O fluxo é rei: Ibovespa acompanha NY e sobe 1,7%; dólar fecha em leve alta
O Ibovespa acelerou o ritmo de alta na etapa final do pregão, pegando carona no fortalecimento das bolsas americanas — os investidores seguem deixando os riscos de lado para se focar na maior liquidez disponibilizada pelos BCs. No câmbio, o dólar à vista fechou em alta, mas longe das máximas do dia

Dizem que, se você cair num rio com uma correnteza forte, a melhor decisão é se deixar levar pelas águas — tentar nadar na direção oposta apenas vai sugar sua energia e diminuir suas chances de sobrevivência. Preserve suas forças e não lute contra o fluxo: uma lição que, aparentemente, também se aplica ao Ibovespa.
Por mais que haja inúmeros fatores de risco no horizonte dos mercados, há um afluente de dinheiro abastecendo as bolsas globais. E, num cenário de liquidez aparentemente infinita, ninguém quer a segurança da terra firme.
Os dados mais recentes da economia americana não vieram exatamente positivos, a possibilidade de uma segunda onda do coronavírus no mundo continua bastante plausível e as tensões comerciais entre China e EUA voltaram a esquentar. Tudo isso fez as bolsas globais assumirem um comportamento tímido durante boa parte desta quinta-feira (25).
- Eu gravei um vídeo para explicar um pouco da dinâmica por trás dos mercados nesta quinta-feira. Veja abaixo:
O Ibovespa manteve-se em alta desde a manhã, mas com ganhos que raramente superavam a marca de 1%; nos EUA, as bolsas flutuavam perto do zero a zero até o meio da tarde e, na Europa, as principais praças fecharam o dia com ganhos pouco expressivos.
Mas, na etapa final da sessão, o fluxo voltou a falar mais alto: em Wall Street, as bolsas ganharam força, levando o Ibovespa de carona. Como resultado, o índice brasileiro fechou em alta de 1,70%, aos 95.983,09 pontos, perto das máximas do dia; em Nova York, o Dow Jones (+1,18%), o S&P 500 (+1,14%) e o Nasdaq (+1,09%) também subiram com intensidade.
E o que provocou essa injeção de ânimo nos investidores? Bem... nada além do usual: a expectativa por mais e mais pacotes de estímulo financeiro em meio à pandemia — o que, consequentemente, disponibilizaria mais e mais recursos para as bolsas e daria mais e mais fôlego ao mercado de ações.
Leia Também
Ok, no Brasil até tivemos alguns fatores positivos para o Ibovespa, com dados inflacionários mexendo diretamente com as curvas de juros futuros. Mas, ainda assim, essa aceleração nos ganhos na bolsa só ocorreu com o fortalecimento de Wall Street.
No câmbio, tivemos um dia de altos e baixos: o dólar à vista oscilou entre os R$ 5,2676 (-1,04%) e os R$ 5,3846 (+1,19%), apenas para fechar praticamente estável. Ao fim da sessão, teve uma ligeira alta de 0,19%, a R$ 5,3334.
Tensão em segundo plano
Os investidores continuaram mostrando cautela em relação à possibilidade de uma segunda onda do coronavírus no mundo, o que provocaria uma retomada das medidas de isolamento e, automaticamente, geraria uma piora na já fragilizada economia global.
E os mais recentes dados econômicos dos EUA inspiraram prudência: o PIB do país no primeiro trimestre recuou 5%, um resultado que veio em linha com a previsão dos analistas, mas que deixa claro o impacto da pandemia sobre a atividade do país — e aumenta a preocupação quanto ao segundo trimestre, que deve ser ainda pior.
Também nos EUA, destaque para os dados do mercado de trabalho: na semana encerrada em 20 de junho, foram 1,48 milhão de novos pedidos de seguro-desemprego, uma leve queda de 60 mil solicitações em relação à semana anterior — um patamar ainda bastante elevado.
Esse cenário, combinado às tensões comerciais entre EUA e China, justificaria um tom negativo em Wall Street. Mas, ao mesmo tempo que os fundamentos inspiram cautela, eles também aumentam a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a Casa Branca vão fazer o que for necessário para dar ânimo à atividade no país.
E, por "fazer o necessário", leia-se "injetar dinheiro na economia e nos mercados", seja lá qual for o mecanismo que viabilize esse resgate.
Na Europa, por exemplo, tivemos una iniciativa pouco usual por parte do Banco Central Europeu (BCE): foi anunciado um novo instrumento de recompra (repo) para fornecer liquidez aos BCs fora da zona do euro e, assim, tentar animar o continente como um todo.
Ou seja: mais uma medida para amentar ainda mais o fluxo de dinheiro — e não é sábio nadar contra a maré.
Inflação em destaque
Por aqui, os investidores tiveram um dia carregado, especialmente no mercado de juros. A começar pelo IPCA-15 de junho, que teve leve alta de 0,02% após ter recuado 0,59% em maio — um resultado que corrobora a percepção de que as pressões inflacionárias praticamente inexistem no momento.
Além disso, o mercado também reagiu ao relatório trimestral de inflação (RTI) do Banco Central, que manteve a previsão para o IPCA em 1,9% ao fim de 2020 — a mesma estimativa da versão anterior do documento, de março.
Nesse contexto de inflação sob controle, as curvas de juros futuros de médio e longo prazo fecharam em baixa nesta quinta-feira, com os investidores apostando na manutenção da taxa Selic em níveis baixos por um período prolongado:
- Janeiro/2021: estável em 2,05%;
- Janeiro/2022: de 3,05% para 2,97%;
- Janeiro/2023: de 4,19% para 4,11%;
- Janeiro/2025: de 5,94% para 5,75%.
Saneamento e WEG em foco
No lado corporativo, destaque para as ações do setor de saneamento, em meio à aprovação, pelo Senado, do novo marco regulatório para o setor — uma medida que facilita a participação e o investimento do setor privado na área. Apesar disso, as principais ações do segmento fecharam em baixa nesta quinta.
No Ibovespa, Sabesp ON (SBSP3) recuou 1,33%; fora do índice Copasa ON (CSMG3) e as units da Sanepar (SAPR11) caíram 2,81% e 1,12%, respectivamente — uma leve realização dos ganhos de ontem, quando o mercado já precificava a aprovação do novo marco.
Ainda no front corporativo, Weg ON (WEGE3) despontou entre as maiores altas do dia, fechando com ganhos de 6,88%, a R$ 49,22. Mais cedo, o BTG Pactual elevou o preço-alvo para os papéis em 12 meses a R$ 52, apesar de manter a recomendação neutra — a cifra representa um potencial de alta de 5,6% em relação ao encerramento de hoje.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CCRO3 | CCR ON | 15,70 | +9,03% |
WEGE3 | Weg ON | 49,22 | +6,88% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | 13,42 | +5,75% |
SULA11 | SulAmérica units | 46,47 | +4,99% |
GOLL4 | Gol PN | 19,15 | +4,99% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CVCB3 | CVC ON | 18,28 | -2,56% |
BRKM5 | Braskem PNA | 23,39 | -1,68% |
MRFG3 | Marfrig ON | 12,71 | -1,55% |
BEEF3 | Minerva ON | 12,95 | -1,52% |
BRML3 | BR Malls ON | 10,20 | -1,35% |
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes
FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação
O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação
O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim
Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim
Ação do Assaí (ASAI3) ainda está barata mesmo após pernada em 2025? BB-BI revela se é hora de comprar
Os analistas do banco decidiram elevar o preço-alvo das ações ASAI3 para R$ 14 por ação; saiba o que fazer com os papéis
O que esperar dos mercados em 2026: juros, eleições e outros pilares vão mexer com o bolso do investidor nos próximos meses, aponta economista-chefe da Lifetime
Enquanto o cenário global se estabiliza em ritmo lento, o país surge como refúgio — mas só se esses dois fatores não saírem do trilho
Tempestade à vista para a Bolsa e o dólar: entenda o risco eleitoral que o mercado ignora
Os meses finais do ano devem marcar uma virada no tempo nos mercados, segundo Ricardo Campos, CEO e CIO da Reach Capital
FII BMLC11 leva calote da Ambipar (AMBP3) — e investidores vão sentir os impactos no bolso; cotas caem na B3
A Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado, e a crise atinge em cheio os dividendos do FII
Ouro ultrapassa o nível de US$ 4 mil pela primeira vez por causa de incertezas no cenário global; o metal vai conseguir subir mais?
Shutdown nos EUA e crise na França levam ouro a bater recorde histórico de preço
Fundos de ações e multimercados entregam 21% de retorno no ano, mas investidores ficam nos 11% da renda fixa, diz Anbima
Mesmo com rentabilidade inferior, segurança da renda fixa mantém investidores estagnados, com saídas ainda bilionárias das estratégias de risco
MXRF11 mira captação recorde com nova emissão de até R$ 1,25 bilhão
Com uma base de 1,32 milhão de cotistas e patrimônio líquido de mais de R$ 4 bilhões, o FII mira sua maior emissão
O que foi tão ruim na prévia operacional da MRV (MRVE3) para as ações estarem desabando?
Com repasses travados na Caixa e lançamentos fracos, MRV&Co (MRVE3) decepciona no terceiro trimestre
Ouro fecha em alta e se aproxima da marca de US$ 4 mil, mas precisa de novos gatilhos para chegar lá, dizem analistas
Valor do metal bate recorde de preço durante negociações do dia por causa de incertezas políticas e econômicas
Fundo imobiliário favorito dos analistas em outubro já valorizou mais de 9% neste ano — mas ainda dá tempo de surfar a alta
A XP Investimentos, uma das corretoras que indicaram o fundo em outubro, projeta uma valorização de mais 9% neste mês em relação ao preço de fechamento do último pregão de setembro
Ibovespa fica entre dois mundos, enquanto RD Saúde (RADL3) brilha e Magalu (MGLU3) amarga o pior desempenho da semana
O principal índice de ações da B3 encerrou a semana em baixa de 0,86%, aos 144.201 pontos. Após um setembro de fortes valorizações, o início de outubro mostrou um tom mais negativo
Verde coloca o ‘pézinho’ em ações brasileiras — mas liga alerta sobre a situação do país
Em carta divulgada na sexta-feira (3), a gestora mostrou a retomada marginal de apostas na bolsa local, mas soou o alarme para o impacto da nova isenção de IR e para a postura mais dura do BC
Onde investir em outubro: ações para renda passiva, ativo com retorno de 20% e nomes com exposição à China são as indicações da Empiricus
Em novo episódio, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho na temporada de balanços do terceiro trimestre e na possível queda dos juros
Serena Energia (SRNA3) revela preço e datas para a OPA para deixar a B3 e fechar o capital
Preço por ação é ligeiramente inferior ao preço do último fechamento; leilão está marcado para 4 de novembro