Ibovespa acentua queda acompanhando virada em Nova York
Bolsa encontra dificuldade para firmar-se em alta; descontentamento dos investidores com a cena local entra em choque com a recuperação observada no exterior
Depois de encontrar dificuldade para firmar-se em alta com uma recuperação inicial no exterior, o Ibovespa firmou-se em queda acompanhando a virada para baixo nos principais índices de ações dos Estados Unidos. A bolsa brasileira cai em uma sexta-feira na qual prevalece o descontentamento dos investidores com a cena local.
Nem mesmo a alta acentuada das ações da Vale ajuda o Ibovespa a se manter no campo positivo. Componente de mais peso do principal índice de ações do Brasil, a mineradora anunciou a aprovação de pagamento de dividendos e juro sobre capital próprio pela primeira vez desde a tragédia de Brumadinho, no início do ano passado. A Vale também divulgou novas diretrizes para a sua política de gestão de riscos visando a evitar futuros acidentes. Com isso, as ações da mineradora sobem mais de 5%.
Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, chamou a atenção para a expectativa de dividendos ainda mais forte no segundo semestre. Ele aponta três fatores principais para esta análise: a desalavancagem da Vale, a desvalorização do real e a forte geração de caixa derivada da atual cotação do minério de ferro nos mercadores internacionais.
Bluechips pesam sobre o Ibovespa
Com exceção da Vale, porém, as demais bluechips inibiram um melhor desempenho do Ibovespa no pregão desta sexta-feira. Os papéis da Petrobras e dos setor bancário pesam sobre o índice em um movimento técnico desencadeado pela perda do nível de suporte de 99 mil pontos, observaram analistas.
Petz estreia bem na B3
A sexta-feira marca a estreia da varejista de produtos para animais domésticos Petz (PETZ3) na bolsa brasileira. A empresa protagonizou o maior IPO do ano na B3 até agora, movimentando mais de R$ 3 bilhões.
As ações foram precificadas a R$ 13,75, no centro da faixa indicativo. Por volta das 15h50, os papéis da companhia tinham alta de 10,69%, a R$ 15,22.
Já o Ibovespa operava em queda de 0,42%, aos 98.420 pontos.
Sinais de ingerência governamental no mercado incomodam investidores
O principal foco de preocupação dos investidores nesta sexta-feira é a sinalização de uma possível interferência governamental na economia.
Ontem, em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem conversado com seus ministros e também com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre caminhos legais para evitat que o dólar suba tanto.
O comentário vem à tona depois de repetidos pedidos do presidente para que os varejistas reduzam suas margens de lucro e não repassem ao consumidor final a alta nos preços dos alimentos.
Em termos de indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje pela manhã que o volume de serviços prestados subiu 2,6% em julho ante junho, mas caiu 11,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Em Nova York, os principais índices viviam um dia de recuperação até o início da tarde, mas não conseguiram manter o movimento e passaram a cair ou apagaram a maior parte das altas. Mais uma vez, o mercado de ações em Wall Street é afetado pelo setor de tecnologia
Na Europa, predomina a cautela. Os investidores monitoram as negociações entre Reino Unido e União Europeia em torno de um acordo comercial pós-Brexit. No momento não há consenso e a relação se deteriora ainda mais entre as partes.
Dólar e juro
Depois de operar em queda durante a maior parte do dia, o dólar passou a subir ante o real no meio da tarde.
O mercado de câmbio aqui acompanha o fortalecimento da moeda norte-americana que se seguiu à perda de fôlego do índice Dow Jones.
Por volta das 15h50, o dólar subia 0,29%, cotado a R$ 5,3344.
Já os contratos de juros futuros acompanham a dinâmica do mercado de câmbio.
Depois de abrirem em queda, os contratos passaram a apresentar leve alta acompanhando a alta do dólar.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,840% para 2,860%;
- Janeiro/2023: de 4,110% para 4,130%;
- Janeiro/2025: de 5,970% para 5,990%;
- Janeiro/2027: de 6,950% para 6,970%.
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