Mais de US$ 6,5 trilhões em riqueza doméstica nos Estados Unidos desapareceram durante os primeiros três meses deste ano, em que a pandemia teve forte influência sobre a economia global, segundo cálculo do Federal Reserve, o banco central americano.
Mas, no mesmo período, os bilionários dos Estados Unidos adicionaram às suas fortunas a cifra de R$ 584 bilhões — equivalente a 20% da soma de suas fortunas. Os dados são do Institute For Policy Studies e do Americans Tax Fairness.
Entre 18 de março — data aproximada do início da pandemia — e 17 de junho, o patrimônio líquido total dos mais de 640 bilionários norte-americanos saltou de US$ 2,948 trilhões para US$ 3,531 trilhões.
A partir da mesma data de março, quando a Forbes divulgou seu relatório anual sobre a riqueza dos bilionários, os EUA acrescentaram mais 29 bilionários à sua lista, passando de 614 para 643.
Durante os mesmos três meses, mais de 45,5 milhões de pessoas entraram com pedidos de seguro desemprego, de acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA.
Bezos e Zuckerberg se destacam
Enquanto isso, os cinco principais bilionários — Jeff Bezos, Bill Gates, Mark Zuckerberg, Larry Ellison e Warren Buffett — viram sua riqueza crescer em um total de US$ 101,7 bilhões, ou 26%.
Eles capturaram 17,4% do crescimento total da riqueza de todos os mais de 600 bilionários nos últimos três meses. As fortunas de Bezos e Zuckerberg cresceram juntas em quase US$ 76 bilhões — 13% do total de US$ 584 bilhões.
Outro fato notável é a quantidade de bilionários capazes de dobrar suas riquezas nos últimos três meses: foram 12. Um deles é Trevor Milton, fundador da Nikola Motor, que está construindo semi-caminhões movidos a baterias e hidrogênio. Milton multiplicou sua riqueza por mais de cinco vezes.