Lei de Murphy e o sentimento do mercado: o momento de comprar se aproxima
Devemos agir com os dizeres de Murphy na cabeça: se algo pode dar errado dará. Em breve, chegaremos ao momento de virar a mão, pesando mais em risco, mas ainda não é agora

A humanidade chegava ao final da década de 40 quando o engenheiro aeroespacial Edward Murphy desenvolveu um equipamento para registrar os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos, com o intuito de testar a tolerância à gravidade dos humanos.
Contudo, infelizmente, o técnico responsável pela instalação acabou cometendo um erro e os sensores para registrar os dados do estudo falharam na hora do experimento. Diante da situação, nos é contado que Murphy teria resmungando “tudo o que puder dar de errado dará”.
Muito provavelmente a história não transcorreu como relatei acima. Nós temos uma tendência de dramatizar fatos ao longo do tempo. Mas de qualquer forma, a ideia persiste.
Na verdade, a adoção de uma suposta "Lei de Murphy" é muito mais estatística e precede ao próprio engenheiro. Podemos verificar relatos alinhados à noção probabilística da problemática desde o século XIX. Basicamente, o que estou querendo dizer é que, “se fizermos testes o suficiente, tudo o que pode acontecer irá”.
Ou seja, se estressamos uma distribuição de cenários possíveis, no longo prazo, mais cedo ou mais tarde, algum dos cenários vislumbrados a priori vai, potencialmente, acontecer.
Pode soar como uma ideia boba, mas é muito importante no momento em que passamos.
Leia Também
Hoje, não temos qualquer noção de qual será a dinâmica econômica global daqui a seis meses. É simplesmente impossível dizer. Em termos sistêmicos, atravessamos a correção mais rápida nos mercados globais da história.
A falta de visibilidade quanto às probabilidades de cenários futuros faz com que os agentes econômicos percam sua sensibilidade em precificar os ativos de risco. O fluxo gringo negativo para mercados emergentes, por exemplo, sentindo a evidente falta de compreensão quantos os reais prêmios de risco dos ativos, bateu ainda mais nos preços.
Vale dizer que isso foi amplificado por: i) recente choque nos preços do petróleo, causando imbróglio ainda não resolvido entre Rússia e Arábia Saudita; e ii) contexto de ampla injeção de liquidez nos mercados desde 2008, suprimindo a volatilidade e nos deixando mais suscetíveis a movimentos como o observado.
A supressão de volatilidade e a dissociação aparentemente interminável entre os fundamentos e os preços elevados dos ativos incentivaram ainda mais a tomada de riscos por parte dos investidores.
Consequentemente, quando a porrada do lado oposto veio, ela veio naturalmente com mais força, dada a artificialidade anterior nos indicadores de volatilidade. O mercado americano, por exemplo, perdeu US$ 30 trilhões nas últimas semanas. Trata-se do que alguns profissionais têm chamado de "Everything Bubble" (ou, em português, a bolha de tudo).
Paralelamente, podemos ter causado um problema bem grande no mercado de crédito. Note abaixo como temos avançado em crédito de risco BBB (menor qualidade) – em uma possível crise de crédito, esses caras são vítimas clássicas.
Curiosamente, a resposta das potências desenvolvidas tem sido no sentido de expansão agressiva da base monetária e fiscal, em um movimento de bailout generalizado.
Vale reforçar que um grande amplificador do movimento atual foi o estágio já avançado de liquidez presente nos mercados que nos encontrávamos anteriormente. Logo, grosso modo, estamos repetindo a dose de artificialidade já vista no pós-2008.
A questão ainda reside na opacidade do momento e, em grande parte também, pelos desdobramentos de segunda e terceira ordem. Muitos negócios pequenos fecharão as portas para sempre. Os impactos na renda disso serão inéditos. Tem especialista projetando mais de 30% de queda para economia americana no segundo trimestre.
Assim, o contexto faz com que eu esteja cauteloso.
Não se trata mais de um bear market dentro de um grande bull market, mas sim do fim do bull market passado, iniciado justamente no pós-2008. A virada de mão que estamos ávidos procurando trata-se do início do próximo ciclo de alta dos ativos.
Se o desdobramento lá fora tem sido dramático, não consigo verificar possibilidade do Brasil ser melhor. Pelo contrário, visto nosso contexto de situação ainda fragilizada, em processo de reformas profundas e complexas, nossa margem de manobra fiscal é muito menor.
Com isso em mente, devemos agir com os dizeres de Murphy na cabeça: se algo pode dar errado dará.
Por isso que reforçamos em tempos recentes a necessidade de redução da parcela destinada aos ativos de risco em seu portfólio para algo entre 10% e 15% – se der errado, estaremos protegidos.
Ao mesmo tempo, elevamos até 30% nosso ideal de alocação em proteções clássicas, como ouro e dólar. Meu entendimento é de que, em breve, chegaremos ao momento de virar a mão, pesando mais em risco, mas ainda não é agora.
Está próximo, mas não é agora.
Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
Precisamos de mais correção ou de uma melhora considerável na visibilidade quanto ao futuro.
Em se tratando de ações, o momento clama por diversificação aprimorada nos ativos de risco, migrando a alocação para nomes de maior qualidade. Opto por negócios que seriam resilientes mesmo nessa crise, como empresas com bom desenvolvimento de negócios digitais e outros nomes no segmento de saúde. Foco em empresas com caixa robusto.
Nomes podem se perder na crise; por isso, devemos optar por nomes fortes, grandes, com caixa e de qualidade, ao menos até que a poeira abaixe e tenhamos mais visibilidade do real estrago de efetivamente desligarmos a economia mundial por 60 ou 90 dias.
Agora, o nome do jogo é sobreviver. Para isso, precisamos ser disciplinados e consistentes. Os tempos são difíceis.
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda