Governo tem déficit primário pelo quinto ano consecutivo, algo inédito desde 1988
Esforço fiscal do Tesouro Nacional é consumido pelo crescente déficit da Previdência. Zerar o déficit já em 2019, como propõe Guedes, depende de “muita receita extraordinária”

O déficit primário do governo central fechou 2018 em R$ 120,3 bilhões. Essa é a diferença entre receitas e despesas sem considerar o pagamento de juros. Tal resultado negativo equivale a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e esse foi o quinto ano seguido de resultado deficitário.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, foi claro ao dizer que o resultado é positivo, "mas não é motivo de alegria". O quinto ano seguido de déficit marca a pior sequência desde a Constituição de 1988.
O déficit do ano ficou abaixo dos R$ 124 bilhões de 2017 ou 1,8% do PIB e a diferença decorre, basicamente, dos R$ 4,021 bilhões apropriados como receita do Fundo Soberano, que foi extinto no ano passado depois de vender as ações que ainda detinha do Banco do Brasil.
Zerando o déficit
O resultado do ano também ficou abaixo da meta estabelecida de R$ 159 bilhões. Para 2019, a meta é de R$ 139 bilhões. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse e reiterou que pretende zerar o déficit neste ano, com ajuda de privatizações e outras receitas extraordinárias.
Perguntado sobre essa possibilidade, Mansueto afirmou que zerar o déficit neste ano depende de "muita receita extraordinária", ter um ganho "extremamente substancial e muito forte de receita extraordinária". Segundo o secretário, o próprio Guedes destaca isso quando fala sobre o assunto.
Leia Também
Mansueto disse que alguns vetores podem surpreender positivamente pelo lado da receita. Primeiro, a velocidade de recuperação da economia, que está estimada em 2,5%. A velocidade do programa de concessões. E o leilão da cessão onerosa da Petrobras.
Segundo Mansueto, estão ocorrendo reuniões semanais sobre cessão onerosa e as possíveis receitas não estão no Orçamento do ano.
Composição e Previdência
Olhando a composição do resultado, vemos que o Tesouro Nacional fez um superávit de R$ 75,654 bilhões, acima dos R$ 58,950 bilhões de 2017. Mas esse esforço fiscal é, novamente, consumido pelo déficit da Previdência, que subiu de R$ 182,450 bilhões para R$ 195,197 bilhões.
O Regime de Previdência dos Servidores Públicos fechou 2018 com déficit de R$ 95,1 bilhões, sendo R$ 46,4 bilhões dos servidores civil e R$ 43,9 bilhões dos militares e outros R$ 4,8 bilhões do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Os dados reforçam a importância de uma reforma das regras previdenciárias para todos.
Segundo Mansueto, sem reforma da Previdência, a despesa do Regime Geral sobe de 8,5% do PIB atualmente para perto de 17% do PIB em 2060.
Perguntado sobre o andamento da reforma da Previdência, Mansueto afirmou que todo mundo do governo passado e do governo novo tem destacado a importância da reforma e o processo está muito bem conduzido.
Segundo Mansueto, a equipe técnica é a mesma do governo passado acrescido de técnicos novos "e o secretário da Previdência é um político extremamente habilidoso, capaz de explicar a reformas em 15 minutos ou 20 minutos".
Para o secretário, essa capacidade de Rogério Marinho de conversar com políticos é algo importante e facilita o entendimento da reforma. Marinho, diz Mansueto, tem mapeado os pontos mais e menos polêmicos, que vão exigir esforço maior de comunicação.
Mansueto lembrou, ainda, que Marinho relatou a reforma Trabalhista, projeto que saiu mais forte do Congresso do que entrou, algo extremamente raro.
Para Mansueto, o encaminhamento da reforma está melhora agora do que na época de Michel Temer. Além disso, há um movimento por parte dos governadores eleitos a favor da reforma.
"Temos um político extremamente habilidoso, que sabe negociar e tem uma voz muito mansa. Esse grupo de técnicos liderados por Marinho conversa com acadêmicos que estudam Previdência. E tem apoio dos governadores", resumiu Mansueto, completando que o "debate está muito mais maduro" agora.
Enquanto o governo não conseguir zerar esse déficit primário e, posteriormente, gerar resultados superavitários consistentes, o endividamento não vai parar de subir. A dívida sobre o PIB já orbita os 80% do Produto Interno Bruto (PIB) e a trajetória é de alta enquanto não houver redução de despesas – por isso da importância da reforma da Previdência.
Na sua apresentação, o Tesouro mostra que em uma janela de 10 anos houve uma redução de 1 ponto do percentual do PIB na receita, enquanto a despesa apresentou crescimento de 3,5 pontos percentuais.
“Assim, a deterioração fiscal da última década pode ser atribuída, em sua maior parte, ao crescimento persistente da despesa”, diz o Tesouro.
Apontado para o gráfico acima, Mansueto reforçou que o problema continua sendo a despesa, apesar de ouvirmos, com frequência, que o problema da União, Estados e municípios seria a queda na receita.
