Ibovespa pega carona nas bolsas americanas e sobe 3%; dólar cai a R$ 5,15
A desistência do senador Bernie Sanders da disputa pela Casa Branca animou os mercados acionários americanos e, consequentemente, deu um impulso extra ao Ibovespa, que se firmou no campo positivo
O Ibovespa começou o pregão desta quarta-feira (8) sem assumir uma direção definida, apenas flutuando ao redor da estabilidade. No entanto, uma novidade no cenário político nos EUA deu impulso aos mercados acionários por lá — e levou a bolsa brasileira de carona.
Por volta de 16h20, o Ibovespa subia 3,17%, aos 78.729,40 pontos — o índice brasileiro chegou a cair aos 76.115,19 pontos (-0,32%) na mínima. Lá fora, as bolsas da Europa fecharam em leve queda, mas, nos Estados Unidos, o Dow Jones (+3,23%), o S&P 500 (+3,22%) e o Nasdaq (+2,49%) avançam em bloco.
No câmbio, o dólar à vista agora cai 1,46%, a R$ 5,1500, depois de tocar os R$ 5,2487 (+0,43%) na máxima — fatores domésticos também influenciam o comportamento da moeda americana nesta quarta-feira.
- Eu gravei um vídeo explicando parte da dinâmica por trás dos movimentos dos mercados nesta quarta-feira. Veja abaixo:
O fortalecimento do Ibovespa e das bolsas dos EUA ocorreu a partir das 11h30, quando foi oficializada a desistência do senador Bernie Sanders da corrida pela indicação do partido Democrata à disputa pela Casa Branca, abrindo o caminho para o ex-vice-presidente Joe Biden.
Biden é visto como um candidato mais moderado — e essa característica atraiu a ala do partido democrata que temia as propostas mais radicais de Sanders. Esse perfil do ex-vice-presidente também agrada Wall Street, que reagiu positivamente à notícia.
No entanto, até a reviravolta na corrida presidencial americana, os mercados exibiam um viés de indefinição. Por um lado, os pacotes de estímulo econômico no Brasil e nos Estados Unidos davam ânimo aos investidores, mas, por outro, o avanço do coronavírus pelo mundo e os impactos à atividade global inspiravam uma postura mais defensiva.
Leia Também
Cenário ainda nebuloso
Embora as curvas de contágio pelo Covid-19 estejam mostrando uma tendência de estabilização na Europa e nos Estados Unidos, fato é que o número de novos casos e de mortes em função da doença ainda segue bastante elevado em ambas as regiões.
Segundo dados da universidade americana Johns Hopkins, 1,44 milhão de pessoas já foram infectadas no mundo, com mais de 83 mil óbitos. Somente nos EUA, quase 400 mil pessoas já foram diagnosticadas com o coronavírus.
Nesse cenário, os impactos econômicos de curto e médio prazo decorrentes do surto da doença voltam a pesar sobre o humor dos agentes financeiros, uma vez que, por mais que o ritmo de disseminação da doença desacelere daqui para frente, ainda há a leitura de que a situação permanecerá bastante grave ao longo de abril e maio.
O viés mais pessimista, contudo, é neutralizado pela percepção de que os governos estão preparando novos pacotes e iniciativas para incentivar a economia e mitigar parte dos impactos decorrentes da pandemia.
No Brasil, a solicitação do auxílio-emergencial de R$ 600 começou foi aberta pela Caixa Econômica nesta terça-feira (7); hoje, o governo liberou novos saques do FGTS a partir de junho — mais uma medida que visa a injeção de recursos na economia.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump disse que um novo pacote de medidas para lutar contra os efeitos do coronavírus está sendo preparado — a iniciativa contaria com US$ 250 bilhões, com o objetivo de manter postos de trabalho no país.
Na Europa, contudo, o noticiário é menos animador: os ministros de finanças da zona do euro não conseguiram chegar a um acordo sobre mais medidas para ajudar a região a lidar com os impactos do surto de coronavírus.
Petróleo se recupera
No mercado de commodities, o petróleo WTI para maio subiu 6,18% e o Brent para junho avançou 3,04%, na esteira da expectativa quanto à reunião da Opep+ que irá definir eventuais cortes na produção, prevista para amanhã (9).
Além disso, o mercado reage positivamente aos dados de estoque da commodiy nos EUA: as reservas subiram em 15,17 milhões de barris na semana, volume muito maior que o previsto pelos analistas.
Por fim, notícias de que a Índia teria feito uma grande compra de petróleo também ajudam a animar os investidores e dão fôlego às cotações. E, nesse cenário, Petrobras ON (PETR3) avança 6,70%, enquanto Petrobras PN (PETR4) sobe 6,28%.
Campos Neto e o dólar
No mercado de câmbio, o dólar à vista perdeu força e virou para queda após declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em teleconferência promovida pelo Credit Suisse nesta manhã.
Entre outros pontos, Campos Neto disse que o real se desvalorizou num ritmo superior às demais moedas e voltou a sinalizar que a instituição pode usar mais ferramentas para atuar no mercado de câmbio, de modo a corrigir eventuais disfuncionalidades.
Tais declarações foram entendidas pelos investidores como uma indicação de que o BC está atento ao movimento do dólar e que não pretende deixar a moeda americana continuar escalando — o que motivou um alívio imediato nas cotações da divisa.
Nas negociações de juros futuros, o tom é de relativa estabilidade, tanto nos vencimento mais curtos quanto nos mais longos:
- Janeiro/2021: de 3,20% para 3,22%;
- Janeiro/2022: de 4,09% para 4,01%;
- Janeiro/2023: de 5,36% para 5,24%;
- Janeiro/2025: de 6,96% para 6,80%.
Top 5
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CIEL3 | Cielo ON | 4,93 | +19,95% |
| RENT3 | Localiza ON | 33,12 | +13,35% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 4,95 | +11,99% |
| GOLL4 | Gol PN | 12,06 | +10,14% |
| SMLS3 | Smiles ON | 14,31 | +8,41% |
Confira também as maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| JBSS3 | JBS ON | 19,46 | -1,96% |
| RAIL3 | Rumo ON | 19,31 | -1,53% |
| BRKM5 | Braskem PNA | 16,49 | -1,38% |
| IRBR3 | IRB ON | 10,09 | -1,08% |
| SUZB3 | Suzano ON | 36,99 | -0,54% |
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
