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De olhos bem abertos...

Parcela pesa mais no bolso do consumidor

A despesa maior com juros é visível nos itens de maior valor. Na compra de um veículo de R$ 30 mil, por exemplo, financiado em 42,3 meses, o comprador pagava uma prestação de R$ 960,82, levando em conta os juros médios apontados pela pesquisa do BC em abril deste ano, de 21,12%

Estadão Conteúdo
22 de junho de 2019
10:31 - atualizado às 10:36
Custos para comprar um imóvel - Imagem: Andrei Morais/Seu Dinheiro

Desde que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) começou a cortar a taxa básica de juros (Selic), a partir de outubro de 2016, o brasileiro que compra produtos financiados tem pagado a conta do não repasse integral da queda da Selic para a taxa ao consumidor, aponta o estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Nos cálculos da entidade, há casos em que a prestação ficou quase 15% mais cara.

A despesa maior com juros é visível nos itens de maior valor. Na compra de um veículo de R$ 30 mil, por exemplo, financiado em 42,3 meses, o comprador pagava uma prestação de R$ 960,82, levando em conta os juros médios apontados pela pesquisa do BC em abril deste ano, de 21,12%. Se o corte da taxa básica de juros tivesse sido repassado integralmente para o consumidor, a taxa seria de 11,74% ao ano e a prestação de R$ 838, nas contas da CNC.

Com isso, quando o comprador terminar de pagar o financiamento do carro, ele terá desembolsado R$ 42.016,85. Se o empréstimo tivesse sido contraído pela taxa menor, o carro custaria R$ 36.6545,85. É uma diferença de R$ 5.370,99.

"Para o consumidor, o não repasse integral da queda dos juros básicos às taxas finais representou um maior peso na parcela mensal dos financiamentos, especialmente diante da relativa estabilidade da massa de rendimentos", diz o economista-chefe da CNC e responsável pelos estudos, Fabio Bentes.

Spread

Para o economista, não só o repasse do corte da taxa básica de juros não foi integral para o consumidor como o spread bancário caiu menos que a Selic. O spread é a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar o recurso e quanto esse banco cobra para emprestar.

Em outubro de 2016, o spread era 23,9% e terminou 2018 em 16,9%, mas voltou a subir este ano. Em abril estava 19,3%. De outubro de 2016 a dezembro de 2018, o spread caiu 41% e neste ano subiu 14%. No período todo, a queda foi de 20%. "O spread caiu menos do que a Selic (- 54,4%) no período e a gordura dos bancos aumentou", afirma o economista.

Métricas diferentes

A Febraban, que reúne os bancos, reforça, porém, que houve redução no spread e nos juros - considerando a comparação de taxas em pontos porcentuais, metodologia usada na avaliação da entidade. Em nota, a Febraban afirma que "a queda da taxa de juros foi acompanhada da redução do spread bruto bancário". Em abril deste ano o spread atingiu 45,8 pontos porcentuais nas operações de crédito com recursos livres para pessoa física, ante 62,3 pontos porcentuais registrados em outubro de 2016, segundo a entidade. A redução, foi de 16,5 pontos porcentuais no período.

De acordo com a Febraban, "os bancos aproveitaram a queda na taxa básica de juros para reduzir o custo do crédito ao consumidor, em alguns casos com cortes bem superiores nas taxas cobradas dos clientes".

'Agora a venda está péssima'

O empresário do varejo de móveis Mohamed Barakat, diz que o mercado está difícil. "Antes as vendas estavam ruins, agora estão péssimas", afirma. Depois de ter ampliado em 7% o faturamento em 2018 em comparação com o ano anterior, ele registrou queda de 10%, de janeiro a maio deste ano. "A gente vinha com crescimento pequeno, mas neste ano vamos fechar com retração."

Um dos fatores que explicam a reversão nos negócios é que o consumidor que comprava móveis a prazo diminui muito a sua participação nas vendas das três lojas das quais ele é sócio. Os pontos comerciais ficam na rua Teodoro Sampaio, na zona oeste da capital paulista, um tradicional corredor comercial do setor. Sob as bandeiras Kaza&Estilo, Complemento Interiores e Mosai, cada uma é voltada para um público específico: o mais abastado, o cliente de classe média e o consumidor popular.
Segundo Barakat, hoje o público que compra móveis pede desconto e paga à vista. "O cliente que não tem dinheiro na mão para pagar à vista e quer parcelar em muitas vezes está faltando."

Ao lado do automóveis e dos materiais de construção, o setor de móveis está no rol daqueles movidos a crédito e que estão entre os mais afetados pelo não repasse integral da taxa básica de juros para o custo do financiamento ao consumidor. Em 12 meses até março deste ano, as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram 2,1% e poderiam ter crescido quase 1%, se o juro fosse menor. Diante da dificuldade, Barakat conta que começou a olhar para dentro da sua empresa. "Estamos indo atrás de tecnologia para cortar custos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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