Juros do rotativo do cartão de crédito cai para 298,6% ao ano em abril
Juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pela instituição

O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito caiu 0,8 ponto porcentual de março para abril, informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central. Com isso, a taxa passou de 299,4% para 298,6% ao ano.
O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro deste número, a taxa cobrada na modalidade rotativo regular recuou de 281,4% para 278,0% ao ano de março para abril.
Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular subiu de 312,4% para 313,6% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro caiu de 178,5% para 170,8% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa também cedeu e passou de 66,9% para 65,4% de março para abril.
Leia Também
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.
A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Juro do crédito livre também cai
Os dados do Banco Central também mostraram que a taxa média de juros no crédito livre caiu de 39,0% ao ano em março para 38,9% ao ano em abril. Em abril de 2018, essa taxa estava em 40,8% ao ano.
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 53,8% para 53,6% ao ano de março para abril, enquanto para pessoa jurídica foi de 19,8% para 19,9% ao ano.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 322,7% ao ano para 323,3% ao ano de março para abril. No crédito pessoal, a taxa passou de 45,3% para 45,9% ao ano.
Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.
A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa do cheque especial estava em 304,9% ao ano.
As informações divulgadas pelo BC mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 21,4% ao ano em março para 21,3% em abril.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), ficou estável em 25,3% ao ano de março para abril. Em abril de 2018, estava em 25,7%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,1% em abril ante março, aos 21,2% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread bancário médio no crédito livre caiu de 31,6 pontos porcentuais em março para 31,4 pontos porcentuais em abril, informou o Banco Central.
O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 46,1 para 45,8 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 12,8 para 12,9 pontos porcentuais.
O spread médio do crédito direcionado seguiu em 4,1 pontos porcentuais de março para abril.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) continuou em 19,2 pontos porcentuais no período.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no crédito livre caiu de 3,9% para 3,8% na passagem de março para abril, informou o Banco Central. Em abril de 2018, a taxa estava em 4,6%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência seguiu em 4,7%. Para as empresas, a taxa passou de 2,8% em 2,7%.
A inadimplência do crédito direcionado foi de 1,9% para 2,0% de março para abril. Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência permaneceu em 3,0%.
Endividamento
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 43,3% em março, ante 43,2% em fevereiro, informou o BC. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 24,8% em março, ante 24,7% em fevereiro.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 19,9% em março, mesmo patamar de fevereiro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda seguiu em 17,5% na passagem de fevereiro para março.
Falando em estoque de crédito...
O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro ficou estável abril ante março, em R$ 3,267 trilhões. Já em 12 meses, houve alta de 5,4%.
Em abril ante março, houve elevação de 0,8% no estoque para pessoas físicas e queda de 1,1% para pessoas jurídicas.
De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 0,3% em abril, enquanto o de crédito direcionado apresentou queda de 0,4%
No crédito livre, houve alta de 1,3% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 0,9% no período.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 47,3% pra 47,0% na passagem de março para abril.
As projeções do BC indicam expansão de 7,2% para o crédito total em 2019. A projeção para o crédito livre este ano é de alta de 12,5%, enquanto a expectativa para o crédito direcionado é de alta de 0,8%.
Habitação
O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,4% em abril ante março, totalizando R$ 697,821 bilhões, informou o Banco Central.
Em 12 meses até abril, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 5,2%.
Veículos
Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,3% em abril ante março, para R$ 179,000 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 15,1%.
Setores
O saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária caiu 0,8% em abril, para R$ 24,220 bilhões, informou o Banco Central.
Já o saldo para a indústria cedeu 1,6%, para R$ 630,885 bilhões. O montante para o setor de serviços teve baixa de 1,1%, para R$ 744,465 bilhões.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 14,3%, aos R$ 24,284 bilhões.
Concessões
As concessões no crédito livre subiram 2,1% em abril ante março, para R$ 305,3 bilhões, informou o Banco Central. Houve avanço de 11,3% em 12 meses até abril.
