Em meio a queda de braço, cautela prevalece e Ibovespa fecha no negativo
Caged acima das expectativas permitiu ao Ibovespa resistir ao cenário de aversão ao risco, mas não impediu queda

Um cabo de guerra entre a cautela e o otimismo marcou a sessão desta terça-feira do Ibovespa. De um lado, pesava o receio dos investidores com o avanço do coronavírus, as tensões entre Estados Unidos e China e as novas medidas de restrição a viagens na Europa.
A expectativa com relação à reunião de política monetária do Federal Reserve Bank (o banco centro norte-americano) também impunha seu peso sobre as decisões dos investidores.
Do lado oposto, os números de emprego no Brasil em junho vieram acima da expectativa dos analistas, impedindo que uma realização de lucros que se ensaiava desde o início da sessão ganhasse corpo.
Por duas vezes – uma no início e outra na reta final da sessão –, o Ibovespa aventurou-se no azul. No fim, sem força para sustentar o movimento, a situação azedou em Wall Street, a cautela prevaleceu e o Ibovespa fechou em queda de 0,35%, a 104.109,07 pontos.
O otimismo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) pode ter sido insuficiente para manter a recente tendência de alta do Ibovespa, mas represou uma queda potencialmente mais acentuada em meio à realização de lucros que se ensaiou no início da sessão desta terça-feira em meio à aversão ao risco no exterior e à cautela que costuma anteceder as reuniões de política monetária do Fed.
O Caged mostrou fechamento líquido de 10.948 postos de trabalho. No mês anterior, o saldo de vagas criadas e fechadas ficou negativo em 305.303 postos de trabalho. A média das projeções indicava que o Brasil registraria o fechamento de 195.193 postos de trabalho em junho.
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Analistas consideraram surpreendentes os números do Caged em junho. Mas enquanto alguns afirmam que o dado reforça a percepção de que o pior já teria passado e que a economia brasileira estaria ensaiando uma recuperação, outros advertem que a leitura do indicador parte de uma base deprimida.
De março - quando o impacto da pandemia começou a ser sentido no Brasil - até junho, o Caged registrou o fechamento de 1,539 milhão de postos de trabalho, segundo os dados do Ministério da Economia.
No Ibovespa, as ações da AES Tietê (TIET11) lideraram a queda em reação à decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de vender sua fatia na empresa à AES Corp. Os papéis da empresa recuaram 8,35%.
No campo positivo, os papéis da Oi foram a sensação do dia. As ações ON da empresa de telefonia subiram 15,82% e os papéis PN, com menor liquidez avançaram impressionantes 44,27%. Os investidores reagiram à notícia de uma nova oferta formalizada pelo trio TIM, Vivo e Claro pela rede móvel da operadora no valor de R$ 16,5 bilhões.
Enquanto isso, os fortes resultados trimestrais apresentados pelo Carrefour (CRFB3) foram bem recebidos pelos investidores e as ações da companhia fecharam em alta de 5,34%. O lucro líquido do Carrefour cresceu 74,9% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2019.
As ações da Cogna (COGN3), por sua vez, subiram 8,04%, recuperando parte das perdas registradas após a divulgação da faixa de preços do IPO da subsidiária Vasta.
Já os papéis da Via Varejo (VVAR3) avançaram 7,93%, em grande parte pela elevação da recomendação do Citi de "neutra" para "compra".
Enquanto isso, a temporada de balanços segue a todo o vapor. Entre o fechamento de hoje e a abertura de amanhã serão divulgados os resultados trimestrais de Vale, CSN, Cielo, Minerva e Smiles.
Confira a seguir as 5 maiores altas e as 5 maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Cogna ON (COGN3) +8,04%
- Via Varejo ON (VVAR3) +7,93%
- BRF ON (BRFS3) +5,86%
- Carrefour BR ON (CRFB3) +5,34%
- Minerva ON (BEEF3) +4,69%
MAIORES QUEDAS
- Weg ON (WEGE3) -3,95%
- BTGP Banvo Unit (BPAC11) -3,24%
- Cielo ON (CIEL3) -2,29%
- CCR BR ON (CCRO3) -2,10%
- Energias BR ON (ENBR3) -1,95%
Dólar e juros
O dólar, por sua vez, apagou a alta que vinha sendo observada desde o início da sessão e fechou praticamente estável, acompanhando o comportamento de outras moedas emergentes em um momento no qual cada vez mais analistas percebem uma tendência mais ampla de um ciclo de enfraquecimento do dólar.
No decorrer da sessão, a moeda norte-americana chegou a entrar na faixa dos R$ 5,20, refletindo a aversão ao risco no exterior, mas aos poucos perdeu terreno e encerrou a R$ 5,1572 (-0,02%).
E em mais um sinal de que o dólar inicia esse ciclo de enfraquecimento global, o ouro renovou pela terceira sessão consecutiva seu recorde de fechamento nos mercados internacionais.
Já os contratos de juros futuros fecharam em leve alta. Apesar disso, os vencimentos mais líquidos seguem próximos de suas mínimas históricas. Confira os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,928% para 1,930%;
- Janeiro/2022: estável a 2,740%;
- Janeiro/2023: de 3,783% para 3,800%;
- Janeiro/2025: de 5,343% para 5,360%.
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