🔴 ORIENTE MÉDIO EM ALERTA E JUROS NOS EUA: QUAIS OS IMPACTOS NA BOLSA E DÓLAR? VEJA AQUI

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.
Entrevista exclusiva

“Escolha sem ver”: o que a Franklin Templeton tem a dizer sobre a bolsa em bear market

Preços do mercado acionário atualmente implicam recessão muito forte, mas sinais da China podem diminuir a aversão ao risco, afirma diretor da Franklin Templeton

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
24 de março de 2020
5:59 - atualizado às 19:28
Frederico Sampaio, diretor de investimentos de renda variável da Franklin Templeton
Frederico Sampaio, diretor de investimentos de renda variável da Franklin Templeton - Imagem: Reprodução YouTube

“Dá para escolher de olhos fechados.” Entre a piada e a tragédia, é assim que Frederico Sampaio, diretor de investimentos em renda variável da Franklin Templeton Investments, inicia nossa conversa sobre as oportunidades que a bolsa brasileira oferece em um momento tão conturbado.

Piada porque as ações, em sua absoluta maioria, oferecem indistintamente tanto potencial de ganho que talvez fosse possível tomar uma decisão de investimentos sem sequer abrir os olhos. A gestora norte-americana possui hoje mais de R$ 4,1 bilhões em ações no Brasil.

Tragédia, de fato, porque as quedas abruptas das bolsas globais em um período tão volátil são o prenúncio de algo muito pior para a economia. Como uma recessão global.

Na oscilação entre um e outro se encontra a verdade: os preços dos ativos negociados na bolsa estão hoje muito abaixo de níveis funcionais. E isto porque os mercados entraram em pânico ao ver que o surto do novo coronavírus tornou-se uma pandemia, alastrando-se da China para a Europa — e, há um mês, chegando ao Brasil.

“A bolsa inteira está barata, tudo muito barato”, diz Sampaio. “Depende do apetite de risco do investidor, mas está tudo como se fosse preço de fim de liquidação.”

O mercado já prevê uma catástrofe no horizonte. Mas, depois da terra arrasada por antecipação, de onde será possível recomeçar?

A estabilização só depende da clareza em relação à atividade econômica. Só assim os mercados poderão abandonar a apreensão e voltar a funcionar normalmente.

“Qual é o tamanho da desaceleração? Os preços de hoje implicam uma recessão muito forte. O que pode diminuir esse risk-off é a China, que já está um passo à frente sobre o vírus: quando tivermos clareza maior do impacto ali, com dados de atividade saindo, saberemos do que se trata.”

Localmente, não há o que fazer. O Banco Central, se cortar juros, pode muito bem dar a mão às empresas que se encontram mais alavancadas.

Mas o mal-estar do mercado com os fortes movimentos expansionistas — e extraordinários — do Federal Reserve, banco central americano, são um bom exemplo de como a política monetária não alivia, necessariamente, os índices acionários.

"Hoje, a melhor imagem do mercado é a de uma mola bem comprimida: quando se tira a pressão dela, vai muito para cima" – Frederico Sampaio, Franklin Templeton Investments

(Muito) pior que está não fica

Depois de alcançar o recorde de quase 120 mil pontos no começo do ano, o Ibovespa foi ladeira abaixo desde o fim de fevereiro até chegar aos 63.569 pontos do fechamento desta segunda-feira. Teria, afinal, como ficar pior?

“Não vejo muito downside [queda] do que está aí. O que vejo é um horizonte de médio prazo incrível para ganhar dinheiro. No fim do ano, a tendência é que esteja em plena recuperação”, afirma o diretor da Franklin Templeton.

Para Sampaio, o cenário para a bolsa é promissor, com projeção de volta aos fortes patamares vistos anteriormente, mesmo na incerteza dos mares da renda variável. A dificuldade atual, diz ele, é a visibilidade sobre a atividade de uma forma geral, bem como a projeção sobre os lucros corporativos.

Sampaio acredita que o Brasil foi sucessivamente carregado por eventos externos — a disseminação do coronavírus, o tombo do petróleo e a resposta do Fed —, mas que, mais recentemente, o mercado teve um desconforto adicional de ordem doméstica: a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à elevação do piso do BPC.

"Claramente ali teve um movimento particular de Brasil, que refletiu um desconforto sobre o teto de gastos, visto também na curva longa de juros", diz Sampaio. "Lá fora, enquanto isso, o Fed cortava juros e o BC ficava refém desses eventos."

Outros eventos que continuarão a mexer no mercado continuarão a se relacionar, entretanto, com o cenário externo. Entre eles, a próxima reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e os dados de atividade da China do período pós-surto.

Compartilhe

Engordando os proventos

Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA

14 de setembro de 2022 - 13:22

Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista

OPA a preço atrativo

Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?

12 de setembro de 2022 - 13:09

O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

NOVO ACIONISTA

Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)

9 de setembro de 2022 - 11:01

Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%

Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

Bateu o mercado

BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês

5 de setembro de 2022 - 15:00

Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice

PEQUENAS NOTÁVEIS

Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro

1 de setembro de 2022 - 13:50

Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar

30 de agosto de 2022 - 11:14

Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico

Exclusivo Seu Dinheiro

Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal

30 de agosto de 2022 - 9:00

Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar