🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Tensão política

Efeito Moro: Ibovespa desacelera e dólar vai a R$ 5,59 com depoimento do ex-ministro

A publicação da íntegra do depoimento do ex-juiz federal provocou uma reação imediata nos mercados. O Ibovespa fechou em alta, mas não conseguiu recuperar os 80 mil pontos

Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

A sessão desta teça-feira (5) pode ser dividia em duas etapas: até as 16h15, o Ibovespa subia perto de 2% e o dólar à vista operava em leve alta; daí em diante, a bolsa perdeu força e a moeda americana foi às máximas do dia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O divisor de águas veio de Brasília: foi exatamente nesse horário que a CNN Brasil divulgou a íntegra do depoimento do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, à Polícia Federal em Curitiba. E, como num reflexo, os investidores começaram a diminuir a exposição ao risco quase que imediatamente.

Afinal, ninguém queria pagar para ver: e se o documento trouxesse elementos que comprometessem o presidente Jair Bolsonaro? E se o depoimento gerasse uma deterioração ainda maior no ambiente político?

Como resultado, o Ibovespa tirou o pé do acelerador: o índice, que chegou a subir 2,78% na máxima, aos 81.065,90 pontos, fechou o dia com uma alta bem mais modesta, de 0,75%, aos 79.470,78 pontos.

Gráfico mostrando o comportamento do Ibovespa nesta terça-feira (5). A linha vermelha mostra que, às 16h15 — horário em que a CNN Brasil publicou o depoimento de Moro —, o índice começou a desacelerar

No mercado de câmbio, pudemos ver um fenômeno semelhante: o dólar à vista manteve-se perto da faixa de R$ 5,55 durante boa parte do dia, operando em alta inferior a 1%. Mas, com a divulgação do depoimento de Moro, a moeda americana foi às máximas da sessão, tocando os R$ 5,6045 (+1,52%).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao fim do dia, a divisa valia R$ 5,5925, em alta de 1,30% — na semana, o dólar à vista acumula ganhos de 2,83%. E olha que, lá fora, a terça-feira foi de valorização das moedas de países emergentes.

Leia Também

A rapidez com que o Ibovespa perdeu força mostra que os investidores optaram por diminuir suas posições na bolsa antes mesmo de conhecer o teor do depoimento de Moro — o que deixa claro como o mercado está sensível ao noticiário político.

Entre outros pontos da fala, Moro afirma que Bolsonaro almejava a troca no comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro, tentando indicar ele mesmo um novo superintendente. Além disso, o juiz da Lava Jato dá mais detalhes a respeito dos bastidores de seu pedido de demissão do ministério da Justiça, novamente dando sinais de que o presidente tentava intervir em seu trabalho.

Mas, apesar da cautela, o Ibovespa não chegou a virar ao campo negativo. E isso graças à sustentação oferecida pelo clima mais ameno no exterior e pelo tom positivo visto nas bolsas globais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lá fora, as principais praças da Europa avançaram mais de 2% e, nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,56%), o S&P 500 (+0,90%) e o Nasdaq (+1,13%) fecharam em alta, sem enfrentar grandes turbulências.

  • Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica do mercado brasileiro nesta terça-feira. Veja abaixo:

Exterior positivo

Mesmo com os recentes atritos entre americanos e chineses, os agentes financeiros mostraram-se focados na reabertura econômica gradual na Europa e em algumas regiões dos EUA.

A expectativa é a de que, com a atividade voltando lentamente ao normal nessas áreas, o ciclo de recuperação da economia global poderá começar o mais rápido possível — e essa perspectiva sustenta as bolsas mundiais no campo positivo nesta terça-feira.

Além disso, os indicadores de atividade do setor de serviços nos EUA vieram ligeiramente mais fortes que o projetado pelo mercado, o que contribuiu para elevar a percepção de que a retomada econômica poderá ocorrer mais cedo que o esperado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Expectativa para o Copom

No Brasil, os investidores aguardam a decisão de juros do Copom, com divulgação prevista para amanhã, depois do fechamento dos mercados. As projeções são de corte na Selic, mas não há unanimidade no mercado quanto à magnitude da redução — as apostas dividem-se entre baixas de 0,5 ou de 0,75 ponto.

A fraqueza demonstrada pela produção industrial do país em março deu ainda mais força à percepção de que será necessário continuar cortando a Selic para dar sustentação à economia: o indicador caiu 9,1% em relação a fevereiro, a maior queda para o mês desde 2002.

Nesse cenário, o mercado de juros futuros fechou em baixa, tanto na ponta curta quanto na longa — uma evidência de que os investidores veem espaço para mais cortes na Selic:

  • Janeiro/2021: de 2,77% para 2,71%;
  • Janeiro/2022: de 3,66% para 3,53%;
  • Janeiro/2023: de 4,91% para 4,73%;
  • Janeiro/2025: de 6,63% para 6,52%.

Essa certeza de que a Selic será cortada na reunião de amanhã e a possibilidade de o ciclo de alívio monetário continuar ao longo do ano acabaram trazendo pressão ao dólar à vista — e, com o 'risco Moro' entrando no radar, a moeda americana ganhou ainda mais força.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Itaú em foco

No lado corporativo, destaque para o Itaú Unibanco: a instituição fez uma provisão de R$ 10 bilhões no primeiro trimestre deste ano, antevendo os impactos futuros da crise do coronavírus. Com isso, o lucro do banco caiu 43% na base anual, para R$ 3,912 bilhões.

Apesar dessa forte baixa no lucro, as ações PN da instituição (ITUB4) fecharam em alta de 3,70% — os números do balanço chamaram a atenção, mas a abordagem cautelosa do Itaú também foi bem recebida pelos investidores.

Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
GOLL4Gol PN11,78+5,65%
KLBN11Klabin units18,70+5,17%
SBSP3Sabesp ON41,70+4,49%
ITUB4Itaú Unibanco PN22,70+3,70%
PETR3Petrobras ON18,67+3,43%

Confira também as maiores quedas do índice hoje:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
IRBR3IRB ON9,01-6,05%
COGN3Cogna ON4,96-4,98%
CVCB3CVC ON12,39-4,03%
CSNA3CSN ON7,96-3,28%
HGTX3Cia Hering ON13,86-3,14%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DESTAQUES DA SEMANA

Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques

20 de dezembro de 2025 - 16:34

Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas

OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar