A XP Investimentos decidiu barrar a participação de fundos que foram criados para entrar na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa. A informação, publicada pelo Valor Econômico a partir de um comunicado da área jurídica da corretora, foi confirmada pelo Seu Dinheiro.
O Seu Dinheiro apurou que a XP vem justificando a decisão de barrar os fundos brasileiros usando como argumento que está com receio da interpretação da Comissão de Valores Mobiliários sobre a oferta. A medida atinge diretamente a gestora Vitreo, que criou dois fundos com o objetivo de aplicar nas ações da XP na oferta. No primeiro dia de funcionamento, a gestora captou R$ 18 milhões.
O IPO da XP acontece na bolsa norte-americana Nasdaq. Os investidores brasileiros não são proibidos de participar do processo, desde que o façam por meio de fundos. A XP foi procurada e não comentou o assunto.
Eu apurei que várias gestoras brasileiras avaliam entrar na oferta, mas já havia a percepção de que a XP daria preferência na alocação aos investidores estrangeiros para evitar problemas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ao contrário do que acontece no Brasil, apenas investidores profissionais podem participar de IPOs no mercado norte-americano. Isso significa que você só pode virar sócio da XP comprando as ações diretamente na Nasdaq depois da estreia ou via fundos como o da Vitreo.
Em ambos os casos, porém, você pode perder parte da valorização esperada para os papéis no primeiro dia de negócios em relação ao preço definido no IPO.
"A Vitreo entende que o fundo pode participar do bookbuilding da oferta. Isso não garante, contudo, que o fundo terá sua demanda atendida, integral ou parcialmente", informou a gestora, que vai manter aberta a captação para os produtos.
A XP pretende captar até US$ 2,1 bilhões no IPO. A faixa indicativa da ação foi estipulada entre US$ 22 e US$ 25. A definição do preço está prevista para o dia 10 de dezembro. O código de negociação da empresa na Nasdaq será simplesmente "XP".