🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Colapso nas bolsas

12 de março de 2020: o dia em que os mercados entraram em curto-circuito

O Ibovespa entrou em circuit breaker duas vezes nesta quinta-feira, algo que não acontecia desde 2008. Ao fim do dia, caiu mais de 14%, marcando o terceiro pior pregão desde o início do plano Real

Victor Aguiar
Victor Aguiar
12 de março de 2020
17:54
bolsa ibovespa dólar curto-circuito mercados
Imagem: Shutterstock

O Ibovespa e as bolsas globais já vinham numa semana terrível. Com o coronavírus se espalhando num ritmo cada vez maior, o temor quanto a um impacto violento na economia cresce minuto a minuto — o que, consequentemente, só eleva a aversão ao risco dos investidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, nem mesmo os mais pessimistas previam o curto-circuito visto nos mercados mundiais nesta quinta-feira (11). Em meio ao caos provocado pelo surto da doença — e à percepção de que as autoridades globais têm reagido de maneira pouco enfática, considerando a gravidade da situação —, os índices acionários desabaram numa magnitude poucas vezes vista na história.

O Ibovespa, por exemplo, abriu em forte baixa e, em poucos minutos, bateu os 10% de valorização, acionando o circuit breaker pela terceira vez somente nesta semana. Após a pausa de 30 minutos, o índice continuou em declínio, atingindo os 15% de queda ainda durante a manhã — e disparando o botão do pânico pela segunda vez no pregão.

Uma situação como essa, de dois circuit breakers numa mesma sessão, só havia acontecido duas vezes: em outubro de 2008, durante a crise financeira global; e em setembro de 1998, em meio à moratória da Rússia.

E olha que o Ibovespa ficou a um triz de uma terceira parada: no pior momento do dia, chegou a derreter 19,59%, indo aos 68.488,29 pontos — a menor pontuação intradiária desde 17 de agosto de 2017 (67.976,00 pontos).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As quedas só não foram ainda maiores porque, no meio da tarde, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou um programa de injeção de liquidez nos mercados de até US$ 1,5 trilhão, por meio da recompra de títulos. A sinalização foi suficiente para trazer algum alívio aos investidores, mas nem de longe reverteu o quadro de preocupação.

Leia Também

Ao fim do dia, o Ibovespa marcava 72.582,53 pontos, em baixa de 14,78% — segundo dados da Economatica levantados a pedido do Seu Dinheiro, foi o terceiro pior pregão da bolsa brasileira desde o início do plano Real. Agora, o índice acumula perdas de 25,93% na semana e de 37,24% em 2020.

Lá fora, a situação não foi muito diferente. Na Europa, as principais praças acionárias fecharam em baixa de mais de 10%; nos Estados Unidos — onde o circuit breaker também foi acionado — o Dow Jones fechou em baixa de 9,99%, o S&P 500 recuou 9,92%e o Nasdaq teve queda de 9,43%.

No câmbio, o dia também foi caótico: o dólar à vista disparou 6,47% logo na abertura, chegando ao nível de R$ 5,0280 — a moeda americana nunca havia ultrapassado a barreira de R$ 4,80.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, depois de muitas atuações do Banco Central (BC) e do alívio do Fed, o dólar à vista se afastou das máximas, fechando em alta de "apenas" 1,41%, aos R$ 4,7891.

Caos global

Os desdobramentos do surto de coronavírus continuaram trazendo enorme cautela aos mercados nesta quinta-feira. Lá fora, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a suspensão das viagens entre o país e a Europa, de modo a tentar conter o avanço do coronavírus — uma medida que gerou ainda mais preocupação e deu força à leitura de que o surto da doença causará fortes impactos à economia mundial.

Essa situação, obviamente, impacta diretamente as companhias aéreas do mundo — e gera reações imediatas por parte do mercado financeiro. Em Wall Street, as ações da Delta (DAL) despencaram 21%, as da American Airlines (AAL) caíram 17,28% e as da United Airlines (UAL) desabaram 24,85%.

Na Alemanha, os papéis da Lufthansa (LHA.DE) fecharam em baixa de 14,04%; na França, os ativos da Air France-KLM (AF.PA) recuaram 12,69%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E, no Brasil, a tendência foi a mesma: por aqui, as ações PN da Gol (GOLL4) despencaram 36,29%, enquanto os ativos PN da Azul (AZUL4) derreteram 32,89%. Por mais que as companhias brasileiras não operem rotas entre os EUA e a Europa, o setor aéreo é altamente interligado — há alianças e acordos de compartilhamentos de voos em escala global.

Além disso, as ações das aéreas brasileiras também são diretamente impactadas pelo salto no dólar à vista, uma vez que uma fatia relevante de suas linhas de custos é denominada na moeda americana. Tanto o combustível de aviação quanto os gastos com manutenção em aeronaves são dolarizados.

O anúncio surpreendente de Trump, somado à percepção de que a doença continua a se espalhar pelo mundo — já são mais e 127 mil contaminados e 4,7 mil mortos —, foi decisivo para elevar o pessimismo dos investidores, que já começam a ver os impactos da pandemia na vida real.

No mundo todo, eventos esportivos têm sido cancelados, adiados ou, no máximo, disputados com portões fechados; shows, espetáculos e qualquer tipo de ocasião que possa juntar aglomerações também têm sido limadas do calendário, dado o clima de medo que toma conta do globo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E, nesse cenário, já surgem dúvidas quanto à eficácia de eventuais medidas de estímulo econômico — afinal, não há crédito extra que resolva um ambiente que as pessoas não consomem ou não demandam serviços por causa de um problema de saúde pública.

Turbulência doméstica

Por aqui, o mercado mostra-se bastante tenso com os atritos entre governo e Congresso: ontem, foi derrubado o veto imposto pelo presidente Jair Bolsonaro à elevação do BPC, criando um gasto adicional da ordem de R$ 20 bilhões por ano ao orçamento do país.

Esse revés no Congresso ameaça diretamente o cumprimento do teto de gastos do governo, além de representar um grande passo para trás na questão do ajuste fiscal. Além disso, a deterioração na relação entre os poderes cria ainda mais incertezas no front das reformas e outras pautas econômicas.

Dia caótico

No câmbio, a situação foi igualmente tensa: o dólar à vista abriu em forte alta e chegou a bater os R$ 5,0280 no pico do estresse (+6,47%). O Banco Central, contudo, atuou de maneira rápida, promovendo leilões no segmento à vista, o que diminui parte da pressão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa ação do BC brasileiro, somada à injeção de liquidez por parte do Fed, afastou a moeda americana das máximas: fechando na casa de R$ 4,78 — um novo recorde de encerramento, em termos nominais.

Entre as curvas de juros, o tom também foi de forte aversão ao risco, com um movimento amplo de abertura das curvas mais curtas. Os DIs com vencimento em janeiro de 2021, por exemplo, saltaram de 4,21% para 4,95% — o que, na prática, aponta para uma aposta na alta da Selic ao fim do ano.

Veja abaixo como ficaram os principais DIs hoje:

  • Janeiro/2021: de 4,21% para 4,95%;
  • Janeiro/2022: de 5,03% para 6,20%;
  • Janeiro/2027: de 7,60% para 8,88%.

Perdas massivas

Nenhuma ação do Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira. Veja abaixo as cinco maiores quedas do índice:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
GOLL4Gol PN9,97-36,29%
AZUL4Azul PN20,30-32,89%
CVCB3CVC ON13,64-29,11%
IRBR3IRB ON9,15-27,95%
BPAC11BTG Pactual units32,48-26,86%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
REAÇÃO AO BALANÇO

Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?

5 de novembro de 2025 - 9:28

Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25

SD ENTREVISTA

Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais

4 de novembro de 2025 - 17:50

O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro

FIIS HOJE

FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa

4 de novembro de 2025 - 11:33

Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII

AÇÃO DO MÊS

Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas

4 de novembro de 2025 - 6:02

Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa

NO TOPO

Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?

3 de novembro de 2025 - 14:46

Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é

LOCATÁRIOS DE PESO

Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões

3 de novembro de 2025 - 14:15

A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574

3 de novembro de 2025 - 11:53

Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP

PARA FECHAR COM CHAVE DE OURO

A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde

1 de novembro de 2025 - 13:08

Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.

A SEMANA DOS MERCADOS

Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803

31 de outubro de 2025 - 18:15

O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões

REAÇÃO AOS RESULTADOS

Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?

31 de outubro de 2025 - 12:20

As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques

DINHEIRO EXTRA

A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG

30 de outubro de 2025 - 16:24

Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra

REAÇÃO AO RESULTADO

Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço

30 de outubro de 2025 - 8:56

Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar

29 de outubro de 2025 - 17:19

O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão

VALE MAIS QUE DINHEIRO

Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso

29 de outubro de 2025 - 14:35

Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs

O RALI NÃO ACABOU

Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025

29 de outubro de 2025 - 13:32

De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%

REAÇÃO AO RESULTADO

Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?

29 de outubro de 2025 - 10:38

Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?

NA GANGORRA

Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir

29 de outubro de 2025 - 6:05

Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal

FECHAMENTO DOS MERCADOS

IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597

28 de outubro de 2025 - 17:25

Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.

GIGANTE LOGÍSTICO

‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo

28 de outubro de 2025 - 11:23

Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas

OS QUERIDINHOS DOS GRINGOS

Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’

27 de outubro de 2025 - 18:43

Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar