Em última sessão de 2020, Ibovespa tem leve queda após atingir recorde acima de 120 mil pontos

Vai ter recorde de fechamento do Ibovespa? Essa é a grande pergunta do último pregão de 2020.

Pelo que se vê do desempenho do índice agora, não deveremos ter um novo encerramento de sessão com nova máxima.

O Ibovespa, inicialmente, até deu indícios de que hoje era um dia de forte alta, superando o patamar dos 120 mil pontos às 10h20 e atingindo a nova máxima histórica intraday aos 120.150 pontos.

No entanto, passou a flutuar desde então, oscilando leves baixas e altas, e, por volta das 16h30, caía ligeiros 0,2%, aos 119.200 pontos, com o derretimento das ações de siderúrgicas. Com esse desempenho, o índice caminha para fechar o ano com leve valorização de 3%.

Os papéis dessas empresas recuam após a queda do minério de ferro na China, com Usiminas liderando as baixas do índice. Enquanto isso, os papéis da Vale operam perto da estabilidade.

Além disso, a última sessão de 2020 tem papéis de operadoras de planos de saúde entre as suas principais baixas.

Outros pesos-pesados do índice, Petrobras, refletindo a queda do preço do barril de petróleo Brent, e grandes bancos também caem e influenciam negativamente o desempenho do mercado de ações — as units do Santander caem mais de 2%.

Setores amplamente afetados pelo isolamento social, aéreas e shoppings avançam hoje. Ações de Azul e Gol, inclusive, estão entre as três maiores valorização da sessão. Papéis da rede de agência de viagens CVC também avançam.

Dólar flutua e juros recuam

O dólar comercial, por sua vez, registra um dia instável com grande volatilidade — a moeda caiu 0,5% na mínima e subiu 1% na máxima — e agora é negociado a R$ 5,1902, em leve alta de 0,1%. Com isso, ruma para fechar o ano com valorização de 30%.

O dólar também sobe frente ao rublo russo e tem leve ganho contra o peso mexicano, moedas pares do real. É bom lembrar que não há leilão de swap (operação de venda de dólar no mercado futuro) programado para hoje pelo Banco Central.

Recentemente, o BC vinha oferecendo contratos de swap para aliviar a demanda por dólar de bancos que procuravam reduzir o overhedge (redução da posição vendida em dólar). Os leilões envolviam 16 mil contratos de swap ou US$ 800 milhões diariamente.

O mercado de juros, por sua vez, tem um dia de vaivéns.

Neste momento, as taxas operam em queda, mais firmes do que as vistas anteriormente. Os juros também chegaram a subir mais cedo, em meio a uma agenda vazia.

Veja as taxas dos principais vencimentos agora:

• Janeiro/2021: de 1,900% para 1,902%
• Janeiro/2022: de 2,88% para 2,85%
• Janeiro/2023: de 4,23% para 4,18%
• Janeiro/2025: de 5,67% para 5,61%

Coronavírus pauta aqui e lá fora

Os olhos do mercado estão voltados para o Senado norte-americano, que discute um aumento do auxílio às famílias de baixa renda impactadas pela covid-19 nos Estados Unidos de US$ 600 para US$ 2 mil. Neste momento, as bolsas americanas sobem, enquanto os principais índices acionários europeus à vista recuam.

A frustração com a demora na aprovação da medida acabou tirando um pouco do fôlego do Ibovespa ontem, após o índice atingir a máxima histórica intraday.

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O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, bloqueou uma votação rápida sobre a questão, se distanciando do desejo do próprio presidente Donald Trump de ampliar pagamentos diretos aos americanos — medida que, inclusive, tem apoio dos democratas.

McConnell agora vincula o aumento do auxílio individual a duas outras preocupações de Trump, que, no entanto, carecem de apoio bipartidário: mudanças na liberdade do discurso online e reclamações de Trump sobre supostas fraudes eleitorais.

O senador tomou medidas para colocar todos os três itens em um projeto de lei, sem, no entanto, agendar uma votação.

O fluxo de notícias parecia favorável aos negócios, após o uso emergencial da vacina da Astrazeneca ser autorizado no Reino Unido. Mas a segunda onda de casos de covid-19, incluindo a nova e mais contagiosa variante, mantém o sinal de alerta no mercado.

Ontem de noite, a nova cepa do coronavírus foi encontrada nos EUA pela primeira vez, no estado do Colorado.

Por aqui, o Ministério da Saúde informou que, na melhor das hipóteses, a vacinação no país começará em 20 de janeiro. Do ponto de vista macroeconômico, o principal destaque da agenda foi a divulgação do resultado das contas do setor público.

Com os gastos para conter os efeitos da pandemia do coronavírus na economia, o país registrou um déficit primário de R$ 651 bilhões no acumulado do ano até novembro. Esse valor representa 9,58% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o Banco Central.

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