No crédito para pessoas físicas, as concessões cresceram 7,2% em abril ante mês anterior, para R$ 174,6 bilhões. Em 12 meses até abril, há alta de 10,5%.
Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões caíram 4,1% no mês passado em relação a março, para R$ 130,7 bilhões. Em 12 meses até abril, o avanço é de 12,4%.
BNDES
O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuou 1,0% em abril ante março, somando R$ 427,624 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a queda acumulada é de 7,6%.
Em abril, houve estabilidade nas linhas de financiamento agroindustrial, baixa de 1,0% no financiamento de investimentos e queda de 3,4% no saldo de capital de giro.
*Com Estadão Conteúdo.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, explica por que o Copom não vai antecipar seus próximos passos na reunião de hoje
O executivo, que hoje é chairman da JiveMauá, acredita em um aumento de meio ponto percentual nesta reunião do Copom, sem nenhuma sinalização no comunicado
Campos Neto no Nubank: ex-presidente do BC deve assumir como vice chairman a partir de julho
RCN foi convidado para assumir os cargos de vice chairman, diretor global de políticas públicas e conselheiro da fintech; ele deve assumir funções a partir de 1º de julho, depois de cumprir a quarentena do BC
CDI+5% é realista? Gestores discutem o retorno das debêntures no Brasil e destacam um motivo para o investidor se preocupar com esse mercado
Durante evento, gestores da JiveMauá, da TAG e da Polígono Capital destacam a solidez das empresas brasileiras enquanto emissoras de dívida, mas veem riscos no horizonte
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Bastou Donald Trump sair brevemente dos holofotes para que os mercados financeiros reencontrassem alguma ordem às vésperas da Super Quarta dos bancos centrais
Felipe Miranda: Ela é uma vaca, eu sou um touro
Diante da valorização recente, a pergunta verdadeiramente relevante é se apenas antecipamos o rali esperado para o segundo semestre, já tendo esgotado o espaço para a alta, ou se, somada à apreciação do começo de 2025, teremos uma nova pernada até o fim do ano?
Dividendos e JCP: Tim (TIMS3) anuncia R$ 300 milhões em proventos após salto de 53,6% no lucro para nível recorde no 1T25
O resultado do 1º trimestre deste ano da Tim mostra um lucro líquido de R$ 798 milhões, uma nova máxima para o começo do ano
CDBs do Master serão honrados com linha de assistência do FGC, prevista para ser aprovada nesta semana, segundo jornal
A aprovação do resgate é uma fase antes da análise final pelo Banco Central da operação de compra do Master pelo BRB (Banco de Brasília)
Hora de colocar fundos imobiliários de shoppings na carteira? Itaú BBA vê resiliência no segmento e indica os FIIs favoritos
Os FIIs do setor mostram resiliência apesar da alta dos juros, mas seguem descontados na bolsa
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Agenda econômica: temporada de balanços esquenta em semana de Super Quarta; veja os principais eventos
Calendário dos próximos dias traz as primeiras decisões de política monetária no Brasil, nos Estados Unidos e no Reino Unido após as tarifas recíprocas de Donald Trump
Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas
Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.
Trump descarta demissão de Powell, mas pressiona por corte de juros — e manda recado aos consumidores dos EUA
Em entrevista, Trump afirmou que os EUA ficariam “bem” no caso de uma recessão de curto prazo e que Powell não reduziu juros ainda porque “não é fã” do republicano
Banco Master negocia com ‘vários grupos’ fatia rejeitada pelo BRB, segundo jornal
Entre eles estariam a família Batista, do grupo J&F, os bancos Safra e BTG, além da Prisma Capital e da Jive Mauá
Joesley de olho no Banco Master? Empresário se encontra com Galípolo um dia após MP pedir suspensão da compra pelo BRB
Com operação do BRB sob investigação do Ministério Público do DF, a J&F avalia aquisição de ativos estratégicos do Banco Master, o que mitigaria riscos não cobertos pelo FGC.
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China