🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

A reforma é necessária, mas vai te ferrar – então garanta sua Previdência

Quando a regra do jogo muda, você deve estar preparado para mudar junto e garantir o menor impacto possível na sua vida financeira

29 de abril de 2019
14:28
Homem fazendo planos para a aposentadoria
Ivan Sant'Anna dá a letra: é necessário economizar - Imagem: Shutterstock

Quando o presidente Michel Temer enviou ao Congresso sua PEC da Reforma da Previdência, um dos artigos extinguia a pensão por morte que o cônjuge que sobrevive ao outro recebe.

Melhor explicando: o que permanece vivo tem de optar entre ficar com sua aposentadoria ou abdicar dela em favor daquela do que morreu.

Como esse item está mantido na proposta de Paulo Guedes e Rogério Marinho, e deve ser aprovado pelos parlamentares, isso altera meus planos das últimas décadas.

Segundo o IBGE, ao atingir 80 de idade, o que, no meu caso, ocorrerá daqui a 12 meses e meio, minha expectativa de vida será de mais 8,6 anos. Portanto, deverei morrer em 2028. Tá de bom tamanho, mas será ruim para minha mulher.

Como é nove anos mais moça do que eu, e as mulheres têm uma expectativa de vida de mais 15 ao completarem 70, o que acontecerá com ela daqui a um mês e meio, estatisticamente deverá falecer em 2034. Ou seja, seis anos após minha morte.

Nesses seis anos, aprovada a reforma nos termos atuais, só contaria com os cinco mil reais que recebe de aposentadoria.

A boa notícia é que já fiz um pecúlio nesse valor. Então aquilo que a Previdência não irá dar, por ser reservado aos privilegiados dos três poderes do serviço público, eu já guardei. E não gasto de modo algum.

Mas, convenhamos, os nove mil (cinco mais quatro) que ela irá receber mensalmente após minha morte não são grande coisa. Pagam o condomínio, o IPTU, o plano de saúde, as contas de gás, energia elétrica, telefone, supermercado, remédios e acabou.

Qualquer tipo de lazer e a viagem que faz todos os anos para visitar nossa filha que mora na Inglaterra já eram.

Só que Ivan Sant’Anna, após décadas de porra-louquices rasgadas, tornou-se um cara precavido. Apliquei em porto seguro o equivalente a 2.500 dólares mensais para aqueles seis anos nos quais ela irá me sobreviver.

Como estatística é uma coisa e realidade, outra, adicionei mais quatro anos no cálculo. Sem contar que esses números estão sempre engordando. Raríssimo é o mês no qual não aumento minhas reservas, mesmo que isso implique, como está acontecendo agora, em abdicar de visitar meus filhos e netos que moram na Europa.

A gente também pode ser acometido pelo azar. Azar esse que se materializará se minha mulher resolver viver 100 anos. Aqui, com perdão pela chulice, fodeu.

Mas, se existe azar, também pode haver sorte. Quem sabe eu morro num desastre de avião. Como escrevo sobre o assunto (quatro livros sobre acidentes aéreos), sei que dá para minha mulher, com bons advogados, tomar até um milhão de dólares das empresas que fabricaram a aeronave e seus componentes.

A maravilha das maravilhas seria ambos morrermos juntos na queda de um avião, simplesmente liquidando todos os problemas acima e ainda dando uma boa graninha para nossos herdeiros. Mas aí seria sorte demais.

Primeiro, aviões quase não caem mais. Já lá se foram os bons tempos. Agora, a chance de morrer assim é de uma em 11 milhões. Mais fácil ganhar na megassena, na qual, por sinal, não jogo.

Segundo, quase sempre viajo de avião sozinho.

Agora, o mais importante:

Para que esses meus cálculos malucos (dá-lhe, Lula) tenham chance de acontecer, abdiquei totalmente de me aposentar.

Melhor dizendo, me aposentei, mas continuo trabalhando num ritmo de sete dias por semana, 30 por mês, 365 por ano. Natal, Carnaval, Réveillon, tudo isso para mim é dia útil.

Recentemente passei os feriadões de Páscoa na fazenda de um amigo. Mas de lá continuei a escrever minhas newsletters.

Como o diabo do Office do meu Windows resolveu expirar justamente naqueles dias, digitei os textos no tecladinho de meu iPhone, que por sinal tem vontade própria: muda bear market para Beatriz market.

Este ano, ao fazer minha declaração de Imposto de Renda, descobri que continuo recolhendo para a Previdência, sob a rubrica “Contribuição Previdenciária Oficial”.

Recolho há exatos 61 anos. Só me faltava essa: parte da aposentadoria de quatro mil que recebo todos os meses sai do meu próprio bolso. Ladrões!

Acredito, acredito, não, tenho certeza, que a maioria dos meus leitores do Seu Dinheiro têm a ideia de se aposentar um dia.

Para curtir a vida, viajar na baixa estação, ir ao cinema às quatro da tarde, jogar bocha na pracinha ou simplesmente levar e buscar os netos na escola.

Todos esses desejos são legítimos. Nem todo mundo nasceu workaholic. Mas prestem atenção:

Reformulem seus planos previdenciários pessoais, economizando mais do que economizam até hoje, se é que economizam.

Essa PEC que está no Congresso Nacional é necessária, mas veio para te ferrar, a não ser que você seja um daqueles privilegiados inalcançáveis.

Com os juros baixos que estão sendo praticados no momento, a melhor maneira de garantir dinheiro para a velhice é aplicar em títulos de renda variável, independentemente se o atual bull market (que anda exalando um cheirinho de gordura de urso) vai prosseguir ou não. Seu negócio é a longo prazo.

Quando eu tinha a idade que tu tens (supondo que você seja um jovem de menos de 50 anos), achava que um dia o governo me pagaria 20 salários mínimos por mês, que é para quanto eu recolhia. Dá R$ 19.960,00. Juntando com a aposentadoria de minha mulher, que também pagava o valor máximo, são R$ 39.920,00.

Um dia essa norma simplesmente caducou.

Ainda bem que eu gosto de escrever. E que minha profissão de escriba é longeva.

Só espero que as projeções estatísticas demográficas cumpram sua parte no trato. Que eu morra em 2028 e minha mulher, em 2034.

Antes, é desperdício de vida. Depois disso, entraremos na turbulenta zona de risco, da qual até agora conseguimos escapar.

Compartilhe

sextou com o ruy

Meu fundo de previdência está com retorno negativo. Devo resgatar o dinheiro?

8 de abril de 2022 - 6:53

Se você quiser aumentar as chances de uma aposentadoria tranquila, é preciso aguentar as crises de curto prazo e ater-se a seu plano de previdência

IR 2022

Como declarar aposentadorias e pensões da Previdência Social no imposto de renda

8 de março de 2022 - 7:00

Aposentados e pensionistas da Previdência Social têm direito à isenção de imposto de renda sobre uma parte de seus rendimentos. Veja os detalhes de como declará-los no IR 2022

IR 2022

Informe de rendimentos do INSS para o IR 2022 já está disponível – a partir de hoje, até por chat; veja como baixar

22 de fevereiro de 2022 - 14:08

Documento auxiliará aposentados, pensionistas e outros contribuintes que tenham recebido benefício no ano passado a preencher a declaração de IR 2022 e comprovar rendimentos junto à Receita; é possível baixar em site, app ou por chat

Aposentados e pensionistas

Prova de vida do INSS volta a ser exigida em 2022

2 de janeiro de 2022 - 16:55

Procedimento volta a ser obrigatório após três meses de suspensão. Pagamentos de aposentadorias e pensões começarão a ser suspensos em fevereiro

Fácil, prático e seguro

Tesouro Previdência vem aí? Tesouro Direto lançará, em 2022, título específico para a aposentadoria

27 de dezembro de 2021 - 14:40

Em entrevista ao Estadão, secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que nova modalidade de título público permitirá ao poupador saber quanto investir a partir da renda mensal que ele pretende receber no futuro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Por uma vida longa e próspera: veja uma seleção de planos de previdência privada para cada fase da vida

20 de dezembro de 2021 - 8:46

Afinal, de que vale envelhecer sem a segurança de uma existência minimamente confortável e digna

Onde investir

Qual previdência privada escolher? Veja uma seleção de planos para cada fase da vida

20 de dezembro de 2021 - 5:30

Bons planos de previdência devem ter boa gestão, taxas baixas e não ser necessariamente ultraconservadores; a seguir, veja algumas sugestões de fundos de previdência nesse perfil

Planeje-se!

Fuja do Paulo Guedes! Como pagar menos imposto para o governo e ainda aumentar a sua renda para a aposentadoria

2 de dezembro de 2021 - 5:30

Não fique à mercê das reformas do Ministério da Economia. Utilizada da maneira correta, previdência privada pode te ajudar a pagar menos imposto de renda e a não depender totalmente da Previdência Social

EXILE ON WALL STREET

O tom da sua aposentadoria: descubra agora se você deve optar pela declaração completa do Imposto de Renda e aportar em um PGBL

26 de novembro de 2021 - 11:20

Baixe ao fim da matéria a planilha que desenvolvemos para você saber se e quanto deve aportar em um PGBL

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar