O filme do balanço do terceiro trimestre da Petrobras conseguiu ser ainda melhor do que o trailer. O lucro recorrente de R$ 9,973 bilhões superou as projeções dos analistas, que já eram otimistas depois dos dados de produção divulgados pela estatal na semana passada.
A reação na bolsa não poderia ser diferente. Por volta das 12h05, as ações preferenciais (PETR4) eram negociadas em alta de 4,03%, cotadas a R$ 29,46. Leia também nossa cobertura completa de mercados.
Com os dados de produção já conhecidos, o grande destaque do balanço da Petrobras veio da linha de despesas. O custo médio de extração da companhia caiu para US$ 9,7 por barril de óleo equivalente (boe). No pré, o custo no trimestre foi de apenas US$ 5/boe.
O endividamento da estatal, que chegou nos piores momentos a ameaçar o futuro da companhia, segue em trajetória de queda. A dívida bruta encerrou o trimestre em US$ 90 bilhões, uma redução de US$ 11 bilhões no trimestre.
Lembrando que a Petrobras poderá elevar o pagamento de dividendos além do mínimo legal quando a dívida bruta cair abaixo de US$ 60 bilhões.
Enquanto não pode elevar os dividendos, a empresa anunciou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 0,20 por ação ordinária e preferencial.
Apesar do bom desempenho de hoje, ainda há um fator que segura as ações da Petrobras: a esperada oferta de ações da estatal que estão na carteira do BNDES.
"O feedback que tivemos da maioria dos investidores é que não há pressa para entrar com uma oferta potencial de US$ 12 bilhões a caminho", escreveram os analistas do Bradesco BBI, em relatório a clientes. Leia a seguir a reação de alguns dos principais analistas que cobrem a Petrobras e as recomendações para os papéis:
UBS: Pouco a pouco o pássaro constrói seu ninho
Recomendação: compra
Preço-alvo: R$ 34,00
"A empresa está voltando aos trilhos com melhoras importantes na produção, custos e redução do endividamento. Ainda há um caminho pela frente, com o aumento da produção, conclusão da transferência de direitos e desinvestimentos adicionais. No entanto, vemos consistência e acreditamos que a empresa está no caminho certo."
Itaú BBA: 'Dito e feito'
Recomendação: outperform (compra)
Preço-alvo: R$ 38,00
"Os resultados bateram tanto as nossas projeções quanto o consenso de mercado, impulsionados em grande parte pelo segmento de exploração e produção (E&P), que registrou custos menores do que o previsto."
Bradesco BBI: Custos em queda e excepcional fluxo de caixa
Recomendação: outperform (compra)
Preço-alvo: R$ 38,00
"A Petrobras vem entregando tudo (ou quase tudo) o que tinha como objetivo: (1) venda de ativos, (2) crescimento da produção, (3) desalavancagem e (4) menor custo de capital."
BTG Pactual: Resultados fortes com crescimento de produção com qualidade
Recomendação: compra
Preço-alvo: US$ 17/ADR
"Reiteramos nossa recomendação de compra e o status da Petrobras como uma de nossas 'top picks', apesar do cenário desfavorável para o preço do petróleo. Mais do que apenas uma história de aumento da produção, a Petrobras continua a entregar resultados acima do esperado em margens e geração de caixa."