Bolsonaro discursa para manifestantes que pedem fechamento do Congresso e diz que não vai negociar
Presidente provocou aglomeração ao discursar neste domingo, em Brasília, e teve de interromper o discurso três vezes porque tossia muito
O presidente Jair Bolsonaro provocou aglomeração ao discursar de improviso para uma multidão em Brasília, na tarde deste domingo (19). O presidente se dirigiu a centenas de manifestantes que se concentravam em frente ao Quartel General do Exército, no Plano Piloto da Capital Federal.
"Eu estou aqui porque acredito em vocês, vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não iremos negociar nada", disse, enquanto a multidão pedia o fechamento do Congresso Nacional, a volta do AI-5 e as Forças Armadas nas ruas.
No discurso, Bolsonaro disse que "o que tinha de velho ficou para trás". "Patriotas têm que acreditar e fazer sua parte para colocar o Brasil no destaque que ele merece. E acabar com essa patifaria. É o povo no poder", disse.
Bolsonaro teve que interromper suas falas três vezes porque tossia muito. O presidente permaneceu próximo aos manifestantes por cerca de 15 minutos, e cumprimentou alguns apoiadores, contrariando orientações de distanciamento social defendidas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A maior parte dos apoiadores não usava máscaras de proteção.
Isolamento
Antes de falar com os manifestantes, o presidente voltou a defender a flexibilização do distanciamento social. "A continuar com o fecha geral não está difícil de saber o que nos espera", escreveu o presidente em sua conta pessoal no Twitter.
Desde o início da crise, Bolsonaro comprou briga com a maioria dos governadores - que decretaram isolamento social -, e atacou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no mesmo dia em que demitiu o ministro com apoio popular maior que o do próprio chefe do Executivo.
À revista Veja, em entrevista publicada no último domingo (19), Maia classificou a atuação de Bolsonaro como péssima e disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, passa informações falsas sobre a crise dos Estados e municípios. "Ele não é sério. Se fosse sério, não tentaria misturar a cabeça das pessoas", disse.
*Com Estadão Conteúdo
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