Ibovespa Balboa: índice leva uma surra no começo do dia, mas vira a luta e crava uma nova máxima
Os temores quanto à disseminação do coronavírus colocaram o Ibovespa nas cordas durante a manhã. Mas, ajudado pelo bom desempenho das ações dos bancos, o índice partiu para cima e fechou em alta, chegando pela primeira vez aos 119 mil pontos

O Ibovespa parecia derrotado antes mesmo do fim do primeiro round. Assim que o gongo soou e deu início à luta desta quinta-feira (23), o índice foi encurralado por um oponente que parecia imbatível: o temor global em relação ao coronavírus.
- Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes): não depender de um salário no fim do mês é o seu grito de liberdade. Aqui está o seu plano para dar adeus ao seu chefe
A bolsa foi à lona já nos primeiros minutos de sessão, em linha com o movimento visto lá fora: na Ásia, as principais praças fecharam em baixa; na Europa, os índices exibiam um viés amplamente negativo; e, nos Estados Unidos, os futuros de Nova York indicavam um pregão em queda.
Mas, mesmo nas cordas, o mercado brasileiro foi resistindo. Assim como Rocky Balboa, o Ibovespa conseguiu sobreviver aos golpes mais duros, não se deixando ser nocauteado. E, a partir da metade da luta, começou a ir para cima do adversário.
Quando ninguém esperava, o índice começou a se recuperar. Encaixou bons golpes, se esquivou dos riscos e, veja só, zerou as perdas. E não parou por aí: virou ao campo positivo, indo contra todas as possibilidades.
Ao fim dos 12 assaltos, o Ibovespa teve a mão levantada pelo juiz e saiu do ringue com a vitória. O prêmio? Um cinturão de novo recorde histórico.
Vamos às estatísticas da luta: durante a manhã, o índice chegou a tocar os 116.905,95 pontos, em queda de 1,25%. Mas, ao fim da sessão, marcava 119.527,63 pontos, em alta de 0,96% — é a primeira vez na história que o Ibovespa chega aos 119 mil pontos.
Leia Também
Até onde vai o fundo do poço da Braskem (BRKM5), e o que esperar dos mercados nesta semana
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
Eye of the tiger
A arma secreta da bolsa brasileira foi o bom desempenho das ações dos bancos — um setor que possui enorme peso na composição do Ibovespa, mas que vinha apresentando um desempenho bastante ruim em 2020.
Itaú Unibanco PN (ITUB4) fechou em alta de 2,37%, Bradesco ON (BBDC3) avançou 2,70%, Bradesco PN (BBDC4) subiu 2,64%, Banco do Brasil ON (BBAS3) teve ganho de 5,62% e as units do Santander Brasil (SANB11) valorizaram 1,96%.
Mas, segundo um operador, essa puxada não ocorreu por causa de alguma notícia relacionada a essas empresas, mas sim a uma correção após as baixas recentes — e esse movimento foi sustentado pelos investidores externos, que perceberam as "pechinchas" no segmento.
O operador ponderou que, apesar das quedas em 2020, as ações dos bancos são vistas como "portos seguros" pelos estrangeiros, dada a solidez das empresas e a alta liquidez dos papéis. Assim, num momento de tensão, os investidores correram para as opções menos arriscadas.
Mas, mesmo com os ganhos de hoje, as ações do setor seguem acumulando perdas expressivas em 2020 — as baixas vão de 3% (Bradesco ON) a 6% (Santander Brasil units).
Golpe duro
Lá fora, o noticiário referente ao coronavírus elevou a tensão dos investidores. Até o momento, o governo chinês já confirmou 17 mortes e mais de 500 casos da doença no país. Três cidades da China foram isoladas para tentar conter o vírus, incluindo as metrópoles Wuhan (11 milhões de habitantes) e Huanggang (7,5 milhões).
A apreensão é ainda maior porque, a partir de amanhã, será comemorado o feriado de Ano Novo Lunar na China, colocando o país em recesso por uma semana — é um período em que muitos chineses costumam viajar, tanto para outras cidades chinesas quanto para o exterior.
Como já foi dito, as bolsas da Ásia e da Europa fecharam em queda, refletindo as preocupações. Nos Estados Unidos, o Dow Jones (-0,09%) caiu, mas o S&P 500 (+0,18%) e o Nasdaq (+0,20%) ainda conseguiram sustentar um leve desempenho positivo.
O mercado de commodities também foi fortemente afetado pela cautela. Na China, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao — cotação que serve como referência para os investidores — fechou em queda de 3,35%; o petróleo Brent caiu 1,85% e o WTI recuou 2,03%.
Gonn fly now
Além das preocupações globais, os agentes financeiros domésticos ainda tiveram outro fator para analisar: a alta de 0,71% do IPCA-15 em janeiro. O dado ficou em linha com a expectativa dos analistas, mas indica que a inflação continua pressionada — o que diminui as apostas num novo corte na Selic.
O indicador mexeu especialmente com os mercados de câmbio e juros. A perspectiva de manutenção da Selic em 4,5% ao ano, sem novos ajustes negativos, fez os DIs fecharem em alta, ajustando-se a esse cenário. Veja abaixo como ficaram as curvas mais líquidas:
- Janeiro/2021: de 4,34% para 4,36%;
- Janeiro/2023: de 5,54% para 5,57%;
- Janeiro/2025: de 6,30% para 6,32%;
- Janeiro/2027: de 6,70% para 6,71%
A leitura de que a Selic não será mais cortada acabou tirando pressão do dólar à vista — uma nova redução na taxa básica aumentaria o diferencial de juros em relação ao exterior, diminuindo a atratividade do real.
Assim, o dólar à vista terminou em baixa de 0,21%, a R$ 4,1664, destoando do exterior — lá fora, a moeda americana exibiu um viés de alta na comparação com as demais divisas de países emergentes.
Ricardo Gomes da Silva, operador de câmbio da corretora Correparti, ainda destaca que o alto volume de IPOs e emissões que foram anunciados nos últimos dias também ajuda a atrair dólares para o país, reduzindo a cotação da moeda americana.
Vencedores e perdedores
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
- Braskem PNA (BRKM5): +7,26%
- Banco do Brasil ON (BBAS3): +5,62%
- Gol PN (GOLL4): +5,03%
- CCR ON (CCRO3: +4,04
- Localiza ON (RENT3): +3,83%
Confira também as maiores baixas do índice hoje:
- NotreDame Intemédica ON (GNDI3): -2,54%
- IRB ON (IRBR3): -2,27%
- Cia Hering ON (HGTX3): -2,19%
- BRF ON (BRFS3): -2,13%
- Ambev ON (ABEV3): -2,10%
Ibovespa para uns, Tesouro IPCA+ para outros: por que a Previ vendeu R$ 7 bilhões em ações em ano de rali na bolsa
Fundo de pensão do BB trocou ações de empresas por títulos públicos em nova estratégia para reforço de caixa
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista
Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem
A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)
Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069
Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)
Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025
Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico
Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década
Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições
Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro
Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior