Ibovespa sobe mais de 2% e recupera os 100 mil pontos com alívio da tensão política
Depois da pacificação entre Bolsonaro e Guedes, o Ibovespa precisou de apenas alguns minutos de pregão para reaver a marca perdida ontem
Gotemburgo, 15 de junho de 1958.
A seleção brasileira preparava-se para enfrentar o forte selecionado soviético no Estádio Ullevi pela terceira e última rodada da primeira fase da Copa do Mundo da Suécia.
O vencedor passaria de fase sem depender do resultado da outra partida do grupo, entre Inglaterra e Áustria.
Conta-se que o técnico Vicente Feola, em sua preleção, teria orientado o elenco mais ou menos com a seguinte estratégia: Nilton Santos, Zito e Didi formariam o meio de campo com Vavá jogando pela esquerda e Garrincha pela direita. Quando fosse lançado, caberia ao craque das pernas tortas livrar-se da marcação dos adversários e passar para Mazzola marcar o gol.
Reza então a lenda que Garrincha teria então perguntado inocentemente ao técnico:
- Mas, seu Feola, o senhor já combinou tudo isso com os russos?"
Leia Também
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
Os gols saíram, mas pelos pés de Vavá, não de Mazzola, o Brasil venceu e o resto é história.
Tudo isto para dizer bastou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, pararem de bater cabeça e afinarem minimamente seus discursos para garantir uma trégua dos mercados financeiros depois da intensa reação negativa registrada ontem.
O alívio da tensão política em Brasília levou o Ibovespa a recuperar em poucos minutos de pregão a marca dos 100 mil pontos e a subir quase 2,5% nesta terça-feira. Somente quatro dos 75 componentes do índice fecharam em queda hoje.
O nível de suporte fora perdido na véspera em meio a especulações de que a permanência de Paulo Guedes no Ministério da Economia poderia estar com os dias contados.
O Ibovespa fechou em alta de 2,48%, aos 102.065,35 pontos. Em Nova York, enquanto o índice Dow Jones encerrou em queda, o Nasdaq e o S&P-500 renovaram seus níveis recorde de fechamento.
Pacificação entre Bolsonaro e Guedes trouxe alívio
O alívio na cena política hoje derivou de comentários feitos na noite de segunda-feira por Guedes e Bolsonaro.
Depois de uma reunião com o presidente, Guedes buscou acalmar os ânimos dos investidores. “Existe muita confiança do presidente em mim e minha no presidente", declarou o ministro.
"Não tive nenhum ato que me sugerisse que não devesse confiar no presidente e não faltei em nenhum momento com a confiança que o presidente depositou em mim", prosseguiu ele.
Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro afirmou estar "muito feliz" com Guedes e assegurou que a saída do ministro nunca foi cogitada.
Com o arrefecimento da fervura política, os investidores agora voltam seus radares às sinalizações do governo com relação ao teto de gastos e à disciplina fiscal, assim como para a lei de diretrizes orçamentárias para 2021, que precisa ser entregue ao Congresso até o fim de agosto.
Em princípio, porém, a melhora do clima político tende a sustentar a recomposição de carteiras depois da queda acentuada de ontem.
Apesar da alta consistente hoje, o Ibovespa encontrou dificuldade para recuperar a marca dos 102 mil pontos - ultrapassada somente na reta final da sessão.
Magalu puxa o varejo
Em um dia de poucos pontinhos vermelhos na tela do Ibovespa - apenas 4 dos mais de 70 componentes do índice caíram hoje -, as ações ON da Magazine Luiza (MGLU3) destacam-se entre as maiores altas do índice, impulsionando seus pares no setor varejista.
Ontem à noite, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 64,5 milhões no segundo trimestre de 2020, revertendo o lucro de R$ 386,6 milhões visto no mesmo período de 2019.
Apesar disso, o prejuízo veio menor do que o antecipado por analistas e a Magazine Luiza consolidou-se como a empresa do setor que mais cresce em vendas online.
Confira a seguir as maiores altas e as únicas quatro quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Magalu ON (MGLU3) +9,61%
- BTG Pactual Unit (BPAC11) +8,34%
- Gerdau PN (GGBR 4) +8,16%
- Via Varejo ON (VVAR3) +8,15%
- MRV ON (MRVE3) +7,80%
BAIXAS
- Taesa Unit (TAEE11) -0,97%
- WEG ON (WEGE3) -0,40%
- JBS ON (JBSS3) -0,13%
- Multiplan ON (MULT3) -0,05%
Dólar e juro
Apesar dos comentários de Guedes e Bolsonaro, as dúvidas dos investidores em relação ao futuro fiscal do Brasil persistiam mesmo com a permanência do ministro no governo.
A moeda norte-americana abriu em queda e chegou a cair mais de 1%, atingindo R$ 5,4213 na mínima da sessão, mas mudou de curso durante a tarde, quando voltou a buscar a marca dos R$ 5,50.
Depois de atingir R$ 5,5163 na máxima da sessão em meio a uma recuperação do dólar ante moedas de países emergentes e à preocupação com a questão fiscal no Brasil, a divisa norte-americana passou a oscilar entre altas e baixas antes de voltar a cair até encerrar em queda de 0,55%, a R$ 5,4666.
Enquanto isso, os contratos de juros futuros fecharam em queda firme com a perspectiva de alívio fiscal, devolvendo os prêmios incorporados na véspera. Alguns dos contratos mais líquidos fecharam nas mínimas da sessão.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,830% para 2,690%;
- Janeiro/2023: de 4,060% para 3,880%;
- Janeiro/2025: de 5,950% para 5,680%;
- Janeiro/2027: de 6,990% para 6,700%.
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade