🔴 IPCA-15 DE ABRIL DESACELERA – VEM AÍ SELIC A 10,50% OU 10,25? SAIBA ONDE INVESTIR

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
R$ 4,3574

Impulsionado pelo ‘risco coronavírus’, dólar à vista voa alto e atinge um novo recorde nominal

A indicação de que a Apple não conseguirá cumprir as metas do terceiro trimestre por causa do surto de coronavírus deixou os mercados globais em alerta. Como resultado, o dólar à vista subiu e cravou mais uma máxima, enquanto o Ibovespa fechou em queda

Victor Aguiar
Victor Aguiar
18 de fevereiro de 2020
18:44 - atualizado às 20:43
Dólar em alta
Imagem: Shutterstock

Ao final da semana passada, parecia que a escalada do dólar à vista estava começando a ceder: no exterior, o surto de coronavírus deu sinais de perda de força e, por aqui, o Banco Central (BC) atou duas vezes para diminuir a pressão sobre a moeda — fatores que, em conjunto, indicavam uma conjuntura mais amena para o mercado doméstico de câmbio.

Pois essa imagem de acomodação da moeda americana ruiu em apenas duas sessões. Nesta terça-feira (18), o dólar à vista fechou em alta de 0,65% — o segundo avanço consecutivo — e chegou a R$ 4,3574, atingindo um novo recorde nominal de encerramento.

Com os ganhos de hoje, o dólar à vista já acumula uma valorização de 8,61% desde o início de 2020 — em fevereiro, a alta é de 1,69%. Somente neste ano, a divisa americana já renovou sete vezes as máximas de fechamento.

A reversão do quadro de alívio visto no fim da semana passada se deve ao panorama diametralmente oposto enfrentado pelos mercados. O 'risco coronavírus' voltou com força ao radar nesta terça-feira, ao mesmo tempo em que o BC optou por não promover novas operações no câmbio.

Assim, sem a ajuda da autoridade monetária, a pressão no dólar foi intensa desde a manhã — na máxima do dia, a divisa chegou a subir 0,74%, a R$ 4,3613. Vale ressaltar, ainda, que a sessão foi marcada pela valorização generalizada da moeda americana em relação às divisas de países emergentes.

Esse quadro de maior cautela externa também influenciou o Ibovespa: o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão em baixa de 0,29%, aos 114.977,29 pontos, após tocar os 113.532,04 pontos na mínima (-1,37%).

Restou ao Ibovespa apenas acompanhar a tendência global: na Ásia e na Europa, as principais praças fecharam no vermelho; nos Estados Unidos, o Dow Jones (-0,56%) e o S&P 500 (-0,29%) também caíram.

Impacto real

Os tão temidos impactos do coronavírus à economia mundial começaram a ser sentidos de maneira mais palpável nesta terça-feira, e esse choque de realidade gerou um aumento da aversão ao risco nos mercados globais.

O centro das preocupações foi a Apple: a empresa informou que não conseguirá cumprir suas projeções para o trimestre por causa do surto da doença. Em meio às paralisações de fábricas na China e à queda na demanda por iPhones no país asiático, a empresa já jogou a toalha para os três primeiros meses de 2020.

Assim, por mais que os dados econômicos da China e de outros países ainda não indiquem maiores impactos gerados pelo coronavírus, uma importante empresa global já admitiu que irá sofrer no curto prazo — uma sinalização que aumentou a cautela por parte dos investidores.

Até onde vai o dólar?

O dólar à vista chegou a tocar o nível de R$ 4,38 durante a sessão da última quinta-feira (13), marcando um novo recorde nominal em termos intradiários — e fazendo o Banco Central (BC) atuar, convocando leilões extraordinários de swap para aliviar a tensão.

A medida da autoridade monetária deu certo: o dólar fechou em queda na quinta e na sexta (14), voltando ao patamar de R$ 4,30. Só que, nesta semana, a escalada da moeda rumo às máximas voltou com tudo.

Com um novo recorde sendo atingido nesta terça-feira, os investidores já começam a se questionar se o Banco Central voltará a promover operações para diminuir a pressão no câmbio.

Ao menos por enquanto, o BC ainda não se movimentou. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, voltou a minimizar a preocupação quanto à taxa de câmbio — mais cedo, ele ressaltou que a atual onda de valorização do dólar ocorre num contexto estrutural diferente do passado, já que as taxas de juros agora estão mais baixas.

Leve pressão nos juros

Apesar da pressão vista no dólar à vista, as curvas de juros não se afastaram muito da estabilidade, exibindo apenas um ligeiro viés positivo. O mercado mostra-se cada vez mais convencido de que um novo corte na Selic será necessário para fornecer estímulo extra à economia brasileira, o que freou a alta nos DIs.

Veja abaixo como ficaram as principais curvas nesta terça-feira:

  • Janeiro/2021: de 4,22% para 4,21%;
  • Janeiro/2022: estável em 4,71%;
  • Janeiro/2023: de 5,26% para 5,28%;
  • Janeiro/2025: de 5,97% para 5,99%;
  • Janeiro/2027: de 6,37% para 6,39%.

Balanços a todo vapor

Por aqui, a temporada de resultados trimestrais continuou mexendo com os papéis do Ibovespa. Em destaque, estiveram Multiplan ON (MULT3), em alta de 1,87%, e Itaúsa PN (ITSA4), com ganho de 1,46% — confira o resumo dos números das duas empresas nesta matéria.

Fora do índice, atenção para Guararapes ON (GUAR3), avançando 0,65%. A dona da Riachuelo teve um lucro 56,5% menor no quarto trimestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 440,6 milhões.

Fora da temporada de balanços, destaque para as ações da Eletrobras, tanto as ONs (ELET3) quanto as PNBs (ELET6), com ganhos de 5,95% e 5,23%, respectivamente. O mercado reagiu positivamente às declarações do secretário de Desestatizações e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmando que a empresa será capitalizada em 2020.

Top 5

Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:

  • Marfrig ON (MRFG3): +7,34%
  • Eletrobras ON (ELET3): +5,95%
  • Eletrobras PNB (ELET6): +5,23%
  • Cia Hering ON (HGTX30: +2,39%
  • Cielo ON (CIEL3): +2,21%

Confira também as maiores baixas do índice:

  • Qualicorp ON (QUAL3): -3,10%
  • BTG Pactual units (BPAC11): -3,04%
  • Hypera ON (HYPE3): -2,91%
  • Cogna ON (COGN3): -2,65%
  • Ambev ON (ABEV3): -2,53%

Compartilhe

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa sobe 1% com commodities e Wall Street após inflação nos EUA; dólar cai

26 de abril de 2024 - 6:51

RESUMO DO DIA: A ‘Super Sexta’ da inflação movimenta os mercados hoje, com divulgação de prévia dos preços em abril no Brasil e a inflação de março nos Estados Unidos. Por aqui, os investidores reagem a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, que desacelerou em abril na comparação com março. Além disso, acompanham novas declarações […]

Proventos

Usiminas (USIM5) e Banrisul (BRSR6) anunciam dividendos; veja quanto as empresas vão pagar e quem poderá receber

25 de abril de 2024 - 19:12

Siderúrgica vai pagar R$ 330 milhões, enquanto o banco gaúcho distribuirá R$ 75 milhões aos acionistas

DESTAQUES DA BOLSA

Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3

25 de abril de 2024 - 13:39

O banco também avalia um preço justo para as ações entre R$ 2,80 e R$ 4,40, o que representa um potencial valorização das ações de até 120%

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Com ‘cabo de guerra’ entre Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em leve queda; dólar sobe a R$ 5,16

25 de abril de 2024 - 6:56

RESUMO DO DIA: O dia ficou nublado para os mercados acionários com a divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos e um impasse de meses solucionado na Petrobras (PETR4). Com alguns raios de sol patrocinados pela petroleira, o Ibovespa sustentou os 124 mil pontos, mas ainda assim termino o dia entre nuvens.  O principal […]

CONFIRA O CRONOGRAMA

Magazine Luiza (MGLU3) recebe sinal verde para grupamento de ações e dá prazo para acionistas ajustarem as posições

24 de abril de 2024 - 19:02

A operação será feita na proporção de 10:1. Ou seja, grupos de 10 papéis MGLU3 serão unidos para formar uma única nova ação

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa cai com bancos e NY antes de resultados da Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,14

24 de abril de 2024 - 6:46

RESUMO DO DIA: O Ibovespa está encarando uma montanha-russa nesta semana, com a temporada de balanços corporativos ganhando tração e Brasília voltando a dividir as atenções dos investidores. Depois de começar o dia em alta, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,33%, aos 124.740 pontos. Já o dólar recuperou […]

DESTAQUES DA BOLSA

Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%

23 de abril de 2024 - 14:04

A aquisição marca a entrada do Grupo Fleury em Santa Catarina com a estratégia B2C, o modelo de negócio direto ao consumidor

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa recua com pressão de Vale (VALE3) na véspera do balanço; dólar cai após dados nos EUA

23 de abril de 2024 - 7:06

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até começou a semana com o pé direito, mas hoje faltou impulso para sustentar a continuidade de ganhos da véspera O Ibovespa fechou com queda de 0,34%, aos 125.148 pontos. O dólar à vista segue enfraquecido e terminou o dia a R$ 5,1304, com baixa de 0,74%. Por aqui, o […]

SEM PARAR

A bolsa nunca mais vai fechar? O plano da Bolsa de Valores de Nova York para negociar ações 24 horas por dia, sete dias da semana

22 de abril de 2024 - 17:22

O tema esquentou nos últimos anos por conta da negociação de criptomoedas e também por concorrentes da Nyse, que tentam registro para funcionar sem intervalo

EXCLUSIVO

Gestor do Quasar Agro (QAGR11) acusa Capitânia de “estratégia predatória” em disputa sobre FII com mais de 20 mil cotistas na B3 

22 de abril de 2024 - 13:32

A Capitânia solicitou no mês passado uma assembleia para discutir uma possível troca na gestão do fundo imobiliário

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar