Os mercados brasileiros exibem nesta quarta-feira (12) uma dinâmica quase idêntica à vista no pregão anterior: por um lado, a menor percepção de risco em relação ao coronavírus dá forças às bolsas globais e coloca o Ibovespa no campo positivo; por outro, o dólar à vista seguiu pressionado e buscou mais uma máxima
Por volta de 17h10, o principal índice da bolsa brasileira operava em alta de 1,44%, aos 117.035,41 pontos, pegando carona no bom desempenho dos demais mercados acionários globais: nos EUA, o Dow Jones (+0,86%), o S&P 500 (+0,59%) e o Nasdaq (+0,80%) sobem; na Europa, o tom foi igualmente positivo.
Já o dólar à vista continuou sem sinais de alívio: a moeda americana fechou em alta de 0,57%, a R$ 4,3510, e cravou um novo recode nominal — é a quinta sessão consecutiva em que a moeda americana renova as máximas de encerramento.
O motor por trás do otimismo visto nas bolsas é a leitura de que o surto de coronavírus começa a perder força. Apesar de o número de mortos e infectados pela doença continuar subindo, essa alta tem ocorrido num ritmo inferior ao dos últimos dias.
Essa percepção, assim, reduz a aversão ao risco por parte dos investidores, que já começam a vislumbrar um futuro menos nebuloso no curto prazo e mostram-se menos apreensivos quanto aos impactos do coronavírus à economia da China e do mundo como um todo.
Economia patinante
O bom humor visto lá fora acaba, inclusive, neutralizando a preocupação com a economia doméstica. Mais cedo, foi divulgada a queda de 0,1% nas vendas do varejo em dezembro ante novembro — resultado que ficou abaixo da expectativa dos analistas ouvidos pelo Broadcast, que apontava para alta de 0,2% no período.
O resultado decepcionante traz mais incerteza quanto ao ritmo de recuperação da economia brasileira — o que, por outro lado, faz o mercado voltar a apostar num novo corte da Selic para estimular a atividade, por mais que o BC tenha sinalizado que o atual ciclo de reduções nos juros chegou ao fim.
Essa percepção de que há espaço para mais cortes na Selic acabou trazendo pressão extra ao câmbio, já que uma nova redução nas taxas diminuiria ainda mais o diferencial de juros em relação aos EUA — o que, consequentemente, afastaria recursos externos no país.
Também com isso em mente, as curvas de juros tiveram mais um dia de queda, tanto na ponta curta quanto na longa. Veja abaixo como estão os principais DIs no momento:
- Janeiro/2021: de 4,23% para 4,22%;
- Janeiro/2023: de 5,42% para 5,37%;
- Janeiro/2025: de 6,07% para 6,03%;
- Janeiro/2027: de 6,42% para 6,39%.
Cielo e Tim em alta
Cielo ON (CIEL3) e Tim ON (TIMP3) aparecem entre os destaques positivos do Ibovespa, com ganhos de 3,37% e 3,99%, respectivamente.
As ações da Cielo reagem positivamente a uma notícia publicada pelo jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, o Banco do Brasil estaria revendo suas participações no segmento de cartões, o que poderá desencadear um movimento de venda de ativos.
Já os papéis da Tim sobem na esteira dos resultados trimestrais da companhia: entre outubro e dezembro, a operadora de telefonia reportou lucro líquido de R$ 756 milhões, alta de 19,6% na base anual.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa no momento:
- Cogna ON (COGN3): +5,11%
- Klabin units (KLBN11): +5,00%
- Totvs ON (TOTS3): +4,04%
- Tim ON (TIMP3): +3,99%
- Weg ON (WEGE3): +3,93%
Confira também as maiores quedas do índice:
- IRB ON (IRBR3): -2,28%
- CVC ON (CVCB3): -1,91%
- Marfrig ON (MRFG3): -1,37%
- Bradesco ON (BBDC3): -1,19%
- JBS ON (JBSS3): -0,85%