A Bula da Semana: Os sinais da economia
Varejo e serviços no Brasil crescem acima do esperado em setembro, sinalizando expansão mais forte do PIB no 3T19
Os dados domésticos sobre a atividade no setor de serviços e as vendas no varejo em setembro, conhecidos na semana passada, surpreenderam positivamente o mercado financeiro, levando economistas a revisarem para cima a previsão para o crescimento econômico do país neste ano. O relatório Focus do Banco Central, nesta segunda-feira, deve trazer estimativas mais positivas para o Produto Interno Bruto (PIB).
O fato é que a reação da economia brasileira está se tornando mais nítida e, embora ainda seja uma recuperação incipiente, não muito vigorosa, o processo de retomada da atividade parece seguir intacto - e saudável. Para especialistas, grande parte desse estímulo deve-se à liberação dos recursos de contas ativas e inativas do FGTS, além do ciclo de cortes da Selic iniciado em julho, apesar do recorde de informalidade no mercado de trabalho.
Por ora, os resultados de setembro são compatíveis com um crescimento econômico moderado no terceiro trimestre deste ano, com um avanço em torno de 0,5% em relação ao período anterior. Ou seja, para acelerar o ritmo de expansão é preciso assegurar uma recuperação mais expressiva à frente, com a iniciativa privada assumindo as rédeas do processo - tanto nos investimentos quanto nas contratações - já que a demanda do governo tende a ficar reprimida pelos próximos anos.
E o problema é que com a economia ganhando tração diminui-se a necessidade de cortes adicionais no juro básico em 2020. Com isso, voltou à mesa a discussão em torno do fim do ciclo de cortes na Selic ainda este ano, após a queda de mais meio ponto em dezembro, conforme indicado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Nesse debate, a taxa terminal seria de 4,50%, permanecendo neste nível ao longo de todo o ano que vem.
Ainda mais após a forte valorização do dólar, que depois de encerrar outubro abaixo de R$ 4,00, ganhou força e encostou-se à faixa de R$ 4,20, nos maiores níveis da história. A moeda norte-americana vem sendo pressionada desde a frustração com o megaleilão do pré-sal, que evidenciou a falta de apetite de investidores estrangeiros por ativos brasileiros, e vem servindo de hedge [proteção] contra a turbulência na América Latina.
Com essa cotação do câmbio mais alta, é difícil falar em juros básicos mais baixos, mesmo com a inflação comportada. Porém, os riscos de oferta de proteínas entram no radar, diante da demanda chinesa por carnes, após o surto da febre suína. Aliás, a prévia da inflação ao consumidor brasileiro neste mês (IPCA-15) é o grande destaque da agenda econômica doméstica, que está mais fraca.
Leia Também
Sinais ambíguos
No exterior, o calendário econômico está igualmente fraco, tendo como destaque a divulgação da ata da reunião de outubro do Federal Reserve, além de indicadores preliminares de novembro sobre a atividade na zona do euro e nos Estados Unidos. Mas o foco dos mercados lá fora continua na guerra comercial, com os investidores tentando desembaçar o cenário, após sinais ambíguos vindos de Pequim e Washington.
A relutância dos EUA em remover as tarifas existentes e suspender as sobretaxas programadas para dezembro emperrou as negociações da fase um do acordo, que era pra ter sido assinado em meados de novembro. Por outro lado, a reticência da China em elevar as compras de produtos agrícolas também dificulta um acerto parcial. Ou seja, os dois lados apontam para dificuldades em se chegar a um termo mais concreto e estrutural.
Com isso, cresce a preocupação quanto à desaceleração adicional da economia global, ainda mais após os dados fracos sobre a atividade na indústria e no varejo chinês em outubro, conhecidos na semana passada, revertendo quase que totalmente a estabilização verificada em setembro e confirmando a tese de que a recuperação na China não é sustentável. Por ora, o mercado financeiro ainda parece pouco reativo a esses sinais.
Tanto que na sexta-feira passada bastaram declarações positivas do assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, de que EUA e China estão perto da fase um do acordo comercial para Wall Street ampliar o rali. Durante o feriado no Brasil, o índice Dow Jones fechou acima dos 28 mil pontos pela primeira vez na história, em uma sessão de novos recordes também para o S&P 500 e Nasdaq 100.
O desempenho ignorou a queda maior que a esperada da produção industrial dos EUA em outubro, e os sinais de que os consumidores norte-americanos frearam os gastos antes da temporada de festas. E, assim, enquanto alimentam esperanças de que as duas maiores economias do mundo estão caminhando em direção a um acordo, os investidores simplesmente vão ignorando a deterioração da atividade - que pode ficar mais latente.
Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:
Segunda-feira: A semana começa com as tradicionais publicações do dia no Brasil, a saber, a Pesquisa Focus (8h25) e os dados semanais da balança comercial (15h). No exterior, o calendário econômico está esvaziado.
Terça-feira: O dia traz uma nova prévia do IGP-M neste mês e dados do setor imobiliário nos EUA e na zona do euro.
Quarta-feira: O feriado pelo Dia da Consciência Negra é celebrado em cerca de mil cidades em todo o país, incluindo São Paulo, o que mantém os negócios na B3 fechados hoje. Com isso, não haverá pregão na Bolsa brasileira nem no mercado de juros futuros. O dólar opera com menor liquidez. No exterior, destaque apenas para a ata do Fed, quando indicou interrupção no ciclo de cortes dos juros.
Quinta-feira: Novos indicadores do setor imobiliário nos EUA serão conhecidos, além da atividade industrial na Filadélfia.
Sexta-feira: A semana chega ao fim com dados preliminares de novembro sobre a confiança na indústria nacional e sobre a inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15). Já no exterior, saem números preliminares do índice dos gerentes de compras (PMI) sobre a atividade nos setores industrial e de serviços da zona do euro e dos EUA, além da leitura final da confiança do consumidor norte-americano.
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