Segundo Mansueto, a queda da despesa é um movimento gradual, pois mais de 90% dos gastos do governo são obrigatórios. Mesmo com mudança de lei, ponderou o secretário, o que tem de acontecer é uma mudança na taxa de crescimento dessas despesas.
Como pedir concessão e prorrogação do auxílio-doença durante pandemia
Previdência seleciona perguntas mais frequentes feitas pelos segurados.
Reforma da Previdência de servidor paulista é aprovada em meio a tumulto na Alesp
Servidores que protestavam contra o projeto do governador João Doria (PSDB) entraram em confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar, que estava dentro do prédio
Reforma da Previdência em São Paulo é aprovada em primeiro turno
PEC estabelece idade mínima para aposentadoria, de 62 anos para mulheres e 65 para homens, acaba com o recebimento de adicionais por tempo de serviço e proíbe a acumulação de vantagens temporárias
Com reforma, previdência privada aberta volta a crescer
No ano passado, os novos depósitos em planos de previdência privada aberta somaram R$ 126,4 bilhões, expansão de 16,9% frente a 2018. A captação líquida, que considera os resgates realizados no período, foi de R$ 55,5 bilhões, consolidando uma expansão de 40,4%
Nunca é tarde para entrar na bolsa. Será?
Hoje quero falar sobre a visão que eu e o Rodolfo compartilhamos para o ano de 2020. E, claro, o que você deve fazer com seus investimentos para chegar à aposentadoria precoce.
Nova reforma da Previdência deve vir em 20 anos
Economistas afirmam que o País continuará convivendo com o envelhecimento da população e a redução no número de jovens
Estados aceleram trâmite para reformar previdências
As propostas aprovadas tramitaram, em média, por 15 dias – contados a partir da apresentação pelos governadores até a votação final.
Guedes chama reforma da Previdência de “equilibrada”, projeta PIB 2020 a 2% e déficit primário neste ano abaixo da meta
Ministro citou que o mais importante para o governo é que houve um trabalho “construtivo da Câmara e do Senado”
Ilan Goldfajn: ‘O mais importante hoje é a persistência nas reformas’
O economista, hoje presidente do conselho do Credit Suisse, afirma estar otimista, pois vários obstáculos, como a taxa de juros elevada, já foram retirados do caminho
Reforma administrativa é no sentido de valorização do quadro atual, diz Guedes
Ele defende que a estabilidade não seja automática, mas conquistada pelo servidor após anos de boas avaliações no trabalho
Investimentos em previdência privada crescem 35,4% no terceiro trimestre
Os investimentos em Previdência privada cresceram 35,4% no terceiro trimestre de 2019 em comparação ao mesmo período de 2018. No trimestre, os aportes totalizaram R$ 34,2 bilhões, feitos por 13,3 milhões de pessoas. Os dados são da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Com os valores do terceiro trimestre, as reservas dos planos […]
Para Guedes, “timing político” atrapalha, mas não paralisa agenda liberal
Segundo ele, não há dúvida de que quanto mais rápido as reformas forem implementadas, mais rápido o país retoma o caminho do crescimento sustentável e mais baixo é o risco de acontecer o que aconteceu na Argentina
Alterações na PEC paralela geram benesses de R$ 43 bi aos servidores
PEC foi vendida pelo Senado como um complemento da reforma ao incluir a possibilidade de adesão dos Estados e município
Guedes defende acabar com imposto sobre folha de pagamentos
Em evento, ministro da Economia destacou que a aprovação da reforma da Previdência derrubou a primeira torre de descontrole de gastos no País
Não vem dinheiro por falta de confiança, diz Nathan Blanche, da Tendências
Se governo afastar risco de insolvência, dólar certamente ficaria abaixo de R$ 4,0 e país seria outro. Resolver situação de Estados e municípios é essencial
Senado muda regra de cálculo de aposentadoria
Emenda aprovada pelos senadores voltaria com a regra anterior a reforma da Previdência, que poupava 20% dos salários mais baixos do cálculo da média do histórico de contribuição para definir o quanto uma pessoa receberia
CCJ da Câmara aprova a redação final da reforma da Previdência dos militares
Análise do texto manteve o relatório final da comissão especial aprovado no mês passado sob gritos contra o presidente Jair Bolsonaro
Há janela até junho e julho de 2020 para aprovar medidas econômicas, diz secretário de Previdência e Trabalho
Marinho comentou ainda sobre a reforma administrativa; ele disse que uma posição deverá ser apresentada nas próximas semanas
Sem Bolsonaro, Alcolumbre e Maia assinam promulgação da reforma da Previdência
Na mesa da sessão, estavam apenas parlamentares, entre eles integrantes dos comandos da Câmara e do Senado e líderes do governo. Novas alíquota entram em vigor em março de 2020
Mercado torce por boas novas
Investidor busca por notícias que apontem para acordo comercial de fase 1 entre EUA e China, enquanto tenta se desviar da turbulência política na América Latina