Incerteza renovada: dúvidas sobre vacina da Covid-19 fazem o Ibovespa virar para queda
O Ibovespa virou para queda e o dólar se firmou em alta na reta final da sessão, em meio aos questionamentos a respeito dos dados apresentados pela Moderna acerca da eficácia dos testes da vacina contra o coronavírus.
Os mercados globais abriram a semana cheios de otimismo: notícias quanto ao avanço no desenvolvimento de uma vacina para o coronavírus melhoraram o humor dos investidores — e, como resultado, o Ibovespa e as bolsas mundiais tiveram uma segunda-feira (18) bastante positiva. No entanto, essa confiança durou menos de 24 horas.
Desde o início da sessão desta terça-feira (19), era nítido que os agentes financeiros preferiam adotar uma abordagem mais cautelosa: tanto no Brasil quanto no exterior, as bolsas ficavam perto do zero a zero, sem ânimo para continuar avançando num ritmo forte. No câmbio, o dólar à vista também mostrava um comportamento relativamente estável.
E, de fato, essa prudência se mostrou acertada. Na reta final da sessão, começaram a surgir questionamentos quanto aos dados apresentados pela Moderna, a desenvolvedora da vacina. As dúvidas foram suficientes para tirar os mercados da indecisão: as bolsas dos EUA e o Ibovespa viraram para queda.
- Eu gravei um vídeo para explicar melhor a dinâmica dos mercados nesta terça-feira. Veja abaixo:
Ao fim do pregão, o Ibovespa marcava 80.742,35 pontos, em baixa de 0,56% — distante dos 82.174,55 pontos anotados na máxima (+1,22%). Nos Estados Unidos, o Dow Jones (-1,59%), o S&P 500 (-1,05%) e o Nasdaq (-0,54%) também pioraram e foram ao campo negativo.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fez um movimento semelhante: as incertezas quanto à vacina elevaram a aversão ao risco e pressionaram a cotação da moeda americana, que fechou a R$ 5,7564 (+0,63%), após tocar os R$ 5,6842 mais cedo (-0,64%).
O arrefecimento do otimismo veio de uma fonte improvável: a Stat, uma publicação americana de cunho científico e especializada em assuntos de saúde — características que fizeram os investidores prestar bastante atenção às dúvidas levantadas em relação à Moderna.
Leia Também
Dados inconclusivos
A Stat não descartou o trabalho da Moderna ou sinalizou que a companhia americana de biotecnologia tenha mentido em suas comunicações públicas. A agência apenas ouviu especialistas no desenvolvimento de vacinas, coletando as percepções a respeito dos dados divulgados pela companhia.
E o consenso foi o de que os dados tornados públicas na manhã de ontem não possuem "informações críticas" — a percepção dos experts é a de que é impossível dizer no momento o quão efetiva a vacina pode ser.
Assim, considerando os fortes ganhos vistos ontem nas bolsas globais em função do otimismo em torno do possível tratamento, os investidores trataram de se ajustar ao noticiário menos animador, devolvendo parte das altas do primeiro pregão da semana.
Fora a questão da vacina, o cenário para os mercados não teve grandes alterações de ontem para hoje: a possibilidade de novos pacotes de estímulo financeiro nos EUA e a reabertura das economias na Europa continuaram mantendo o clima relativamente tranquilo nas bolsas.
Feriado?
No Brasil, uma dúvida incomum movimentava os mercados durante a manhã: teríamos sessão nos próximos dias, considerando o decreto que antecipa os feriados em São Paulo? As incertezas só foram respondidas nesta tarde, quando a B3 e o Banco Central finalmente deram pareceres oficiais sobre a questão.
E sim, o mercado funcionará normalmente no restante dessa semana: a bolsa disse que os pregões continuarão acontecendo nos dias 20, 21, 22 e 25 de maio, apesar dos recessos em São Paulo. O BC foi pelo mesmo caminho, optando por não antecipar o feriado de Corpus Christi, no dia 11 de junho.
Assim, tanto o mercado de ações quanto o de câmbio e juros terão sessões regulares até o fim dessa semana — os feriados permanecerão nas datas originais, ao menos no sistema financeiro.
Incerteza doméstica
Ainda há toda uma camada de incerteza em relação ao cenário político: o ministro do STF Celso de Mello começou a analisar o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, afirmando que tomará uma decisão a respeito do veto ao conteúdo até sexta-feira (22).
Por fim, segue a indecisão quanto à PEC de auxílio financeiro emergencial a estados e municípios: o presidente Jair Bolsonaro ainda não deu seu parecer quanto ao tema — e, assim, o imbróglio envolvendo o reajuste dos salários dos servidores continua sem solução.
Esse clima de cautela também foi verificado no mercado de juros futuros: os DIs tiveram um dia de poucas movimentações, apenas oscilando ao redor da neutralidade:
- Janeiro/2021: de 2,53% para 2,52%;
- Janeiro/2022: de 3,42% para 3,39%:
- Janeiro/2023: de 4,58% para 4,53%.
Marfrig em alta
No lado corporativo, as ações ON da Marfrig (MRFG3) chegaram a subir 8,70% mais cedo, mas fecharam em alta de 2,82%. Apesar de ter fechado o primeiro trimestre no vermelho, a empresa reportou uma evolução no lado operacional, com crescimento de dois dígitos na receita e no Ebitda.
Veja abaixo as cinco maiores altas do índice no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BTOW3 | B2W ON | 92,16 | +9,56% |
| CSNA3 | CSN ON | 8,74 | +5,56% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | 58,58 | +5,08% |
| BEEF3 | Minerva ON | 13,60 | +4,94% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 9,29 | +4,74% |
Confira também as cinco maiores quedas do Ibovespa:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| GOLL4 | Gol PN | 11,65 | -6,28% |
| AZUL4 | Azul PN | 13,65 | -5,14% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | 12,52 | -5,01% |
| ITUB4 | Itaú Unibanco PN | 21,69 | -4,32% |
| SANB11 | Satander Brasil units | 23,51 | -4,20% |
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
