Ibovespa se firma em queda após saída de Teich; dólar vira e tem leve alta
O Ibovespa opera em baixa e o dólar fica perto do zero a zero; mercados reagiram negativamente à saída de Nelson Teich do ministério da Saúde
Uma sessão que tinha tudo para ser tranquila para os ativos domésticos passou por uma reviravolta: a saída de Nelson Teich do ministério da Saúde elevou a aversão ao risco entre os investidores, fazendo o Ibovespa acentuar as perdas e levando o dólar à vista de volta ao zero a zero — a moeda americana passou boa parte da manhã em baixa.
Por volta de 15h15, o Ibovespa operava em queda de 0,82%, aos 78.362,72 pontos — mais cedo, o índice chegou a subir 0,67%, aos 79.538,23 pontos. Com isso, a bolsa brasileira fica aquém dos mercados globais: lá foram as principais praças da Europa fecharam em leve alta e os mercados americanos têm ganhos moderados.
No câmbio, o dólar à vista agora tem ligeira valorização de 0,27%, a R$ 5,8353, distante das mínimas do dia, a R$ 5,7607 (-1,01%). Com o desempenho do momento, a moeda americana caminha para fechar a semana com uma alta acumulada de mais de 1,5%.
- A edição desta sexta-feira do podcast Touros e Ursos já está no ar! Os repórteres Victor Aguiar e Julia Wiltgen comentaram os principais assuntos que movimentaram os mercados na semana, com destaque para a escalada do dólar rumo aos R$ 6,00:
O ministério da Saúde confirmou a saída de Nelson Teich do comando da pasta por volta das 12h, horário em que os ativos domésticos começaram a piorar. O governo fará uma coletiva de imprensa ainda hoje — o antigo ministro permaneceu menos de um mês no cargo.
Considerando que a curva de contágio do coronavírus ainda está numa fase ascendente no Brasil e que diversas capitais já estudam a implantação de um lockdown total para combater a doença, a nova troca na Saúde gera mais turbulências no já conturbado cenário político.
E, considerando as incertezas vindas de Brasília, os investidores reagiram com cautela à notícia — o que sempre implica numa redução nas posições em bolsa e numa maior demanda por dólares, de modo a diminuir a exposição desnecessária ao risco.
Leia Também
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Teich assumiu a pasta em 17 de abril, após o então ministro Luiz Henrique Mandetta deixar o cargo por divergências com o presidente Jair Bolsonaro, em especial sobre o isolamento social.
Na segunda-feira, Teich soube em uma entrevista coletiva que o presidente havia editado um decreto ampliando as atividades consideradas essenciais durante a pandemia, incluindo salões de beleza e academias.
Havia também divergências entre o ministro e Bolsonaro sobre uso da cloroquina em pacientes da covid-19. Hoje, a recomendação da pasta é para casos graves e de internação, enquanto o presidente defende a prescrição ampla da substância — cujo efeito contra a doença não é comprovado.
Exterior cauteloso
Além do novo episódio na crise política doméstica, os mercados também precisam lidar com o tom mais cauteloso visto lá fora: nos Estados Unidos, as vendas no varejo despencaram 16,4% em abril, marcando a maior retração mensal da série histórica no país.
Os dados mais fracos da atividade nos EUA ganham ainda mais relevância em meio às discussões quanto a uma possível precipitação na reabertura da economia do país, considerando que uma 'segunda onda' do coronavírus começa a ganhar força na Ásia.
Assim, em meio à economia já dando sinais intensos de recessão e às dúvidas quanto ao cronograma para uma eventual recuperação, a prudência acaba dominando as negociações no exterior.
Ainda lá fora, a China informou um avanço de 3,9% da produção industrial em abril, após queda no mês anterior, e uma queda de 7,5% das vendas no varejo, contra uma baixa de 15,8% em março.
Na zona do euro, o PIB encolheu 3,8% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019 — maior contração numa série histórica iniciada em 1995.
Juros em queda
O mercado de juros, por outro lado, seguiu em trajetória de baixa, sem se abalar muito com a turbulência política — os DIs reagem às perspectivas de forte retração do PIB do país, conforme indicado pelo resultado do IBC-Br de março:
- Janeiro/2021: de 2,62% para 2,56%;
- Janeiro/2022: de 3,66% para 3,52%;
- Janeiro/2023: de 4,84% para 4,74%;
- Janeiro/2025: de 6,80% para 6,73%.
Agenda cheia
A Petrobras divulgou um prejuízo de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre, mas com resultados operacionais agradaram o mercado. Como resultado, as ações da estatal operam em alta: os papéis ON (PETR3) sobem 2,09%, enquanto os PNs (PETR4) avançam 0,52%.
Os papéis da B3 sobem mais de 4% depois de a empresa reportar um lucro de R$ 1,025 bilhão no três primeiros meses do ano, um avanço de 69,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| HGTX3 | Cia Hering ON | 12,54 | +12,97% |
| B3SA3 | B3 ON | 40,09 | +6,00% |
| GOLL4 | Gol PN | 10,97 | +5,18% |
| BRKM5 | Braskem PNA | 23,26 | +4,92% |
| RENT3 | Localiza ON | 30,63 | +4,57% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| PCAR3 | GPA ON | 55,48 | -7,38% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 12,69 | -6,90% |
| GGBR4 | Gerdau PN | 11,04 | -5,96% |
| RAIL3 | Rumo ON | 19,46 | -5,26% |
| SUZB3 | Suzano ON | 45,09 | -5,15% |
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados