🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Quem vê pensa

Mesmo com altos e baixos, queda brusca do petróleo e perdas em NY, Ibovespa fecha no zero a zero

Bolsa brasileira não acompanhou exterior e fechou estável, no dia em que o petróleo futuro caiu abaixo de zero pela primeira vez na história.

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
20 de abril de 2020
18:14 - atualizado às 18:53
Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Quem vê a cotação de fechamento do Ibovespa nesta segunda-feira (20), véspera de feriado no Brasil, até pensa que estamos bem na fita. Em um dia histórico, em que o petróleo futuro fechou em preço negativo pela primeira vez, o que derrubou as bolsas americanas, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão estável, com perda de apenas 0,02%, aos 78.972,76 pontos.

Mas quem vê foto não vê filme. Ao longo do dia, o Ibovespa passou por altos e baixos, num pregão agitado. O índice abriu em queda de mais de 2% com a forte aversão a risco no exterior por conta da pandemia de coronavírus e das fortes quedas nos preços do petróleo no fim de semana.

No fim da manhã, o índice foi reduzindo as perdas e chegou a operar em alta de mais de 1% no meio do tarde, com a melhora em NY e vencimento de opções de ações no mercado doméstico.

Os investidores aqui e lá fora tiveram uma certa injeção de otimismo depois que o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse, em entrevista, que o presidente americano Donald Trump tem o "objetivo aspiracional" de reabrir a economia do país a partir de 1º de maio.

No entanto, no fim da tarde, o contrato de petróleo WTI com entrega para maio, que vence amanhã, passou a ser negociado a preços negativos, após queda de mais de 100%. Isso penalizou bastante as companhias de energia nos Estados Unidos e levou as bolsas americanas a fecharem em baixa.

O Dow Jones terminou o pregão em queda de 2,44%, aos 23.650,44 pontos; já o S&P 500 fechou com recuo de 1,79%, aos 2.823,16 pontos; finalmente, o Nasdaq teve perda de 1,03%, aos 8.560,73 pontos.

Leia Também

Aqui, o Ibovespa voltou a operar em queda no fim da tarde, mas fechou perto do zero a zero, mesmo sendo véspera de feriado nacional, ocasião em que os investidores normalmente operam com maior cautela, uma vez que a bolsa não abre no dia seguinte.

Petróleo abaixo de zero

O contrato de petróleo WTI para entrega em maio e vencimento nesta terça-feira despencou mais de 300% nesta segunda-feira, fechando em US$ -37,63 o barril (US$ 37,63 negativos). É a primeira vez na história que o barril de petróleo é negociado a preço negativo no mercado futuro.

Na prática, isso significa que a oferta da commodity está muito maior que a demanda, e que a armazenagem está chegando perto do limite. Assim, os custos de armazenagem superam os preços de mercado, podendo levar, em tese, os produtores a pagarem para "se livrar" do produto.

A demanda por petróleo despencou com a paralisação da atividade econômica devido às políticas de isolamento social para combate à pandemia de coronavírus.

Com os estoques cheios e sem ter onde armazenar mais petróleo, os compradores desistem das compras. E aqueles investidores que rolariam os contratos para junho preferiram encerrar suas posições, uma vez que a diferença de preços entre os dois contratos cresceu tanto que tornou a rolagem desvantajosa.

A forte queda do WTI para maio contaminou outros contratos, que, no entanto, não caíram tanto - pelo menos não ainda. O WTI para junho fechou em queda de 18,38%, a US$ 20,43 o barril. Já o contrato do Brent para junho fechou em queda de 8,94%, a US$ 25,57 o barril.

Petrobras não sofreu tanto

As ações da Petrobras fecharam em baixa, mas não sofreram tanto porque a estatal toma como referência os preços do Brent, negociado em Londres, e não do WTI, negociado nos Estados Unidos.

Ainda assim, os papéis preferenciais (PETR4) fecharam em queda de 1,12%, a R$ 15,95, e os ordinários (PETR3) recuaram 0,90%, a R$ 16,55.

Dólar sobe com tensões políticas e perspectivas de queda nos juros

Os juros futuros fecharam em queda nesta segunda, precificando cortes da Selic nas reuniões do Copom a serem realizadas em maio e junho. Os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2021 fecharam abaixo de 3% pela primeira vez, recuando de 3,037% para 2,83%. Já os contratos para janeiro de 2022 recuaram de 3,64% para 3,37%. Os juros para janeiro de 2027 caíram de 6,902% para 6,83%.

O dólar à vista operou em alta durante todo o dia de hoje, fechando com ganho de 1,35%, aos R$ 5,3078. Na máxima, a moeda americana chegou a beirar os R$ 5,32, mas teve breve alívio após o Banco Central leiloar US$ 500 milhões no mercado à vista.

Além da aversão a risco ante o cenário recessivo causado pela pandemia de coronavírus e as perspectivas de corte nos juros, a alta do dólar representa também os temores estrangeiros em relação à estabilidade política do Brasil.

A continuidade das tensões entre o Executivo e os demais poderes prosseguiu neste fim de semana, trazendo incertezas aos mercados.

Parlamentares e a maioria dos governadores já se posicionaram contra a postura de Bolsonaro, que discorda do modelo da ajuda bilionária a estados e municípios aprovada pela Câmara e questiona as medidas de isolamento social para combate à pandemia do coronavírus.

Ontem, Bolsonaro chegou a discursar em uma manifestação de seus apoiadores, que pediam o fechamento do Congresso e intervenção militar.

Veja a seguir as maiores altas e maiores baixas na bolsa nesta segunda-feira:

Maiores altas

  • Cyrela (CYRE3): +8,85%
  • Magazine Luiza (MGLU3): +8,72%
  • Localiza (RENT3): +6,15%
  • brMalls (BRML3): +5,84%
  • Lojas Americanas (LAME4): +5,79%

Maiores baixas

  • Gerdau Metalúrgica (GOAU4): -3,70%
  • Embraer (EMBR3): -3,66%
  • Gerdau (GGBR4): -3,66%
  • CSN (CSNA3): -3,56%
  • Vale (VALE3): -3,50%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O QUE VEM POR AÍ

Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa

30 de abril de 2025 - 12:37

A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço

ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

Mundo FIIs

Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento

30 de abril de 2025 - 11:06

Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

RELATÓRIO DO 1T25

Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços

29 de abril de 2025 - 18:35

A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

EM ALTA

Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa

29 de abril de 2025 - 12:02

Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos

MERCADO DE METAIS ESSENCIAIS

Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis

29 de abril de 2025 - 9:15

Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho

29 de abril de 2025 - 8:30

Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

AÇÕES EM PETRÓLEO

Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI

26 de abril de 2025 - 16:47

Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.

CONCESSIONÁRIAS

Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1

26 de abril de 2025 - 12:40

Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira

BOLSA BRASILEIRA

Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano

26 de abril de 2025 - 11:12

Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

QUEDA LIVRE

Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea

25 de abril de 2025 - 18:03

No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar