Ibovespa tem maior sequência semanal de altas desde janeiro de 2019 com Vale e bancos, quase apagando perdas no ano
Índice subiu pela 6ª semana consecutiva; ações da Eletrobras são destaque no período, após BTG recomendar compra e perspectiva de privatização no 1º semestre de 2021. Dólar cai 6%

O Ibovespa terminou no azul mais uma semana.
Para ser exato, foi a 6ª seguida. Sim, a 6ª alta semanal consecutiva do principal índice acionário da B3. É coisa rara de ser. O fato não ocorria desde janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro tomou posse como presidente da República. Naquela ocasião, a sequência se iniciou ainda no fim de dezembro, na reta final da transição do governo Michel Temer para o atual.
De quebra, o índice, impulsionado pelos desempenhos de Vale e bancos, ainda ficou perto de apagar as perdas acumuladas no ano (ainda cai 0,45% no período), em que demorou a se recuperar das consequências causadas pela pandemia de coronavírus.
Só foi muito recentemente — o mês de novembro que o diga, com base no "rali da vacina" — que as blue chips como Petrobras e bancos retomaram a rédea e voltaram a subir, embora ainda conservem, no geral, quedas no acumulado de 2020.
O ímpeto de alta dessas ações acabou impulsionando a recuperação do Ibovespa. E o fluxo de estrangeiros, como vocês sabem (e nós temos escrito e vamos escrever mais sobre isso por aqui), teve um peso nisso.
Nesta semana, a alta foi de 1,6%, o que permitiu ao índice retomar, ontem, o patamar de 115 mil pontos, que havia sido frequentado por ele pela última vez apenas em 18 de fevereiro, quase 10 meses atrás — em um cenário pré-covid-19, lembremos.
Leia Também
Não se pode falar que a sessão desta sexta-feira (11) tenha sido lá boa. Foi morna, apesar de o índice ter mudado de sentido a partir da hora e meia final de negócios.
No geral, o cenário exterior negativo deu as cartas, em meio a indefinições políticas tanto na Europa como nos Estados Unidos.
O primeiro-ministro Boris Johnson disse que há uma grande possibilidade de que os esforços para se alcançar um acordo de comércio de última hora com a União Europeia, em meio ao Brexit, fracassem.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje que "as posições permanecem distintas em questões fundamentais". Na Europa, os principais índices acionários à vista em Londres, Paris e Frankfurt fecharam em queda de ao menos 0,8%, exatamente a queda marcada pelo FTSE 100, na Inglaterra.
Nos Estados Unidos, novas frustrações acerca de um pacote de ajuda financeira pesaram. Após sinais de progresso em meio a uma pressão bipartidária por estímulo de cerca de US$ 900 bilhões, os republicanos do Senado sugeriram na quinta que não poderiam aceitar alguns aspectos das propostas.
Assim, os principais índices em Wall Street caem — S&P 500 recua 0,1%; o Dow Jones, 0,2%, e o Nasdaq, 0,2%.
Um fator negativo que pesou localmente veio da política. O relatório da PEC Emergencial ficará para 2021, segundo o relator, o senador Marcio Bittar.
A proposta cria mecanismos de ajuste fiscal para a União na hipótese de operações de crédito excederem despesa de capital, além de previsão de gatilho para estados e municípios no caso da elevação de despesas correntes para mais de 95% das receitas correntes.
Por aqui, o Ibovespa terminou a sessão onde começou: ficou estável, aos 115.130 pontos.
Quem sobe, quem desce na semana
As ações da Eletrobras foram os grandes destaques da semana que acaba. Os papéis avançaram repercutindo a boa visão do mercado para o seu futuro operacional e as perspectivas de privatização em 2021.
Na terça (8), o BTG Pactual iniciou a cobertura das ações da Eletrobras com a recomendação de compra, sendo "uma das relações mais atraentes de risco-recompensa" no setor, mesmo se descartados os efeitos de uma privatização. O Ivan Ryngelblum fez uma matéria sobre o assunto.
No relatório, os analistas destacaram os ajustes operacionais realizados pela administração desde 2016 e a possibilidade de uma privatização destravar ainda mais valor.
O preço-alvo estabelecido para as ações ordinárias (ELET3) foi de R$ 57,00 e para as preferenciais classe B (ELET6) em R$ 63,00, representando um potencial de alta de 84% e 69%, respectivamente, em comparação ao fechamento de segunda.
Hoje, a novidade foi no cronograma para a privatização da empresa. Líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes disse que a privatização da companhia será colocada em pauta no primeiro semestre. As ações subiram até 7,2%.
Os papéis da Vivo também foram destaques de alta, depois de o Bradesco BBI elevar o preço-alvo das ações de R$ 60 para R$ 61, demonstrando otimismo com o setor de telecomunicações.
Ações de Vale e de bancos também avançaram e, tendo participação relevante na carteira do Ibovespa, sustentaram a alta do índice. Os papéis da mineradora reagiram à disparada do minério de ferro no porto de Qingdao, na China, que chegaram à 10ª alta consecutiva, enquanto Itaú PN e Banco do Brasil ON subiram mais de 3%.
Veja as maiores altas semanais do Ibovespa:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO SEMANAL |
ELET3 | Eletrobras ON | 38,69 | 12,96% |
ELET6 | Eletrobras PNB | 38,45 | 11,26% |
CSNA3 | CSN ON | 28,25 | 8,20% |
CMIG4 | Cemig PN | 13,69 | 8,14% |
VIVT3 | Telefônica Brasil ON | 47,05 | 7,42% |
Ações que sofreram com a pandemia, Azul PN e Embraer ON registraram perdas nas últimas cinco sessões, demonstrando uma disposição dos investidores de realizarem lucros (no mês, os papéis ainda sobem no mínimo 7%).
Os investidores também aproveitaram para realizar lucros com os papéis da Lojas Americanas, que ainda sobem 3% no mês.
Os papéis da Yduqs voltaram a cair na semana — o setor de educação sofreu fortes recuos no ano com a evasão e a inadimplência em meio à pandemia.
Confira as principais baixas da semana:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO SEMANAL |
RAIL3 | Rumo ON | 18,77 | -9,06% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | 23,61 | -6,72% |
CSAN3 | Cosan ON | 71,19 | -6,70% |
RENT3 | Localiza ON | 63,70 | -4,95% |
YDUQ3 | Yduqs ON | 35,20 | -4,01% |
Dólar sobe e juros caem
O mercado de câmbio teve um dia levemente negativo, com a alta do dólar, uma sessão depois de o dólar repercutir o comunicado da última decisão do Copom e se aproximar do retorno à casa dos R$ 4.
A moeda subiu 0,2%, cotada aos R$ 5,0461 — o dólar também apontou valorização diante da maioria de pares emergentes do real e teve leve ganho frente a rivais fortes como euro, libra e iene, segundo aponta o Dollar Index (DXY).
O comportamento do câmbio, hoje, encontra explicação na cautela que toma conta dos mercados internacionais, e os investidores aproveitaram para aumentar um pouco a proteção.
Ainda assim, a figura maior demonstra o alívio no câmbio: nesta semana, o dólar recuou 5,6%, renovando as suas mínimas do período de pandemia, voltando aos menores patamares desde junho. Em novembro, a moeda caiu 7% frente ao real, reagindo à volta de fluxo estrangeiro à B3 com a redução do risco coronavírus (avanço no desenvolvimento de vacinas) e definição da eleição americana (a vitória de Joe Biden representa mais multilateralismo e menos protecionismo, o que tende a enfraquecer o dólar).
Os juros futuros dos depósitos interbancários, por sua vez, registraram forte queda nas partes intermediária e longa da curva, de no mínimo 10 pontos-base (0,1 ponto percentual), e quedas mais leves na parte curta, como nos juros para janeiro/2022 (de 0,04 ponto).
As taxas deste modo devolveram um pouco das altas vistas ontem, quando a curva reagiu ao comunicado do Copom mais duro sobre a situação dos núcleos de inflação e o mercado reprecificou, principalmente para a parte intermediária da curva, uma alta de juros, antecipando-a.
"Com o dólar mais tranquilo e um pouco de fluxo de estrangeiros na bolsa e para as NTN-Fs [prefixados de vencimentos mais longos], o mercado acalmou bastante", diz Paulo Nepomuceno, analista de renda fixa da Terra Investimentos, que também destaca que a curva de juros estava "muito alta" e que o cenário político mais calmo diminui a percepção de risco demonstrada pelos juros.
Veja os juros dos principais vencimentos agora:
- Janeiro/2021: de 1,906% para 1,904%
- Janeiro/2022: de 3,06% para 3,02%
- Janeiro/2023: de 4,44% para 4,33%
- Janeiro/2025: de 5,99% para 5,89%
O comitê também fechou a porta para cortes da Selic e estipulou que o "forward guidance" do comitê poderá ser removido conforme as projeções para inflação de 2022 ganham peso no horizonte relevante da política monetária.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje