília. A prisão de Fabrício Queiroz, próximo da família Bolsonaro, deve movimentar o cenário.
No exterior, a preocupação com uma segunda onda de coronavírus nos Estados Unidos e China se sobrepõe ao otimismo com a retomada econômica e os mercados expressam cautela. Na agenda, destaque para a decisão de juros do Banco da Inglaterra e o número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.
Selic a 2%?
Conforme esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros, levando a Selic a 2,25% ao ano. A entidade não descarta um novo corte residual na próxima reunião, o que pode levar a taxa básica de juros a 2% ao ano.
Os investidores mais otimistas - que precificavam uma queda maior para a próxima reunião - devem calibrar as suas apostas na curva de juros.
A decisão foi divulgada somente após o fechamento do mercado, mas a expectativa pelo corte fez com que o Ibovespa se descolasse das bolsas americanas e terminasse em alta.
Ontem, o principal índice da bolsa brasileira terminou o dia em alta de 2,16%, aos 95.547,29 pontos. No entanto, o dólar seguiu pressionado, refletindo a parcela cautelosa do mercado. A moeda americana se valorizou 0,51%, a R$ 5,2608.
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Tensão no radar
O tempo segue fechado em Brasília. A troca de farpas entre o governo Bolsonaro e o STF segue intenso.
O presidente segue atacando o Supremo e anunciando que medidas legais devem ser tomadas para conter 'abusos'.
Ontem, o STF votou sobre a legalidade do inquérito da Fake News, que atingem diretamente apoiadores bolsonaristas, e já atingiu a maioria necessária. A Corte também rejeitou o pedido de Habeas Corpus do ministro da Educação Abraham Weintraub. Ponto de tensão entre Bolsonaro e STF, é esperado que a demissão do ministro seja anunciada ainda hoje. O secretário nacional de Alfabetização, Carlos Nadalin, é o mais cotado para assumir o posto.
Nesta manhã, um novo fator entra no radar. Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro foi preso em um imóvel de propriedade do advogado de Flávio. Queiroz é peça-chave na investigação que apura a prática do esquema de 'rachadinha' no gabinete do filho do presidente, na época que o mesmo atuava na Alerj.
Segunda onda
Desde a semana passada, a preocupação com um novo surto de coronavírus vem ganhando força e trazendo cautela aos mercados internacionais. Na China, a capital Pequim voltou a fechar escolas, cancelar 70% dos voos comerciais e isolar bairros da cidade para conter o avanço da doença - nos últimos 7 dias foram 137 novos infectados no local.
Nos Estados Unidos, estados que estão em processo de afrouxamento do isolamento social registram forte alta no número de casos - Texas, Oklahoma, Flórida, Arizona, Oregon e Nevada. No Texas, houve um aumento de % nas internações por covid- em apenas dia.
Com os investidores de olho nos novos surtos do coronavírus, as bolsas asiáticas fecharam em baixa. A excessão foi a bolsa taiwanesa e os índices chineses, que refletiram o novo corte de juros promovido pelo Banco Central do país. O PBoC também fez uma nova injeção de liquidez no mercado de 70 bilhões de yuans.
Na Europa, o otimismo com a retomada da economia também deu lugar a preocupação com uma segunda onda de contágio. Na região, os principais índices caem em bloco.
Os índices futuros em Nova York operam em leve queda nesta manhã.
Agenda
Na agenda local, o destaque fica com a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a prévia do PIB do BC. O estimado é que o índice mostre um recuo de 10,24% em abril.
Lá fora, os destaques ficam com a decisão de juros do Banco da Inglaterra (8) e a divulgação do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos (9h30).
Fique de olho
- Telefônica Brasil fará pagamento de JCP de R$ 0,5498 por ação PN e R$ 0,4998 por ação ON.
- Copel irá pagar R$ 643 milhões em JCP.
- Petrobras confirmou que pretende realizar uma venda adicional de ações da BR Distribuidora.
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